Neste artigo, vais ficar a conhecer:
Bairro Alto
O Bairro Alto é um bairro tradicional de Lisboa, situado no topo de uma colina, localizado próximo do bairro cosmopolita do Chiado, da estação de transportes do Cais do Sodré, do charmoso Príncipe Real e do histórico Largo do Carmo. As principais artérias do Bairro Alto são a Praça Luís de Camões, o Largo Trindade Coelho, a rua do Norte, a rua da Rosa, a rua do Século e a rua do Diário de Notícias. O Bairro Alto tem dois pontos de encontro principais: a Praça Luís de Camões e o Largo Trindade Coelho. A Praça Luís de Camões, localizada na entrada sul do Bairro Alto, estabelece a fronteira entre o Bairro Alto e o Chiado, considerado a capital de Lisboa pelos lisboetas. Daqui é possível seguir para a rua da Rosa, a rua do Norte ou a rua da Atalaia. O Largo Trindade Coelho, localizado na zona norte do Bairro Alto, também conhecido por Largo do Cauteleiro devido à presença de uma estátua de homenagem ao cauteleiro ou Largo de São Roque devido à Igreja de São Roque. A partir do Largo Trindade Coelho é possível aceder ao Miradouro de São Pedro de Alcântara, ao Elevador da Glória, à rua da Misericórdia, à rua do Grémio Lusitano e ao Largo do Carmo.
O ambiente misto do Bairro Alto
O Bairro Alto apresenta dois estilos de vida, um durante o dia e outro durante a noite.
No Bairro Alto durante o dia podemos observar bairro calmo e tranquilo, um bairro com lojas de pequeno comércio, escritórios de empresas e pequenos restaurantes com gastronomia típica portuguesa com a agitação tipica de um bairro de uma grande cidade com pessoas a circular de um lado para o outro, a caminho para os escritórios, vizinhas a conversar à janela, a roupa estendida no estendal, e varandas decoradas com vasos de flores e os restaurantes cheios gentes locais e turistas durante a hora de almoço.
À noite o Bairro Alto transforma-se num centro boémio e de diversão noturna de Lisboa. É o Bairro Alto que define praticamente todas as tendências e modas da noite lisboeta, um bairro dedicado à vida noturna. No Bairro Alto existem bares de todos os géneros, discotecas, clubes, restaurantes, casas de chá, tascas ou casas de fado. No Bairro Alto é possível viver a noite em plena rua durante a madrugada, apesar de os estabelecimentos de diversão noturna encerrarem às duas horas da madrugada.
O Bairro Alto e a rua de Santa Catarina fazem parte da Junta de Freguesia da Misericórdia.
Atrações a visitar no Chiado (Top 10)
1. Miradouro de São Pedro de Alcântara: O Miradouro de São Pedro de Alcântara é um parque com jardim e miraoduro com uma das vistas mais belas de Lisboa devido à panorâmica sobre toda a zona antiga da cidade, incluíndo o Castelo de São Jorge situado na colina oposto. Miradouro de São Pedro de Alcântara está localizado na Rua de São Pedro de Alcântara, entre o Princípe Real e o Bairro Alto. Os principais destaques Miradouro de São Pedro de Alcântara são:
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- Vista sobre o Castelo de São Jorge, a encosta do bairro da Graça, a Baixa, o Martim Moniz, Alfama, o Rio Tejo e a Serra da Arrábida;
- A Estátua de Eduardo Coelho, fundador do Diário de Notícias, um dos jornais mais importantes do país;
- O Painel de azulejos com representação da cidade de Lisboa, da autoria de Fred Kradolfer construído em 1952;
- Os Oito bustos a representar figuras históricas, nomeadamente: Vénus, Ulisses, Vasco da Gama e Camões
2. Igreja de São Roque (38° 42′ 49.07′, 9° 8′ 36.54” ): destaca-se pela discrepância entre a fachada exterior e riqueza interior, está localizada no Largo Trindade Coelho entre a rua da Misericórdia e a rua Dom Pedro de Alcântara. A Igreja de São Roque foi criada em 1553 como sede dos Jesuítas em Portugal. Os Jesuítas (Companhia de Jesus) chegaram a Portugal em 1540 e construiram a primeira Igreja e sede na antiga ermida de São Roque. O arquiteto responsável pela Igreja de São Roque foi Afonso Álvares (1501-1580). Os principais destaques da Igreja de São Roque são:
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- Capela de São João Batista: a Capela de São João Batista foi encomendada pelo Rei Dom João V (1689-1750) a dois arquitectos italianos, Luigi Vanvitelli (1700-1773) e Nicola Salvi (1697-1751) em 1740 e construída durante os anos de 1742 e 1747. No dia 15 de Dezembro de 1744 foi abençoada pelo Papa Bento XIV (1675-1758) e transportada para Lisboa diretamente de Roma em três naus. Os pontos de interesse da Capela de São João Batista são o Mármore de Carrara; O quadro a representar o Batismo de Cristo da autoria de Agostino Massucci (1691-1758); “O Pentecostes” representado nas telas do lado esquerdo, e “A Anunciação” representada nas telas do lado direito, autoria de Agostino Massucci (1691-1758); e o Arco exterior com as Armas Reais Portuguesas e o monograma de Dom João V.
- Capela de Nossa Senhora da Doutrina: inaugurada em 1612, com a imagem de Santa Ana e a Virgem datada do final do século XVII, as imagens de São Joaquim e de Santa Ana do século XVII e o emblema da Irmandade da Doutrina
- Capela de São Francisco Xavier: inaugurada em 1634 e projetada por António Gomes de Elvas. Aqui podemos visitar a escultura seiscentista a representar São Francisco Xavier, as pinturas a representar dois momentos da vida de São Francisco Xavier com Dom João III em audiência a São Francisco Xavier e O Papa Paulo III quando enviaram para Portugal os primeiros Padres da Companhia de Jesus. As duas pinturas são da autoria de José de Avelar Rebelo (1600-1657).
- Capela de São Roque: no local da antiga Ermida de São Roque e destaca-se pela presença da imagem de São Roque, imagens de São Tiago e São Sebastião, as seis esculturas em madeira prateada que representam os Apóstolos São Pedro e São Paulo e os quatro Santos Evangelistas, São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João; a pintura a representar A Aparição do Anjo a São Roque, datada da segunda metade do século XVI, da autoria de Gaspar Dias; os painéis de azulejos do século XVI com cenas da vida quotidiana de São Roque da autoria de Francisco de Matos; e o Brasão da Confraria de São Roque.
- Capela do Santíssimo: a Capela do Santíssimo foi projetada por Luíza Fróis e inaugurada em 1636. Os destaques são a imagem de Nossa Senhora da Assunção; as duas pinturas laterais datadas do século XVII a representar A morte da Virgem e a Assunção e Coroação da Virgem, da autoria de Bento Coelho da Silveira (1617-1708); o lampadário em prata de 1877 construído na cidade do Porto.
- Capela-Mor: a Capela-Mor foi construída entre 1625 e 1628. Os principais pontos de interesse são os quatro nichos frontais a representar os principais santos da Companhia de Jesus, nomeadamente Santo Inácio de Loyola (1491-1556), São Francisco Xavier (1506-15525), São Luís de Gonzaga (1568-1591) e São Francisco de Borja (1510-1572); a escultura a representar Nossa Senhora com o Menino, datado do século XVII; as esculturas do Senhor da Cana Verde, Santa Brígida, São Gregório Thaumaturgo e Imaculada Conceição; as quatro pinturas laterais que representam Santo Estanislau Kostka (1550-1568) e os três mártires do Japão, São Diogo, São João Mário e São Paulo Miki; e os Túmulos de Dom Fernando Martins de Mascarenhas (1548-1628) e de Dom Tomás de Almeida (1670-1754).
- Capela de Nossa Senhora da Piedade: projetada por Martim Gonçalves da Câmara e inaugurada em 1613. Os principais pontos de interesse são a Pintura a representar Nossa Senhora da Soledade; a Pietá em madeira policromada datada do século XVII; a imagem de Nossa Senhora da Boa-Morte; e as duas esculturas a representar São Longuinho e Santa Verónica.
- Capela de Santo António: reconstruída depois do Terramoto de 1 de Novembro de 1755. Os destaques são os Tetos com frescos neoclássicos do século XIX; a imagem de Santo António do século XVII; as duas pinturas a representar cenas do percurso religioso de Santo António, nomeadamente O Santo pregando aos peixes e A Tentação de Santo António. As pinturas são da autoria de Vieira Lusitano (1699-1783).
- Capela da Sagrada Família (Capela do Menino Perdido), inaugurada no século XVII. Os pontos de interesse são a Pintura central a representar Jesus entre os Doutores da autoria de José de Avelar Rebelo (1600-1657); as duas pinturas a representar A Adoração dos Reis, e a Adoração dos Pastores da autoria de André Reinoso; e as três esculturas do século XVII a representar a Sagrada Família.
- Teto: a pintura realizada por Francisco Venegas (1525-1594) entre 1587 e 1589, o único teto que resta em Lisboa dos grandes tetos em estilo Maneirista.
- Órgão de Tubos: construído em 1784 por Xavier Machado e Cerveira (1756-1828).
- O Museu de São Roque: inaugurado no dia 11 de Janeiro de 1905. Os grandes destaques do Museu são as cinco exposições permanentes: Exposição dedicada à Ermida de São Roque, Exposição dedicada à Companhia de Jesus, Exposição de Arte Oriental, Exposição do Tesouro da Capela de São João Batista e Exposição dedicada à Misericórdia de Lisboa.
3. Elevador da Glória![(38.714961, -9.144479)]: O Elevador da Glória é um ascensor que faz a ligação entre a Praça dos Restauradores e o Bairro Alto num trajeto aproximado de 255 metros e um desnível de 48 metros, sendo o ascensor mais movimentado da cidade com cerca de três milhões de passageiros por ano. O Elevador da Glória Glória foi inaugurado no dia 24 de Outubro de 1885 com um projeto de Mesnier du Ponsard (1848-1914), funcionou até 1915 através um sistema de contrapeso de água para subir e descer. A partir de 1915 foi acrescentado um segundo elevador eletrificado. O Elevador da Glória foi classificado monumento nacional em 2002.
4. Museu da Maçonaria Portuguesa: O Museu da Maçonaria Portuguesa é um espaço onde podemos conhecer a evolução histórica da Maçonaria em Portugal, e visitar a loja maçónica mais antiga do país. O Museo Maçónico está integrado no edifício da sede do Grande Oriente Lusitano, localizado na Rua do Grémio Lusitano. O núcleo museológico encontra-se organizado em dois espaços principais, com um Núcleo de exposição permanente onde é possível observar objetos utilizados nos ritos maçónicos e um Núcleo de exposição temporária com a exposição permanente de peças individuais de maçons dos séculos XVIII e XIX utilizadas durante os rituais; o número de aventais e bordados; e a colecção de cerâmica.
5. Igreja de Santa Catarina: é uma das igrejas mais importantes de Lisboa devido aos trabalhos em talha dourada, nomeadamente no altar-mor construído durante o Reinado de Dom João V. A Igreja de Santa Catarina está localizada na Calçada do Combro desde a inauguração em 1647. As atrações da igreja são a Capela-Mor, considerada o monumento mais imponente de talha dourada em Portugal; a pintura no teto a representar a Santíssima Trindade da autoria de António Pimenta Rolin; a imagem de Santa Catarina; e aos seis quadros que representam “Cristo no Deserto” e a “Multiplicação dos Pães” da autoria de Vieira Lusitano (1699-1763); a Santíssima Trindade representada nos medalhões centrais do teto, autoria de João Grossi e Toscanelli; o Órgão dourado datado do século XVIII; e os Santos da Ordem de São Paulo da Serra da Ossa pintados por Bento Coelho da Silveira e André Gonçalves.
6. Museu da Cinemateca: é um museu que tem por objetivo divulgar a evolução do cinema até aos nossos tempos, localizado na rua Barata Salgueiro. O museu encontra-se organizado nos espaços Pré-cinema onde podemos visitar alguns objetos importantes para o surgimento do cinema; Pequeno Formato, ondepodemos visionar as câmaras, editoras e acessórios nos formatos utilizados para cinema que vão desde os 17,5 mm até a 8 mm; Grande Formato, um espaço onde encontramos equipamentos com formatos que vão desde os 35 mm aos 70 mm; e o espaço Manuais de Instruções, onde está exposta a evolução dos manuais de instruções de câmaras, projetores e acessórios
7. Palácio do Marquês de Pombal: é um edifício do século XVII, localizado na Rua de O Século, construído para servir de residência à família de Sebastião de Carvalho e Melo, avô de Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido como Marquês de Pombal. Os destaques do Palácio do Marquês de Pombal são o Chafariz, da autoria de Carlos Mardel; o Teto da escadaria a representar “A Morte e o Amor”, da autoria de João Grossi (1715-1780); e os jardins inspirados no Palácio de Versalhes, da autoria de Carlos Mardel, com destaque para a Cascata dos Poetas e para Fonte das Quatro Estações;
8. Miradouro de Santa Catarina: é um dos miradouros de Lisboa onde é possível observar a zona ribeirinha da cidade, nomeadamente o movimento da partida e a chegada dos navios a Lisboa, tendo originado o ditado popular lisboeta “ver navios do Alto de Santa Catarina”. O Miradouro de Santa Catarina encontra-se localizado na rua de Santa Catarina, com destaque para a Vista sobre o Porto de Lisboa e sobre o casario com o estendal de roupa e os vasos de flores; a estátua em mármore do Adamastor, uma figura da mitologia greco-romana que surge representada nos Lusíadas de Luís Vaz de Camões (1524-1580) como “o ser que afundava os navios que tentavam passar o Cabo das Tormentas”, atual Cabo da Boa Esperança na África do Sul. Estátua da autoria de Júlio Vaz Júnior (1877-1963).
9. Elevador da Bica![(38.708981, -9.146705)]: é um ascensor que faz a ligação entre a Rua de São Paulo e o Largo do Calhariz, projetado por Mesnier du Ponsard e inaugurado em 1892, localizado na Rua da Bica de Duarte Belo, classificado como “a nona rua mais bonita do mundo” segundo classificação dos hotéis St Christopher’s Inn.
10. Museu da Farmácia![(38.710249, -9.147139)]: é um museu que tem por objetivo divulgar a história da farmácia e medicina em Portugal, inaugurado em 1996, localizado na Rua Marechal Saldanha. Os destaques do Museu da Farmácia são a Reconstituições das farmácias portuguesas entre os séculos XVIII e XX; a Reconstituição de uma farmácia tradicional chinesa; e a Reconstituição de uma farmácia militar.
Outras atrações que merecem visitar no Bairro-Alto
Praça Luís de Camões ![(38.710641, -9.143263)]: localizada entre o Chiado e o Bairro Alto é uma das maiores praças de Lisboa. A praça deve o nome ao monumento de homenagem a Luís Vaz de Camões. A estátua foi inaugurada no dia 9 de Outubro de 1867 como forma de celebrar a independência de 1 de Dezembro de 1640. A Praça Luís de Camões é um dos principais pontos de encontro e descanso do Bairro Alto e do Chiado, é um local onde se realizam concertos com regularidade e um ponto de passagem entre a rua da Misericórdia, a rua do Alecrim, a rua do Loreto, o Largo do Chiado e o Cais do Sodré.. As principais atrações são o Monumento de homenagem a Luís Vaz de Camões da autoria de Vitor Bastos (1829-1867) com oito estátuas de figuras importantes da História de Portugal, nomeadamente Fernão Lopes, Jerónimo Corte-Real, Fernão Lopes de Castanheda, Francisco Sá Menezes, Gomes Eanes de Zurara, Vasco Mouzinho de Quevedo e João de Barros; a Estátua de Luís Vaz de ; e omões com quatro metros de altura; e o Convento da Conceição dos Cardais, um asilo para invisuais desde a extinção das ordens religiosas em 1834, é um dos principais edifícios construídos em Estilo Nacional, designação atribuída aos primeiros anos do estilo Barroco em Portugal. Dona Luísa de Távora (1609-1692) mandou construir o Convento da Conceição dos Cardais na rua atual, a Rua Eduardo Coelho em 1681, tendo os seguintes pontos de interesse: a Fachada com destacaque para as esculturas a representar Nossa Senhora da Conceição e São José da autoria de João Antunes (1643-1712); a “Roda dos Expostos” uma roda de existência antigamente comum nos conventos, criada como meio de comunicação com o exterior, contudo passou a ser utilizada como “caixa de correio” para abandonar anonimamente os recém-nascidos ao cuidado das freiras, provocada pelas dificuldades de subsistência das famílias portuguesas; a Santa Teresa d’Ávila representada em painéis de azulejos da autoria de Jan van Oort; a Capela-Mor construída em estilo Nacional pelo entalhador José Rodrigues Ramalho (1660-1721).
Galeria Zé dos Bois![(38.711978, -9.144617)]: é uma associação cultural sem fins lucrativos localizada no Palácio Baronesa de Almeida, onde Almeida Garrett trabalhou, na rua da Barroca. A associação Galeria Zé dos Bois foi criada com o objetivo de promover e investigar as artes visuais e performativas.
Monumento a Eça de Queiroz: é uma estátua de pedra da autoria de Teixeira Lopes, inaugurada em 1903 no Largo Barão de Quintela
Palácio do Barão de Quintela: é um espaço de restauração conhecido como o Palácio Chiado, localizado na rua do Alecrim. O Palácio do Barão de Quintela foi construído em finais do século XVIII em estilo Neoclássico, tendo sido utilizado como quartel-general pelo General Junot durante a Primeira Invasão do Exército de Napoleão Bonaparte em 1807.
Edifício da Imprensa Nacional: é o estabelecimento industrial mais antigo de Portugal, em funcionamento contínuo desde o século XIII. A Imprensa Nacional foi criada em 1769, tendo sido designada inicialmente por Impressão Régia, Régia Oficina Tipográfica e posteriormente Imprensa Nacional a partir de 1933, desempenhando as funções de Edição do Diário da República; Produção de documentos de identificação, nomeadamente o passaporte e o cartão do cidadão; e Cunhagem de moeda.
Igreja das Chagas é uma igreja localizada na Rua do Ataíde, cujo culto é dedicado às profissões ligadas ao mar, nomeadamente aos marinheiros e pescadores. Frei Diogo de Lisboa mandou construir a igreja, tendo sido inaugurada em 1542 para que os marinheiros da Carreira da Índia pudessem ter um espaço para rezar antes da realização da viagem. A igreja foi reconstruída após o Terramoto de 1755, com os seguintes pontos de interesse a Pintura no teto a representar Nossa Senhora da Piedade das Chagas de Cristo da autoria de Francisco Figueiredo; e o Órgão do século XVII.
Convento e Igreja de São Pedro de Alcântara é um edifício do século XVII que se destaca por integrar o conjunto mais completo de azulejaria relativo à vida de São Pedro de Alcântara em Portugal, localizado na rua de São Pedro de Alcântara. O Convento e Igreja de São Pedro de Alcântara foi inaugurado em 1672 com um projeto da autoria de João Antunes, construído para celebrar a independência de Portugal em relação a Espanha e a vitória na Batalha de Montes Claros que ocorreu em 1665, a última batalha da Guerra da Restauração (1640-1668). Os principais pontos de interesse são a Capela dos Lencastres construída em 1690, em memória ao Cardeal de Lisboa Dom Veríssimo de Lencastre. A capela tem representações de “frescos” da autoria de Francisco Pais, o altar com as colunas em mármore e o brasão de Dom Veríssimo. A capela resistiu ao Terramoto de 1755; os Altares em talha dourada a representar a “A Coroação da Virgem” da autoria de Pierre Antoine Quillard e “A Pregação de São João Batista” da autoria de Pedro Alexandrino de Carvalho; o Teto pintado por Pierre Bordes; o Altar-Mor em estilo Rococó, talha dourada e o “Êxtase de São Pedro de Alcântara”, uma pintura da autoria de Bento Coelho da Silveira; os Painéis de azulejos mais completo em Portugal com representação de cenas da vida de São Pedro de Alcântara.
Palácio Ludovice: considerado um dos palácios em Lisboa mais importantes da arquitetura urbana palaciana do Reinado de Dom João V (1689-1750). O Palácio Ludovice, localizado na Rua de São Pedro de Alcântara, foi residência do Arquiteto-Mor do Reino João Frederico Ludovice (1673-1752) e de Solar do Vinho do Porto. O Solar do Vinho do Porto é um restaurante onde é possível degustar mais de 300 variedades de Vinho do Porto.
Chafariz do Século: é uma fonte na rua de O Século inaugurada em 1762 com o objetivo de abastecer o Palácio Pombal de água, um projeto de Carlos Mardel (1695-1763) ,
Ruas e praças principais do Bairro-Alto
Rua de O Século: é uma rua do Bairro Alto que faz a ligação entre a Praça do Príncipe Real e a Calçada do Combro, sendo uma das ruas mais importantes deste bairro histórico. A Rua de O Século é uma rua típica da zona histórica de Lisboa, com várias atrações, nomeadamente os palácios nobres dos séculos XVIII e XIX, os casarios populares, a calçada portuguesa, os restaurantes, os bares, os alojamentos locais, a Igreja do Convento dos Cardaes, o Tribunal Constitucional, o Palácio Pombal ou a Escola de Dança do Conservatório Nacional. A Rua de O Século, antiga Rua Formosa, adquiriu este nome por ter sido o local da sede do jornal O Século, o jornal de Lisboa que esteve em funcionamento entre 1880 e 1977.
Rua da Misericórdia: faz a ligação entre a Praça Luís de Camões e o Largo Trindade Coelho, é uma importante via rodoviária que permite entrar e sair do centro histórico da cidade. A Rua da Misericórdia é muito frequentada por turistas e portugueses devido a atrações como a Igreja de São Roque, o Bairro Alto, restaurantes, a Igreja de Nossa Senhora do Loreto e por integrar a rota do famoso Elétrico 28. A Rua da Misericórdia tem este nome devido à presença da Misericórdia de Lisboa no Largo Trindade Coelho.
Calçada do Combro: faz a ligação entre a Rua de São Bento e o Largo do Calhariz. A Calçada do Combro é a rua que estabelece a divisão entre o Bairro Alto e a Bica, sendo uma das ruas mais movimentadas da zona do Bairro Alto devido à presença de pontos de interesse como o Rooftop Park, o Elevador da Bica, a Igreja de Santa Catarina e por ser um dos locais de passagem do Elétrico 28. A Calçada do Combro ganhou este nome por se encontrar num ponto mais elevado e isolado de terreno da cidade, tendo sido construída com o crescimento do Bairro Alto.
Rua da Rosa: é a rua que faz a ligação entre a Rua Dom Pedro V e o Largo do Calhariz, conhecida pela vida noturna, pelas muitas tascas e restaurantes e pelo Convento dos Inglesinhos. A Rua da Rosa é também conhecida como Rua da Rosa das Partilhas, tendo este nome desde 1597.
Rua da Atalaia: é a rua que faz a ligação entre a Rua da Rosa e a Rua do Loreto. A Rua da Atalaia apresenta vários pontos de interesse, nomeadamente o Museu Maçónico Português, restaurantes e bares. A Rua da Atalaia e a Rua da Rosa são as ruas com mais vida noturna no Bairro Alto, estando sempre repletas de turistas e locais aos fins-de-semana. A Rua da Atalaia tem origem no topónimo de árabe Atalaia, que significa lugar alto ou sentinela.
Rua do Diário de Notícias: é a rua que faz a ligação entre a Travessa da Cara e a Rua das Salgadeiras, sendo muito procurada por turistas e locais que pretendem experenciar a gastronomia dos restaurantes, as casas de fado e os bares locais. A Rua do Diário de Notícias, antiga Rua dos Calafates, adquiriu este nome a partir de 1885 como celebração do vigésimo primeiro aniversário do jornal Diário de Notícias.
Outros locais interessantes para visitar no Bairro Alto
Largo Trindade Coelho ![(38.713065, -9.143215)]: localizado entre o Miradouro de São Pedro de Alcântara e a Praça Luís de Camões é conhecido por Largo do Cauteleiro ou Largo de São Roque. O largo deve o nome ao escritor José Francisco Trindade Coelho (1861-1908) e tem por principais destaques a Igreja de São Roque, a estátua do cauteleiro, a estátua de São Francisco Xavier e a sede da Santa Casa da Misericórdia. O Largo Trindade Coelho é um dos pontos de encontro do Bairro Alto
Igreja Paroquial das Mercês ![(38.713269, -9.150566)]: localizada no Largo de Jesus. A Igreja Paroquial das Mercês integrou o antigo Convento de Jesus e desde 1838 a Academia das Ciências. O projeto é da autoria de Frei Manuel do Cenáculo. Os principais destaques são:
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- Fachada principal e os degraus
- Capelas laterais
Igreja Paroquial de Santa Catarina ![(38.711196, -9.148167)]: localizada na Calçada do Combro é conhecida por Igreja dos Paulistas porque foi inaugurada no século XVII para os fiéis de São Paulo da Serra de Ossa. A partir de 1835 passou a integrar Santa Catarina. Os principais pontos de interesse são:
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- Custódia do Santíssimo Sacramento
- Duas torres sineiras
- Talha joanina do altar-mor
- Órgão decorado em talha dourada
Galeria Subterrânea do Loreto ![(38° 42′ 39.05′, 9° 8′ 33.95”)]: uma das cinco galerias do Aqueduto das Águas Livres, apresenta o seguinte trajeto com uma distância aproximada de 410 metros:
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- Início na Casa do Registo
- Descida desde a rua das Amoreiras ao Largo do Rato
- Passagem na rua da Escola Politécnica
- Passagem pela rua Dom Pedro V
- Passagem pela rua Paiva de Andrade
- Final no Largo de São Carlos
Convento de São Pedro de Alcântara ![(38° 42′ 54.17”, 9° 8′ 43.50”)]: inaugurado em 1681 na rua de São pedro de Alcântara. O Convento de São Pedro de Alcântara foi construído em homenagem ao santo espanhol São Pedro de Alcântara em consequência da independência de Portugal em 1640. O Convento de São Pedro de Alcântara foi reabilitado pelo arquiteto Manuel da Maia após o terramoto de 1 de Novembro de 1755. Os principais destaques são a Capela dos Lencastre inaugurada em 1690 e construída em memória do Cardeal de Lisboa Dom Veríssimo de Alcântara. O teto, da autoria de Francisco Pais, representa os mártires de Santos Veríssimo, Máxima e Júlia; os Altares em talha dourada; a Pintura da Coroação da Virgem, da autoria de Pierre Antoine Quillard; a Pintura da Pregação de São João Batista da autoria de Pedro Alexandrino Carvalho; o Teto da autoria de Pierre Bordes inaugurado em 1878; o Extâse de São Pedro de Alcântara, uma pintura da autoria de Bento Coelho da Silveira; e os Painéis de azulejos do século XVIII com cenas da vida quotidiana de São Pedro de Alcantâra.
Convento dos Cardaes ![(38.714653, -9.147601)]: localizado na rua do Século é um dos monumentos melhor perservados do Barroco em Lisboa. O Convento dos Cardaes foi inaugurado em 1681 por Dona Luísa de Távora (1609-1692) para integrar a Ordem das Carmelitas Descalças. Os principais pontos de interesse são:
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- Igreja com pinturas da autoria de António Pereira Ravasco e André Gonçalves que representam as regras da Ordem, os painéis de azulejos que representam cenas da vida quotidiana de Santa Teresa d’Ávila
- Escultura exterior de mármore a representar Nossa Senhora da Conceição da autoria de João Antunes
- Escultura exterior em mármore a representar São José da autoria de João Antunes
- A roda que permitia a entrada e saída de objetos mas, que, a prazo, foi usada para que as mães entregassem as crianças sem serem identificadas. Ficou conhecida como a roda dos expostos
Palácio Pombal ![(38.713120, -9.147704)]: é um edifício do século XVI em estilo chão localizado na rua de “O Século”. O Palácio Pombal foi o local de residência dos Melo até ao Terramoto de 1 de Novembro de 1755. O palácio foi mandado construir por Sebastião de Carvalho e Melo, avô de Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal e Primeiro-Ministro de Dom José I (1714-1777). Os principais destaques do Palácio Pombal são a Escadaria nobre de dois andares; as Quatro esculturas em mármore a representar Hércules e Vénus; o Teto com representação A Morte e o Amor da autoria de João Grossi; o jardim com bancos, painéis de azulejos com cenas da vida quotidiana, um lago e duas árvores celtis australis.
Hemeroteca Municipal ![(38° 42′ 29.96′, 9° 8′ 25.96′)]: localizada na rua Lúcio de Azevedo tem como objetivo a construção de uma biblioteca digital de jornais e revistas caídos em domínio público. A Hemeroteca Municipal foi inaugurada em 1931. Os principais pontos de interesse são jornais dos séculos XVIII e XIX. O exemplar mais antigo é uma Gazeta de Lisboa de 10 de Agosto de 1715.
Solar do Vinho do Porto ![(38° 42′ 50.86” , 9° 8′ 39.59”)]: localizado na rua de São Pedro de Alcântara destaca-se pela possibilidade de provar mais de trezentos vinhos do Porto. O Solar do Vinho do Porto encontra-se integrado no Palácio de Ludovic entre o Miradouro de São Pedro de Alcântara e o Princípe Real. O bar foi inaugurado no dia 19 de Fevereiro de 1946 e projetado pelo designer Paulo Lobo
Centro Antiquário do Alecrim Ldª – Livreiro Antiquário (38.709081, -9.143119): localizado na rua do Alecrim encontra-se integrado no edifício da antiga Fábrica ncora. O Centro Antiquário do Alecrim vende livros antigos, gravuras, fotografias, mapas entre outros documentos
Restaurantes do Bairro Alto
100 Maneiras ![(38.714733, -9.144854)]: localizado na rua do Teixeira destaca-se por oferecer menus de degustação a preços acessíveis. O restaurante é propriedade do chefe Ljubomir Stanisic foi inaugurado em 2009 num espaço com apenas trinta lugares disponíveis. O destaque principal do restaurante é o prato Estendal do Bairro.
Casanostra ![(38.712370, -9.145186)]: localizado na Travessa do Poço da Cidade é um restaurante italiano muito procurado devido à gastronomia variada. O restaurante foi inaugurado em 1986 pela italiana Maria Paola com o objetivo de dar a conhecer aos portugueses a cozinha italiana para além da massa e pizza.
Fumeiro de Santa Catarina ![(38.710040, -9.149256)]: localizado na Travessa Alcaide Lisboa, é um restaurante especializado em enchidos e aperitivos
Tantura ![(38.711630, -9.145080)]: localizado na rua da Trombeta e é assim designado por ser uma localidade em Israel. Os donos Elad Bodenstein e Itamar Eliiyahuo viveram em Tantura, Israel, e abriram o restaurante no Bairro Alto com o objetivo de divulgar a comida israelita em Portugal.
Adega das Mercês ![(38.711305, -9.144987)]: localizada na rua das Mercês destaca-se pelo peixe fresco e gastronomia típica portuguesa.
Petiscos do Bairro ![(38.713141, -9.145152)]: localizado na rua da Atalaia destaca-se pelos petiscos, nomeadamente pataniscas, “pica-pau” e peixinhos da horta.
O Trevo ![(38.710857, -9.143094)]: localizado na Praça Luís de Camões é conhecido pela bifana, bife de porco no pão, e por ter sido um dos locais escolhidos para o programa de cozinha norte-americano No Reservations de Anthony Bourdain sobre a gastronomia em Lisboa. O Trevo destaca-se por oferecer as melhores bifanas de Lisboa.
Cantinho do Bem Estar ![(38.711447, -9.143742)]: localizado na rua do Norte, Cantinho do Bem Estar é uma tasca típica de Lisboa que serve gastronomia do Alentejo.
Casas de Fado do Bairro Alto
O Faia ![(38.711823, -9.144502)]: localizado na rua da Barroca é uma referência do fado em Lisboa. O Faia foi inaugurado em 1947 e já recebeu artistas de renome, nomeadamente Lucília do Carmo, Carlos do Carmo, Alfredo Marceneiro, Fernando Maurício ou Camané.
A Severa ![(38.711757, -9.143486)]: localizada na rua das Gáveas é a casa de fados que permanece na mesma família há mais tempo. A Severa foi inaugurada em 1955 e foi assim designada para homenagear a fadista Severa, a fundadora do fado.
Adega Machado ![(38.712293, -9.143812)]: localizada na rua do Norte destaca-se devido à Sala da Fadistagem, criada exclusivamente para grupos. A Adega Machado foi inaugurada em 1937 e foi local de atuação de vários fadistas, nomeadamente Amália Rodrigues, Fernando Maurício, Maria da Fé ou Mariza.
Café Luso ![(38.713078, -9.143800)]: localizado na Travessa da Queimada encontra-se integrado nas antigas adegas e estábulos do Palácio Brito Freire. O Café Luso foi inaugurado em 1927 na Avenida da Liberdade e em 1939 no Bairro Alto. Amália Rodrigues protagonizou o momento mais mediático da história do restaurante com a realização de um concerto em 1955.
Mascote da Atalaia ![(38.711446, -9.144891)]: localizado na rua da Atalaia apresenta como principal atração o fado vadio. Mascote da Atalaia foi inaugurada há mais de cinquenta anos e passaram por aqui inúmeros fadistas, sendo de destacar Artur Batalha, Fernando Maurício ou Chico do Carmo.
A Tasca do Chico ![(38.711645, -9.144157)]: localizado na rua do Diário de Notícias tem por principais pontos de interesse o fado e os petiscos, especialmente os queijos e os chouriços assados. A Tasca do Chico foi inaugurada em 1993 por Francisco Gonçalves. A Tasca do Chico disponibiliza dois espaços neste momento, um localizado no Bairro Alto e outro em Alfama.
Figuras Ilustres do Bairro Alto
Guedelha Palaçano: era um dos homens mais ricos de Portugal no século XV. Guedelha Palaçano era o dono de duas quintas próximo das Portas de Santa Catarina, atual Praça Luís de Camões: a Herdade de Santa Catarina e a Herdade da Boavista. Guedelha Palaçano desempenhou várias funções, nomeadamente as de médico, astrólogo (concebeu os horóscopos das coroações dos reis portugueses Dom Duarte e Dom Afonso V), foi o primeiro cirurgião nomeado para o Hospital de Todos-os-Santos e o rabi-mor durante o reinado de Dom Afonso V. Foi autor de várias obras, nomeadamente um tratado sobre a Providência Divina. Acabou por fugir para Espanha e, mais tarde, Itália devido a ter sido acusado de tentar um golpe de estado para depor o rei Dom João II em 1483.
Ana Queimado: uma senhora nobre rica e proprietária de alguns terrenos no Bairro Alto que cedeu foral aos jesuítas para edificarem a Igreja de São Roque.
Camilo Castelo Branco (1825-1890): um dos escritores mais importantes de Portugal e primeiro Visconde de Correia Botelho. Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa no Bairro Alto na rua da Rosa em 1825 e suicidou-se em 1890. O escritor participou em vários eventos ao longo da vida, nomeadamente na Revolta da Maria da Fonte em 1846. Camilo Castelo Branco escreveu várias obras com destaque para A Filha do Arcediago de 1855, Onde está a Felicidade de 1856, O Morgado de Fafe de 1861, Amor de Perdição de 1862, A Queda de um Anjo de 1865, O Regicida de 1874 e Novelas do Minho entre 1875 e 1877.
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805): conhecido por “Bocage” foi um dos maiores poetas de Portugal nasceu em Setúbal e morreu em Lisboa. O poeta aderiu à academia de oratória e poesia Nova Arcádia em 1790, foi preso em 1797 na prisão da Inquisição e no Hospício das Necessidades em 1798. Bocage publicou várias obras ao longo da vida, nomeadamente As Rimas escritas entre 1799 e 1804.
Tomás Quintino (1820-1898): jornalista e empresário português foi co-fundador do Diário de Notícias em 1864 no Bairro Alto juntamente com Eduardo Coelho.
Eduardo Coelho (1835-1889): escritor e jornalista português foi co-fundador do Diário de Notícias em 1864 no Bairro Alto juntamente com Tomás Quintino. Eduardo Coelho foi um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa no dia 10 de Novembro de 1875.
Fernando Tavares Farinha (1928-1988): fadista que começou a cantar fado com nove anos de idade num concurso em representação do bairro da Bica em 1937. A participação neste concurso fez com que Fernando Tavares Farinha fosse conhecido como Miúdo da Bica durante toda a carreira. Fernando Tavares Farinha tornou-se fadista profissional aos onze anos e começou a cantar em vários bairros de Lisboa, nomeadamente no Alto do Pina, na Ajuda e em Santo Amaro. Este fadista gravou o primeiro disco em 1940, fez a primeira digressão ao Brasil com vinte e três anos, em 1960 ganhou o concurso Voz Mais Portuguesa de Portugal e a partir de 1965 realizou digressões pelos Estados Unidos da América, França, Bélgica e Alemanha. Alguns dos temas mais famosos são Um Fado à Marceneiro, Estações de Amor ou Lugar Vazio.
Curiosidades do Bairro Alto
- O Bairro Alto foi o primeiro bairro a ser construído em Lisboa com ruas mais largas para que os coches pudessem passar
- O Bairro Alto foi uma referência para a reconstrução da Baixa Pombalina depois do Terramoto de 1 de Novembro de 1755 porque resistiu praticamente intacto a esta catástrofe
- O poeta Bocage morreu no número 25 da Travessa André Valente
- O escritor Camilo Castelo Branco nasceu no número 13 da rua da Rosa
- O escritor Almeida Garrett morou no número 46 da rua da Barroca
- No século XIX a prostituição era legal no Bairro Alto
- No Bairro Alto surgiu a imprensa moderna portuguesa com a criação de dois dos primeiros grandes jornais portugueses no século XIX: O Século e o Diário de Notícias
- O jornal desportivo A Bola é o único jornal que mantém a sede no Bairro Alto
- A discoteca Frágil abriu em 1982 e revolucionou a noite no Bairro Alto e de Lisboa
- A 17 de Maio de 1986 surgiram as Manobras de Maio, desfiles de moda inovadores na altura
- Figuras como Bocage, Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco ou Júlio Verne viveram no Bairro Alto
- Os últimos candeeiros a gás de Lisboa foram substituídos por candeeiros eléctricos em 1965 no Bairro de Santa Catarina
Estabelecimentos de Ensino
- Escola Básica e Secundária Passos Manuel
Instituições de Saúde
- Hospital St Louis
- Hospital de Jesus
Empreendimentos Turísticos de Quatro e Cinco Estrelas
- Bairro Alto Hotel
- Dear Lisbon Charming House
- Orange 3 House – Chiado Bed & Breakfast & Suites
Lojas e compras
- Alêtheia Livraria
- Cais Pimenta Rosa
- Casa das Vellas Loreto
- Cork & Co
- Fábrica dos Chapéus
- Fátima Lopes
- Galeria Zé dos Bois
- Garrafeira Alfaia
- Garrafeira Nacional
- Livraria Luis Burnay
- Maison Nuno Gama
- Naftalina Vintage Shop
- Ratton
- Sat’Anna
- Solar do Vinho do Porto
Transportes e Acessos
O Bairro Alto tem os seguintes transportes e acessos:
- Metropolitano de Lisboa:
- Estação de Metro Baixa-Chiado (Linha Azul e Verde)
- Elétrico 28
- Ascensor da Glória
Parques de estacionamento:
- Parque da Calçada do Combro
- Parque do Largo Camões
História do Bairo Alto
O Bairro Alto começou a ser construído em 1506 na zona norte da cidade devido à necessidade de encontrar um local onde fosse possível enterrar as vítimas da Peste Negra. A Ermida de São Roque, o santo padroeiro que protege da peste negra, foi o local encontrado para enterrar as vítimas desta doença mortal. As primeiras urbanizações foram edificadas em 1513 na antiga Vila Nova de Andrade e em 1527 já tinha aproximadamente 1600 habitantes. Mais tarde, em 1553 a Companhia de Jesus estabeleceu a sede e inaugurou a Igreja de São Roque e um hospital. A maior parte dos edifícios do Bairro Alto têm origem no século XVIII com a deslocação da Nobreza lisboeta para este bairro durante o reinado de Dom João V (1689-1750). O Bairro Alto a partir do século XIX passou a ser conotado com a vida noturna e a imprensa escrita. A vida noturna nesta zona de Lisboa surgiu a partir do século XIX com o fado e o aparecimento de inúmeros restaurantes, casas de fado, bares e tascas portuguesas. A imprensa escrita em Portugal teve o seu apogeu durante as décadas de 1960 e 1970 com o estabelecimento de treze dos vinte jornais nacionais.
A História do Bairro Alto pode-se dividir em quatro épocas:
1. A criação da Vila Nova de Andrade:
No século XVI, a maior parte do Bairro Alto era propriedade dos condes de Andrade e Atouguia, que se uniram para criar a Vila Nova de Andrade. Vila Nova de Andrade começou no ano de 1513 entre o rio e a rua de Santos, tendo aproximadamente 500 habitantes em 1528 e quase mil no fim do século XVI. Os primeiros habitantes do Bairro Alto eram pessoas relacionadas com as profissões marítimas, maioritariamente trabalhadores na Ribeira das Naus.
2. O estabelecimento dos Jesuítas na Colina de São Roque:
em 1553, a Companhia de Jesus instalou-se na Colina de São Roque com a construção da Igreja de São Roque e de um Hospital. O Bairro Alto passa a ser conhecido como Bairro Alto de São Roque, tendo sido o local escolhido pelos Nobres para viverem com as suas familias. Passaram a existir dois Bairros: Bairro Alto de São Roque e o Bairro Baixo de Vila Nova de Andrade. O Bairro Alto cresceu à volta da Igreja de São Roque, tendo sido considerado o primeiro traçado racionalista da cidade de Lisboa. No século XVI, as ruas do Bairro Alto eram consideradas largas e adequadas aos coches da altura.
3. O Terramoto de 1 de Novembro de 1755 e a reconstrução do Bairro Alto:
o Terramoto de 1755 destruiu grande parte do Bairro Baixo de Vila Nova de Andrade. Contudo o Bairro Alto de São Roque quase não foi atingido. Foi a partir desta época que o Bairro Alto passou a ser habitado pela Burguesia e Aristocracia, época em que as águas furtadas dos edifícios passaram a ser usadas como habitação.
4. A transformação do Bairro Alto a partir do século XIX:
a partir do século XIX, os nobres venderam a maior parte dos palácios e abandonaram o Bairro Alto para outros locais da cidade. Foi a partir desta data que o Bairro Alto de Lisboa passou a ser a sede da imprensa escrita do país: praticamente todos os jornais de imprensa se instalaram ali. Com imprensa jornalistica, o Bairro Alto transformou-se e passou a ser conhecido pelo ambiente cultural, boémio e artístico que dura até hoje. O Bairro Alto foi a sede da imprensa nacional desde o século XIX até 1970. Atualmente só existe um jornal no Bairro Alto, o jornal desportivo “A Bola”. A partir da década de 1980 surgiram os primeiros espaços de diversão noturna, nomeadamente a discoteca “Frágil” e o restaurante “Pap’Açorda” (atualmente com estabelecimento no Mercado da Ribeira).
Arquitetura e origem do Bairro Alto
A arquitetura no Bairro Alto é possível observar através das ruas perpendiculares perfeitamente desenhadas a régua e esquadro, sendo igualmente labirínticas devido a parecerem todas iguais para quem visita o Bairro Alto pela primeira vez. O Bairro Alto foi o primeiro bairro com planeamento urbanístico a ser construído fora da antiga cerca que rodeava a cidade de Lisboa. O atual Bairro Alto tem origem no século XVIII, do reinado de Dom João V (1689-1750) com a deslocação da Nobreza que fugiu da zona ribeirinha para o Bairro Alto, localizado a norte do centro lisboeta. O Bairro Alto é o maior exemplo de planeamento urbanístico de Lisboa. No Bairro Alto é possível encontrar igrejas imponentes, como a Igreja de São Roque ou a Igreja de Santa Catarina, palácios, nomeadamente o Palácio do Marquês de Pombal e o Palácio de Santa Catarina, largos e praças como o Largo do Carmo ou a Praça Luís de Camões e jardins, especialmente o de São Pedro de Alcântara, integrado no Miradouro de São Pedro de Alcântara.
Santa Catarina e Bica, os arredores do Bairro Alto
O bairro de Santa Catarina, construído sobre a colina de Santa Catarina, foi assim designada para prestar homenagem a Santa Catarina do Monte Sinai. Os principais destaques do bairro de Santa Catarina são o Miradouro de Santa Catarina, o Alto de Santa Catarina, a Praça Luís de Camões e o Largo do Calhariz. bairro de Santa Catarina era o local onde se encontravam as Portas de Santa Catarina da Cerca Fernandina. Os limites geográficos da colina de Santa Catarina encontram-se definidos entre a Praça Luís de Camões e a Calçada do Combro. O bairro de Santa Catarina apresenta uma paisagem única em toda a cidade de Lisboa devido ao terreno inclinado e à vista magnífica do rio Tejo possível observar de quase todos os edifícios. A maioria dos edifícios são antigos, as ruas são estreitas e sinuosas. Neste bairro, como um pouco por toda a zona histórica de Lisboa, podemos vivenciar as pessoas a falar de uma janela para a outra, a roupa estendida nos estendais e uma agitação única durante todo o dia e a maior parte da noite. É um local muito procurado por portugueses e estrangeiros para descansar, visitar e viver.
O bairro da Bica localizado entre o Bairro Alto e o Cais do Sodré e apresenta uma paisagem única na cidade com a existência de várias calçadas, ruas estreitas e escadinhas. As artérias principais são a rua da Bica de Duarte Belo, Calçada da Bica e a Calçada da Bica Pequena. O bairro da Bica surgiu devido a um aluimento de terras em 1597 que se verificou entre Alto de Santa Catarina e o Alto das Chagas. O bairro da Bica deve o nome à fonte Bica dos Olhos construída em 1675, conhecida pela capacidade milagrosa de tratamento da cegueira ao lavar os olhos com água. A rua da Bica de Duarte Belo é a mais importante do bairro, é aqui que encontramos o Elevador da Bica. O Elevador da Bica foi inaugurado no dia 28 de Junho de 1892 com o objetivo de ajudar os habitantes do bairro a transportar a água e mercadorias. Atualmente é um dos principais meios de transporte do bairro, uma das mais importantes atrações turísticas da cidade de Lisboa e faz a ligação entre a rua de São Paulo e o Largo do Calhariz.
A Cerca Fernandina foi construída em 1375 nesta zona muito frequentada para entrar e sair de Lisboa durante o século XV e XVI. As Portas de Santa Catarina foram destruídas entre 1702 e 1707 para que fosse possível a passagem do cortejo de Dona Maria Ana de Áustria, futura mulher de Dom João V. As Portas de Santa Catarina foram, mais tarde, substituídas pelo Largo do Chiado e por duas igrejas: a Igreja de Nossa Senhora do Loreto e a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação.