Neste artigo, vais ficar a conhecer:
Graça
O Bairro da Graça é um bairro histórico situado na Colina de Santo André, a colina mais alta da cidade de Lisboa, com uma grande variedade de edifícios, murais de arte urbana, ruas, largos, jardins, vilas operárias, miradouros e palácios. Nas ruas do Bairro da Graça é possível observar o movimento constante dos moradores de uma aldeia tradicional dentro de uma grande cidade, dos elétricos de Lisboa (Bondes) (o famoso Elétrico 28 passa por aqui), dos tuck-tuck, dos transportes públicos e dos automóveis.
A Graça é um dos bairros mais típicos de Lisboa, onde se sente o que é ser lisboeta, onde se obtém vistas panorâmicas fantásticas sobre toda a cidade, local onde podemos provar a gastronomia portuguesa num dos muitos restaurantes locais. É um bairro cheio de vida própria com inúmeras lojas, cafés, pastelarias, padarias, peixarias. Encontramos grande variedade de atrações e comércio local no Bairro da Graça sem precisar de um meio de transporte. É tudo perto neste bairro. O Bairro da Graça está próximo de Alfama, próximo do Castelo de São Jorge, próxima da Feira da Ladra… É uma aldeia dentro da cidade em que todas as pessoas se conhecem e cumprimentam. O bairro da Graça tem sido muito reabilitada ultimamente, o que tem originado nos últimos anos aumento da procura por parte de novos moradores nacionais e estrangeiros. É um bairro seguro e tranquilo.
A Graça é administrada pela Junta de Freguesia de São Vicente.
Atrações a visitar no bairro da Graça (Top 10)
1. Miradouro Sophia de Mello Breyner Andersen: Vulgarmente conhecido com “O Miradouro da Graça” é um dos miradouros mais procurados pelos turistas e lisboetas para apreciar a beleza da cidade, localizado no Largo da Graça frente à Igreja da Graça, o miradouro é um dos locais privilegiados para observar a Mouraria, a Baixa, Alfama, o Castelo, a Ponte 25 de Abril, o Rio Tejo e a Serra da Arrábida da outra margem do Tejo. Neste miradouro existe uma esplanada para servir os visitantes. Os principais destaques do Miradouro Sophia de Mello Breyner Andersen são a vista panoramica sobre a cidade de Lisboa, desde o rio Tejo até às Avenidas Novas; a Igreja e Convento da Graça; a esplanada do miradouro onde podes desfrutar da vista e da sombra das árvores; e o Busto dedicado à poetisa Sophia de Mello Breyner Andersen inaugurado em 2009 e esculpido por António Duarte.
2. Igreja e Convento da Graça é uma construção do século XVIII da autoria dos arquitetos Caetano Tomás de Sousa e Manuel Caetano de Sousa. O primeiro convento foi inaugurado em 1271 para alojar cinquenta monges da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, sendo dedicado ao culto de Nossa Senhora da Graça.
Os principais destaques da Igreja e Convento da Graça são:
- Claustro, a principal atração do convento, construído em estilo Clássico, com os Azulejos do século XVII com temas relacionados com aves e flores; os Painéis de azulejos com representação da Misericórdia, a Fé, a Esperança, a Justiça, a Liberdade e a Caridade; e os Painéis de azulejos a representar cenas da Paixão de Cristo.
- Fachada principal com destaque para o um medalhão com a efígie de Santo Agostinho datada do século XIII, um nicho com imagem de Santo Agostinho e uma torre sineira da autoria de Manuel da Costa Negreiros.
- Fachada Lateral Sul com referência para a dimensão da paisagem envolvente.
- Teto da Igreja construído em cinco tramos, pintado com cenas a representar anjos e uma legenda com “Ave Maria” da autoria de João Vaz e Elói Ferreira do Amaral.
- Capela-Mor reconstruída duas vezes, nomeadamente entre 1765 e 1785 e 1896 e 1905. Os principais destaques da Capela-Mor são Pintura central a representar uma cena da vida de Santo Agostinho; os Quatro medalhões com representação dos Evangelistas Marcos, Lucas, Mateus e João; as Doze telas com representação dos passos de Santo Agostinho, autoria de Pedro Alexandrino.
- Sacristia com destaque as Pinturas a representar a Assunção de Nossa Senhora e retratos de Frei António Botado e Mestre de Foios Pereira da autoria de Pedro Alexandrino; Um sarcófago de mármore do Secretário de Estado de Dom Pedro II (1648-1706) Mendo de Foios Pereira; e os Sete painéis de azulejos do século XVIII a representar a vida de Santa Maria.
- Capela dos Pretos Cativos integra as quatro imagens de santos negros, nomeadamente Santa Efigénia, Santo Estêvão, Santo António de Notto e São Benedito
- Capela do Senhor dos Passos com destaque para o altar e medalhão a representar o Padre Eterno, autoria de Estêvão Rodrigues e os sete quadros pintados a óleo a representar cenas da vida de Jesus Cristo, autoria de Francisco José da Rocha.
3. Miradouro de Nossa Senhora do Monte localizado no Largo do Monte a aproximadamente 90 metros de altitude, é um dos miradouros mais elevados da cidade de Lisboa. O miradouro é um local de visita obrigatória para visitantes devido à vista magnífica sobre a cidade, à presença de bares, restaurantes e cafés, sempre com a presença de habitantes locais e turistas, especialmente ao final da tarde para observar o pôr-do-sol. Os principais destaques do Miradouro de Nossa Senhora do Monte são a vista sobre o Castelo de São Jorge, a Baixa Pombalina, o Convento do Carmo, o Monsanto, as Avenidas Novas, a Penha de França e a Mouraria; a Capela de São Gens em homenagem ao primeiro Arcebispo de Lisboa, assassinado neste local pelos Romanos devido a progagar o catolicismo. O destaque da capela é a Cadeira de São Gens que, de acordo com a lenda, contribui para curar a infertilidade.
4. Voz do Operário é uma sociedade de instrução e beneficiência da cidade de Lisboa que apresenta métodos de ensino inovadores, localizada na Rua da Voz do Operário. A “Voz do Operário” foi fundada durante o crescimento do Movimento Operário em Portugal na segunda metade do século XIX, relacionado com a indústria tabaqueira. Esta instituição foi criada com o objetivo de alfabetizar e organizar os movimentos grevistas realizados por uma grande parte dos mais de cinco mil operários desta indústria. A Voz do Operário teve alguns episódios históricos importantes, nomeadamente a fundação do jornal “Voz do Operário” em 1879, a criação da Sociedade Cooperativa A Voz do Operário, primeira Comissão Escolar em 1891 ou o início da construção do edifício atual em 1912. Esta instituição merece uma visita devido à Biblioteca Social da Voz do Operário, uma das mais importantes bibliotecas nacionais para o estudo do movimento sindicalista e operário do século XIX.
5. Vila Berta: é uma zona habitacional e de escritórios, localizada na Rua do Sol à Graça, construída no início do século XX pelo empresário Joaquim Francisco Tojal com o objetivo de alojar a família, amigos, os mestres e operários que trabalhavam no Estaleiro Tojal. Joaquim Francisco Tojal comprou o terreno parte da Quinta do Alcaide Fidalgo em 1887, tendo batizado o condomínio como “Vila Berta” em homenagem à filha. A Vila Berta foi habitada por alfaiates, modistas, artistas, profissionais da construção, engenheiros, arquitetos, e outros operários, especialmente a partir da década de 1960. Os principais pontos de interesse da Vila Berta são a arquitetura dos edifícios; os Azulejos em Arte Nova; os varadins de ferro forjado.
6. Capela de Nossa Senhora da Glória é uma edificação do século XVIII, localizada na Rua de Nossa Senhora da Glória, com destaque para a Decoração do teto; autoria de F. A. Martins; a Capela-Mor com azulejos do século XVIII a representar temas relacionados com as flores, medalhão relacionado com a Virgem Maria, autoria de Pedro Alexandrino de Carvalho; e o retábulo de talha dourada da autoria do entalhador António Nunes Colares.
7. Palácio dos Condes da Figueira é um dos poucos palácios da cidade de Lisboa construídos antes do Terramoto de 1755, localizado na Calçada da Graça. Dom João II autorizou Dom João de Mendonça a construir o palácio próximo do Arco de Santo André em 1490, uma das entradas de Lisboa destruída no início do século XX. O palácio passou a ser chamado de “Palácio dos Condes da Figueira” no século XIX quando Dona Maria de Mendonça casou com o Primeiro Conde de Figueira. Os principais destaques do Palácio dos Condes da Figueira são a Porta principal datada do século XVII elevada pelo brasão dos Mendonça; e os Painéis de azulejos dos séculos XVII e XVIII
8. Palácio dos Senhores da Trofa é um edifício do século XVII que integra um hostel, localizado na Calçada da Graça. Os principais pontos de interesse são o Pátio central; as janelas das fachadas; e o Portão do século XVII.
9. Vila Sousa é uma zona residencial, localizada no Largo da Graça. João Luís de Sousa mandou construir a Vila Sousa em 1890, adaptando um palácio abandonado para que a família e os operários pudessem habitar. Os principais destaques são a Entrada principal com inscrição “Villa Sousa”, 1890 e “João Luís Sousa & Filho”; o Pátio central; e a Fachada principal decorada.
10. Cine Royal (atual supermercado Pingo Doce) é um edifício da década de 1920 que aloja um supermercado, localizado na Rua da Graça. O Cine Royal foi o primeiro cinema sonoro de Lisboa, com capacidade de 900 lugares e um espaço de orquestra, inaugurado em 1929 com um projeto do arquiteto Manuel Joaquim Norte Júnior (1878-1962) propriedade do empresário galego Agapito Serra Fernandes. O edifício desempenhou várias funções, nomeadamente local de saida Ascensor da Glória, que fazia a ligação entre a Rua da Graça e a Rua da Palma, foi cinema entre 1929 e 1983 e supermercado. Os principais destaques do edifício do antigo Cine Royal são: a Fachada principal, o Relógio , o Símbolo desenhado no topo da porta.
Outras Atrações a explorar no bairro da Graça
- Bairro da Estrela de Ouro é uma zona residencial composta por quatro ruas: a Rua Virgínia, Rua Rosalina, Rua Josefa Maria e e Rua Serra Vidal, com uma paisagem urbana única que é visível nos edifícios de dois pisos e estrelas de cinco pontas moldadas na pedra em calçada portuguesa. O Bairro da Estrela de Ouro foi construido por Agapito Serra Fernandes em 1908 com o objetivo de instalar a família e os funcionários das empresas. As principais atrações são as casas pintadas de vermelho e amarelo, as estrelas desenhadas no chão e nas casas, e a Vivenda Rosalina, a antiga residência de Agapito Serra Fernandes.
- Jardim da Cerca da Graça é o “maior espaço verde de acesso público à zona histórica e o segundo maior de Lisboa, depois do Jardim Botânico”, com aproximadamente 1.7 hectares. O Jardim da Cerca da Graça é muito visitado por turistas e lisboetas durante o dia, especialmente aos fim-de-semana devido às várias atrações, nomeadamente, a Vista sobre a Mouraria, sobre o Castelo de São Jorge, Ponte 25 de Abril, o Cristo Rei e o Rio Tejo. No Jardim da Cerca da Graça encontramos um relvado central, três miradouros, um parque de merendas, um quiosque com esplanada, um parque infantil, e uma ciclovia.
- Jardim Augusto Gil é um jardim localizado no Largo da Graça, com um lago, uma estátua com a inscrição “Mãe e Filho” e o facto de estar relativamente próximo do Miradouro e da Igreja da Graça.
- Teatro da Graça
- Bairro da Estrela de Ouro
- Capela de Santa Verónica
- Convento das Mónicas
- Escola Secundária Gil Vicente
- Jardim do Convento da Graça
- Palácio Figueira
- Reservatório da Verónica
- Quartel Sapadores
Lojas Históricas no Bairro da Graça
- Farmácia Morão é classificada como Loja Histórica, localizada no Largo da Graça desde a fundação em 1896 pelo farmacêutico José Augusto Morão
Ruas e Praças Principais do Bairro da Graça
Largo da Graça é uma das ruas mais movimentadas do Bairro da Graça durante o dia, com o movimento constante de elétricos de Lisboa (Bondes), tuck tucks e táxis, turistas, habitantes do bairro e bombeiros, dos dois quartéis nas proximidades. O Largo da Graça, faz a ligação entre a Calçada da Graça e a Rua da Voz do Operário, com várias atrações, nomeadamente o Le Bar à Crêpes, O Pitéu da Graça e o Jardim da Graça. O Largo da Graça é assim designado desde 1700, devido à presença do antigo Convento de Nossa Senhora da Graça.
Calçada da Graça é, juntamente com o Largo da Graça e a Rua da Graça, a zona mais movimentada deste bairro histórico lisboeta devido à proximidade de pontos turísticos importantes, nomeadamente a Igreja e Convento da Graça, o Miradouro da Graça, e o Palácio dos Condes da Figueira. A Calçada da Graça faz a ligação entre o Largo da Graça e a Rua do Salvador.
Rua da Graça é uma das ruas mais importantes deste bairro lisboeta devido ao grande movimento de pessoas, de inúmeros restaurantes, cafés, estabelecimentos comerciais e instituições públicas de apoio ao cidadão. A Rua da Graça constitui um dos pontos de entrada e saída do Bairro da Graça através da Rua dos Sapadores, que comunica diretamente com o Bairro da Penha de França. A Rua da Graça apresenta vários pontos de interesse, nomeadamente o Pingo Doce, onde existia o Cine Royale, o Bairro Estrela de Ouro ou e o acesso ao Miradouro de Nossa Senhora do Monte através da Rua da Senhora do Monte. A Rua da Graça é assim chamada devido à construção do Convento de Nossa Senhora da Graça
Rua da Voz do Operário é uma das ruas que possibilita o acesso ao bairro da Graça e ao bairro de Alfama, sendo um pouco íngreme, de passeios estreitos, carris dos eléctricos que tornam a estrada escorregadia. A Rua Voz do Operário é muito procurada devido à presença da sede de “A Voz do Operário”, à proximidade da Feira da Ladra, da Igreja de São Vicente de Fora e de Alfama. A Rua Voz do Operário deve o nome devido à presença da sociedade da Voz do Operário neste local desde 1915.
Rua da Senhora do Monte é a rua mais íngreme do Bairro da Graça, dando acesso ao Miradouro de Nossa Senhora do Monte localizado a aproximadamente noventa metros de altitude, o ponto mais elevado deste bairro lisboeta. Apesar de estar localizado a esta altitude, é de visita obrigatória para quem se encontra em Lisboa, devido à vista panorâmica única sobre a capital portuguesa, com regular congestionamento de carros, tuck tucks, autocarros e carrinhas. A Rua de Nossa Senhora do Monte faz a ligação entre o Miradouro de Nossa Senhora do Monte e a Rua da Graça, sendo assim chamada devido à fundação da Ermida de Nossa Senhora do Monte e de São Gens em 1147.
História do bairro da Graça
A Graça foi o local escolhido pelo primeiro rei de Portugal Dom Afonso Henriques para preparar a conquista de Lisboa em 1147. Era neste bairro que se encontrava o cemitério árabe que mais tarde foi aproveitado para a construção de dois conventos: um doado aos monges de São Vicente e outro aos monges de Santo Agostinho. Os dois conventos foram dedicados a Nossa Senhora da Graça. Os palácios da Graça foram construídos entre o século XVI e o século XVIII. A Graça era uma zona rural até ao Terramoto de Lisboa de 1 de Novembro de 1755, tendo resistido apenas o Convento dos Agostinhos. O bairro da Graça começou a tomar a forma atual, a partir do século XIX, com a construção do Largo da Graça e da Calçada da Graça. O bairro da Graça perdeu as características rurais a partir da construção da Estação de Comboios de Santa Apolónia, que fez com que surgissem novas moradores, nomeadamente operários e empresários ligados à indústria.