Neste artigo, vais ficar a conhecer:
Baixa de Lisboa
A Baixa é a zona de Lisboa que foi reconstruída por Marquês de Pombal após o Terramoto de 1 de Novembro de 1755. A Baixa de Lisboa é o coração da cidade de Lisboa, também chamada de Baixa Pombalina carateriza-se pelas ruas retas e largas que foram desenhadas a partir da Rua Augusta e de acordo com as profissões que existiam na época, nomeadamente sapateiros, douradores e correeiros. A Rua Augusta toda pavimentada em calçada portuguesa, é uma das ruas com mais animação de rua em Lisboa. Na Baixa é possível assistir a uma série de artistas de rua durante o dia, nomeadamente homens estátuas, tocadores de violino e guitarra e, por vezes, grupos de música como as Tunas Académicas e grupos de dançarinos africanos. Na Baixa existem estabelecimentos de comércio tradicional, restaurantes com a gastronomia típica portuguesa, escritórios de empresas de várias áreas de negócios (banca, finanças, ourivesarias, e outras, hotéis e hostels de luxo, um miradouro e vários espaços culturais, nomeadamente o MUDE (Museu do Design e da Moda). A Baixa é muito procurada por aficionados de arquitetura, por homens de negócio, investidores, jovens, ou por turistas à descoberta da cidade. A Baixa é o local indicado para quem pretende ficar alojado no centro da capital portuguesa e movimentar-se sem necessidade de viatura própria.
Estrutura deste artigo da Baixa lisboeta:
A Baixa de Lisboa encontra-se limitada a norte pelo Largo do Regedor, a este pela rua da Madalena, a sul pela rua da Alfândega, a oeste pelo Largo de São Julião e pela rua Nova do Almada, faz a ligação entre o Chiado, a Avenida da Liberdade e Alfama.
A Baixa é integrada pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.
As Atrações da Baixa de Lisboa (top 10)
1. Convento do Carmo: O Convento do Carmo é um dos edifícios mais importantes da cidade de Lisboa datado do período anterior ao Terramoto de 1 de Novembro de 1755. O Convento do Carmo encontra-se localizado no Largo do Carmo – Chiado, integrando o Museu Nacional de Arqueologia desde o século XIX, tendo a fachada principal sido recentemente restaurada. O Convento é atualmente muito visitado devido à coleção de artefactos importantes da História de Portugal exposta no interior do Museu e devido a ser um testemunho arquitetónico do terramoto. O Convento do Carmo apresenta as seguintes principais coleções:
- Coleção de Epigrafia Romana;
- Coleção de Cerâmicas e Múmias Pré-Colombianas;
- Sarcófago e Múmia Egípcia;
- Túmulo de Dom Fernando I (1345-1383);
- Túmulo da Rainha Dona Maria de Áustria do século XVIII;
- Pedras moçárabes do século X;
2. Elevador de Santa Justa: O Elevador de Santa Justa é um elevador funicular situado na Baixa da cidade de Lisboa construído verticalmente numa estrutura de ferro fundido. As principais atrações do elevador são a vista panorâmica sobre Lisboa e a arquitetura da estrutura . O Elevador de Santa Justa foi projetado por Raoul Mesnier de Ponsard e inaugurado no dia 10 de Julho de 1902.
3. Casa do Alentejo: A Casa do Alentejo é a sede da Associação Regionalista Alentejana desde 1928. A Casa do Alentejo está integrada num palácio do século XIX mandado construir pela família dos Viscondes de Alverca. O palácio foi tendo várias funções ao longo dos anos, nomeadamente a de primeiro casino de Lisboa, conhecido como “O Majestic Club”. A Casa do Alentejo tem uma arquitetura estilo neo-árabe, tendo sido projetada pelo arquiteto Silva Júnior. A Casa do Alentejo é muito visitada devido aos seguintes motivos: beleza do Salão dos Espelhos e pela qualidade da comida regional do Alentejo servida nos restaurantes existentes no palácio.
4. Igreja de São Domingos: A Igreja de São Domingos é uma das igrejas mais importantes da cidade, encontra-se localizada no Largo de São Domingos, próximo da Praça Dom Pedro IV, conhecida como o Rossio de Lisboa. A igreja foi alvo de duas grandes catástrofes, o terramoto de 1755 e um incêndio em 1954. A Igreja de São Domingos destaca-se devido à grande dimensão do interior, especialmente o teto construído em falsa abóboda de berço pintado com manganês e ocre. Os principais destaques são parte do lenço da Irmã Lúcia e o terço de Jacinta usados no dia 13 de Maio de 1917, durante o Milagre do Sol e o túmulo de Dom João de Castro. A Igreja de São Domingos foi alvo de alguns acontecimentos marcantes da História de Portugal, nomeadamente:
- o Massacre dos Judeus em 1506;
- início dos Autos-de-Fé da Inquisição;
- local de reuniões secretas de Dom João IV e aliados contra Espanha.
5. Miradouro do Arco da Rua Augusta: O Miradouro do Arco da Rua Augusta é um ponto de vista privilegiado sobre Lisboa, o Rio Tejo e o Parque Natural da Arrábida. O Miradouro encontra-se integrado no Arco da Rua Augusta, foi inicialmente projetado em 1759 por Eugénio dos Santos. O Arco da Rua Augusta foi inaugurado em 1875 com um projeto do arquiteto Veríssimo José da Costa. O Arco da Rua Augusta encontra-se localizado no topo norte da Praça do Comércio, fazendo a ligação com a Rua Augusta e a união de dois edifícios. É uma das principais atrações de Lisboa devido ao conjunto escultórico com representações de algumas das figuras mais importantes da História de Portugal, nomeadamente:
- as estátuas de Viriato, Vasco da Gama, Dom Nuno Álvares Pereira, Marquês de Pombal,
- as representações alegóricas dos rios Douro e Tejo da autoria de Vítor Bastos.
As estátuas do topo do arco são representações alegóricas que representam “A Glória coroando o Génio e o Valor” da autoria do escultor Anatole Calmels, uma inscrição em latim que significa “Às Virtudes dos Maiores” e um relógio no interior do arco.
6. Museu da Guarda Nacional Republicana: O Museu da Guarda Nacional Republicana encontra-se integrado no edifício do Quartel do Carmo. O Museu da Guarda Nacional Republicana está localizado no Largo do Carmo, foi aberto ao público em 2015 com o objetivo de preservar e divulgar a história da Guarda Nacional Republicana. O Quartel do Carmo foi palco de um dos acontecimentos mais importantes da História de Portugal, nomeadamente a Revolução dos Cravos que ocorreu no dia 25 de Abril de 1974. A coleção do Museu da Guarda Nacional Republicana inclui mais de duas mil peças datadas do século XIV ao século XXI, relacionadas com as várias forças de segurança que existiram em Portugal, especialmente Guarda Municipal, Guarda Real da Polícia de Lisboa e Guarda Nacional Republicana.
7. Teatro Nacional Dona Maria II: O Teatro Nacional Dona Maria II é um edifício histórico, tem por objetivos a promoção do teatro a nível nacional, a oferta de formação para os atores e técnicos e a realização de protocolos nacionais e internacionais para a promoção do teatro português. O Teatro Nacional Dona Maria II foi inaugurado no dia de aniversário da Rainha Dona Maria (1819-1853) 13 de Abril de 1846. O Teatro Nacional reflete a influência do escritor Almeida Garrett, responsável pela criação da Inspeção Geral dos Teatros e Espetáculos Nacionais e pelo Conservatório de Arte Dramática. O Teatro Nacional Dona Maria II foi construído na Praça Dom Pedro IV no local do antigo Palácio dos Estaus, antiga sede da Inquisição antes do Terramoto de 1755. O edifício atual do Teatro Nacional foi projetado pelo arquiteto italiano Fortunato Lodi. O Teatro Nacional foi quase totalmente destruído por um incêndio em 1964, o que levou à reconstrução e reabertura em 1978. O Teatro Nacional Dona Maria II apresenta como principais destaques a fachada principal em estilo Neoclássico, a Sala Garrett, o Salão Nobre e a livraria, os corredores, o faustoso átrio principal e o Café Garrett.
8. Museu do Dinheiro: O Museu do Dinheiro é um espaço onde é possível observar a evolução histórica do dinheiro de uma forma interativa, tem por objetivo fazer a divulgação da história do dinheiro no mundo e em Portugal, encontra-se integrado na antiga Igreja de São Julião, no Largo de São Julião na Baixa Pombalina. O Museu do Dinheiro encontra-se organizado em oito espaços, nomeadamente:
- Espaço Tocar / O que é o Dinheiro?;
- Espaço Trocar / Isto é Dinheiro;
- Espaço Convencionar / A Origem da Moeda;
- Espaço Representar / Sala do Tesouro;
- Espaço Narrar / Genealogia do Dinheiro e da Banca;
- Espaço Fabricar / Produção de Moedas e Notas; Ilustrar / Notas do Mundo;
- Espaço Testemunhar / O Homem e o Dinheiro;
- Espaço Revelar / Memória do Sítio.
O Museu do Dinheiro apresenta os seguintes destaques:
- Igreja de São Julião;
- Muralha de Dom Dinis;
- Barra de ouro de 12.6 kgs;
- Nota chinesa: primeira nota do Oriente do século IX d.C.;
- Português de Dom Manuel I: moeda de ouro cunhada entre 1499 e 1521;
- Morabitino de Dom Sancho II: último morabitino cunhado em Portugal;
- Dobra de 24 escudos: a maior e mais pesada moeda de Portugal com 85 gramas de peso;
9. Lisboa Story Centre: O Lisboa Story Centre é um centro de divulgação da história de Lisboa através de apresentações com realidade virtual, foi criado como centro de interpretação da História de Lisboa. O Lisboa Story Centre tem por objetivo principal a divulgação da História de Lisboa através de formato multidimensional com a ajuda de áudio guia durante um período aproximado de sessenta minutos. O Lisboa Story Centre encontra-se localizado na Praça do Comércio. O Lisboa Story Centre encontra-se organizado em seis espaços principais:
- Núcleo 1: Mitos e Realidades;
- Núcleo 2: Lisboa, Cidade Global;
- Núcleo 3: 1 de Novembro de 1755;
- Núcleo 4: A Visão de Pombal;
- Núcleo 5: A Praça: Política e Prazer;
- Núcleo 6: Lisboa Virtual.
10. Museu da Cerveja (Museu da Cerveja): O Museu da Cerveja é um espaço lúdico e de convívio à volta do tema da cerveja, foi criado com o objetivo de divulgar a história da cerveja em Portugal e no Mundo. O Museu da Cerveja encontra-se localizado na Praça do Comércio, tendo sido inaugurado em 2012. O Museu da Cerveja oferece vários espaços culturais e gastronómicos, nomeadamente o Espaço de Cervejaria. O museu encontra-se organizado em quatro espaços principais:
- Dos primórdios ao início da Produção Industrial;
- A História dos Produtores Nacionais;
- A Cerveja nos Países de Língua Oficial Portuguesa;
- A Adega Monástica.
Outros locais a visitar enquanto exploramos a Baixa de Lisboa
Sociedade de Geografia de Lisboa: A Sociedade de Geografia de Lisboa é um local onde é possível aprender sobre a Expansão Portuguesa e o avanço português no interior de África, especialmente entre Angola e Moçambique. A Sociedade de Geografia de Lisboa encontra-se localizada na rua das Portas de Santo Antão, entre a Praça dos Restauradores e o Largo de São Domingos. A Sociedade de Geografia de Lisboa foi inaugurada no dia 8 de Julho de 1897, aquando da celebração do quarto centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia. O Palácio onde se encontra instalada a sociedade e o museu foi projetado por José Luís Monteiro, apresentando os seguintes destaques:
- Átrio: Conjunto de seis estátuas a representar figuras dos Descobrimentos Portugueses, nomeadamente Infante Dom Henrique, Fernão Lopes, Pedro Álvares Cabral, Azurara, João de Barros e Castanheda;
- Sala do Convívio dos Sócios: sala de estar ampla e arejada que recebe os investigadores e sócios que frequentam a Sociedade de Geografia de Lisboa;
- Biblioteca e Cartoteca;
- Sala de reuniões da direção: onde é possível observar quadros pintados a óleo a retratar os vários presidentes da sociedade e o Rei Dom Luís;
- Sala Portugal: é o local onde se encontra o Museu. O Museu apresenta coleções de várias regiões como África Ocidental, África Central, África Oriental, Índia, China, Japão e Timor;
- Sala Algarve: aqui destacamos a presença de estátuas de Vasco da Gama, do Infante Dom Henrique e de Luís Vaz de Camões. Para além destas estátuas é possível observar o globo que foi propositadamente projetado para a Exposição Internacional de Paris de 1931 com o desenho das rotas dos navegadores portugueses entre 1482 e 1660;
- Sala da Índia: aqui merece referir o variado mobiliário indo-português, os retratos a óleo do Rei Dom Carlos e da Rainha Dona Amélia e dois globos terrestres da autoria de Vicente Coronelli;
- Sala dos Padrões: destaque para os padrões trazidos de África como o Padrão de Diogo Cão de 1482;
- Biblioteca: a Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa é reconhecida mundialmente como essencial para o estudo da História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa, Geografia, História e Etnografia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. A biblioteca foi inaugurada em 1880, contando aproximadamente com 66 mil títulos.
Café Martinho da Arcada: O Café Martinho da Arcada é um restaurante local histórico de Lisboa e muito frequentado por lisboetas e turistas devido à localização, qualidade da comida e serviço, e também pela história. O Café Martinho da Arcada encontra-se localizado na Praça do Comércio, em frente ao Museu da Cerveja. O Café Martinho da Arcada foi inaugurado no dia 7 de Janeiro de 1782 como loja de bebidas e gelo. O Café Martinho da Arcada pertenceu a vários proprietários, desde o fundador o Reveiro-Mor da Casa Real Julião Pereira de Castro e o italiano Domenico Mignani que mudou o nome de “Casa do Gelo” para “Casa de Café Italiana”, Martinho Bartolomeu Rodrigues, mudou o nome para a atual designação de “Café Martinho da Arcada” em 1845 e António de Sousa. O Café Martinho da Arcada começou a ganhar notoriedade entre os lisboetas devido à presença constante de vários escritores e intelectuais, nomeadamente Fernando Pessoa, Luís Machado, Eduardo Lourenço, Júlio Pomar, Siza Vieira, Amália Rodrigues ou Mário Soares. O Café Martinho da Arcada é também conhecido pela qualidade da gastronomia, nomeadamente os pastéis de nata, o Bife à Martinho e o Bacalhau à Martinho.
Igreja da Madalena: A Igreja da Madalena é uma igreja reconstruída depois do Terramoto de 1755 e atualmente usada em cerimónias religiosas como a Procissão de Santo António. A igreja encontra-se localizada no Largo da Madalena, a meio caminho entre a Baixa e Alfama. A Igreja da Madalena foi inaugurada em 1164, sendo a versão atual uma recuperação de 1783. Os principais destaques são as pinturas da autoria de Pedro Alexandrino de Carvalho (1730-1810) e de Machado de Castro (1731-1822) no interior e o portal de entrada em estilo Manuelino.
Museu de Lisboa: Torreão Poente do Terreiro do Paço: O Torreão Poente da Praça do Comércio é um dos cinco espaços museológicos que constituem o Museu de Lisboa, nomeadamente o Palácio Pimenta, o Teatro Romano, o Museu de Santo António e a Casa dos Bicos. O Torreão Poente era o local onde se encontrava o Paço da Ribeira antes do Terramoto de 1755. O Torreão Poente é um espaço onde se realizam exposições temporárias relacionadas com a História de Lisboa
Galerias Romanas da Rua da Prata: As Galerias Romanas da Rua da Prata são um criptopórtico estende-se pelas ruas da Prata, Conceição e do Ouro. O criptopórtico era uma estrutura física muito usada pela engenharia romana para nivelar o subsolo e criar maior sustentabilidade para os edifícios construídos à superfície de ruínas. As Galerias Romanas datam do século I d.C. As Galerias foram descobertas em 1771, depois do Terramoto de 1755. As Galerias foram sendo exploradas ao longo dos séculos, tendo surgido alguns mitos, especialmente um no século XIX em que se acreditava que as águas das Galerias tinham capacidades curativas para os olhos, sendo conhecidas como Conservas de Água da Rua da Prata. As Galerias podem ser visitadas no Dia dos Monumentos e Sítios durante o mês Abril e nas Jornadas Europeias do Património durante o mês Setembro. Existem oito Galerias possíveis de visitar, distribuídas por uma extensão aproximada de quarenta metros. As Galerias são compostas por várias estruturas, nomeadamente:
- Termas dedicadas a Escapulário, o Deus Romano da Medicina;
- Rede de distribuição de água pela cidade ;
- Galeria da Nascente.
Igreja de São Nicolau: A Igreja de São Nicolau foi inaugurada em 1280 com um projeto do Bispo Dom Mateus que a consagrou ao Santo Nicolau. São Nicolau nasceu na Turquia em 270 d. C. , sendo considerado o patrono das crianças, dos marinheiros e dos comerciantes. A igreja atual foi construída entre 1775 e 1850 sob a orientação de Reinaldo Manuel dos Santos. A Igreja de São Nicolau encontra-se localizada na rua da Vitória, em plena Baixa Pombalina. Os principais destaques são:
- Pinturas do teto da autoria de António Manuel da Fonseca que representam a Alegria, a Fé, a Caridade e cenas da vida quotidiana de São Nicolau;
- Quatro medalhões a representar os quatro Evangelistas. Mateus, Marcos, Lucas e João;
- Estações da Via Sacra de 1930 da autoria de Salvador Barata Feyo;
- Batistério que veio do Convento de São Francisco, entretanto destruído pelo Terramoto de 1755;
- Órgão que veio do Convento do Beato em 1835.
Igreja de Nossa Senhora da Vitória: A primeira igreja foi construída em 1556, integrada num Hospício que era gerido pelo Hospital de Todos-os-Santos. A Igreja de Nossa Senhora da Vitória atual foi inaugurada em 1824. Os principais destaques são:
- Imagem de Cristo Crucificado;
- Vitrais de 1940;
- Capela-Mor com imagens de São Pedro e Santo António;
- Imagem de Nossa Senhora da Oliveira da autoria de José de Almeida;
- Órgão de tubos de 1822 da autoria de Machado e Cerveira.
Restaurante Gambrinus: O restaurante Gambrinus é um local de referência da gastronomia de Lisboa. O Gambrinus foi inaugurado no dia 14 de Julho de 1936 no número 23 da rua das Portas de Santo Antão, onde ainda se encontra. O Gambrinus foi lançado por um alemão, Hans Schwitalla, e por um galego, Claudino Sobral Portela, com o objetivo de vender cerveja e comida alemã. O Gambrinus foi comprado em 1964 e renovado sob orientação do arquiteto Maurício de Vasconcelos para o aspeto atual. Os interiores são os principais destaques devido à decoração singular feita com mesas e cadeiras de madeira e couro português, peças de porcelana da Companhia das Índias, madeiras exóticas, as tapeçarias e os vitrais da autoria de Sá Nogueira e uma lareira em granito. O Gambrinus é um restaurante de luxo onde é possível apreciar a gastronomia portuguesa, nomeadamente a Sopa Rica de Peixe, o Empadão de Perdiz e o Arroz de Peixe.
Restaurante Solar dos Presuntos: O Restaurante Solar dos Presuntos é uma referência gastronómica da cidade de Lisboa,, tendo sido inaugurado no dia 30 de Outubro de 1974. O Solar dos Presuntos encontra-se localizado na rua das Portas de Santo Antão, próximo da Avenida da Liberdade, do Rossio e da Praça dos Restauradores. O dono do restaurante é Evaristo Cardoso, antigo chefe da Seleção Nacional de Futebol. O restaurante apresenta como principais destaques gastronómicos, nomeadamente Polvo à Galega, Lampreia de Escabeche, Cabrito Assado no Forno, Bacalhau à Gomes de Sá ou o Cozido à Portuguesa
Lojas Históricas na Baixa de Lisboa (Top 10)
Confeitaria Nacional: É uma pastelaria tradicional premiada com as melhores distinções internacionais referentes a doçaria nacional e receitas originais, foi inaugurada em 1829 por Balthazar Ruiz Castanheiro na Praça da Figueira em Lisboa com o objetivo de ser uma pastelaria de luxo, à semelhança das pastelarias que existiam em Paris. A Confeitaria Nacional é conhecida devido à grande qualidade dos doces e bolos que comercializam, nomeadamente os Pasteis de Nata e o Bolo Rei (bolo tradicional da época no natal). A história da Confeitaria Nacional está repleta de curiosidades, nomeadamente:
- Foi o primeiro estabelecimento em Lisboa a ter telefone em 1871;
- Foi o fornecedor de bolos para a Casa Real Portuguesa em 1871;
- A primeira receita de Bolo Rei em Portugal foi importada de Paris por Balthazar Ruiz Castanheiro em 1875;
- Recebeu vários prémios internacionais, nomeadamente nas Exposições Internacionais de Viena em 1873 e de Filadélfia em 1878;
- Recebeu o diploma de Casa Centenária da Associação Comercial de Lisboa em 1940 entregue pelo antigo Presidente da República Marechal Carmona;
- A Confeitaria Nacional: é atualmente fornecedora oficial da Presidência da República.
Manteigaria Silva: A Manteigaria Silva é uma loja de referência de Lisboa devido aos mais de 100 anos de existência e pela qualidade dos produtos. A primeira loja da Manteigaria Silva foi inaugurada próxima do Largo de São Domingos e da Praça da Figueira. A Manteigaria Silva atualmente disponibiliza os produtos em quatro lojas, nomeadamente na Loja Histórica da Baixa de Lisboa, na loja do Mercado da Ribeira, no restaurante Bairro do Avillez no Chiado e no café Vela Latina em Belém. A Manteigaria Silva foi inaugurada em 1890, sendo uma das vinte e quatro manteigarias de Lisboa. A Manteigaria Silva foi inicialmente lançada com o nome Bacalhoaria Silva e em 1922 mudou para a atual designação devido ao facto de a manteiga ser associado como um produto caro e apenas acessível às classes mais ricas da cidade. A manteiga era cara porque vinha dos Açores e era vendida a peso em pequenos pacotes. A Manteigaria Silva apresenta atualmente vários produtos, nomeadamente queijos, presuntos, bacalhau, enchidos, vinhos, bebidas espirituosas, conservas e frutos secos.
Chapelaria Azevedo: A Chapelaria Azevedo é uma das lojas históricas que fazem parte da caraterização cultural da cidade de Lisboa. A Chapelaria Azevedo é a loja de chapéus mais antiga de Portugal, tendo sido inaugurada em 1886 por Aquino de Azevedo. A Chapelaria Azevedo encontra-se localizada na Praça Dom Pedro IV, o Rossio de Lisboa. A loja vende chapéus de todo o género, nomeadamente o Chapéu do Panamá, o Chapéu à Portuguesa ou o Chapéu de Coco.
A Ginginha: A Ginginha foi a primeira loja em Lisboa a vender a bebida Ginja. A Ginjinha encontra-se localizada no Largo de São Domingos, inaugurada em 1840 pelo galego Espinheira. A partir deste ano, a Ginjinha Espinheira transformou-se numa das lojas de bebidas mais bem sucedidas de Lisboa. A produção da ginja é feita na Arruda dos Vinhos a aproximadamente quarenta quilómetros de Lisboa. A produção de ginja ronda cerca de cento e cinquenta mil litros por ano. A ginja é um licor feito com açúcar, ginja, aguardente e pau de canela. A ginja é sinónimo de cereja ácida e terá vindo do Mar Cáspio ou do Mar Negro para a Península Ibérica durante a ocupação romana. Em Portugal chegou a ser usada para fins medicinais durante o século XV. A ginja é produzida em várias regiões do país, nomeadamente no Fundão, na Covilhã, em Belmonte, em Portalegre, Alenquer, Bombarral, Óbidos ou Alcobaça
Café Nicola: O Café Nicola é um dos locais mais conhecidos e frequentados por intelectuais e escritores portugueses desde a inauguração em 1779. O Café Nicola encontra-se localizado na Praça Dom Pedro IV. O Café Nicola foi um local muito frequentado por pessoas ilustres da sociedade portuguesa, nomeadamente o escritor Bocage (1765-1805) e de acontecimentos históricos como ter sido um ponto de encontro de espiões ingleses, americanos ou alemães durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O Café Nicola é também produtor de café, exportando para vários países do mundo. Os principais destaques são as pinturas de Fernando Santos a representar Bocage e a arquitetura em Art Déco da autoria de Raúl Tojal
Conserveira de Lisboa: A Conserveira de Lisboa é uma loja tradicional que vende conservas. A Conserveira de Lisboa encontra-se localizada na rua dos Bacalhoeiros. A Conserveira de Lisboa foi inaugurada em 1930 com o nome de Conserveira do Minho, tendo só em 1942 passado a designar-se como Conserveira de Lisboa. A Conserveira de Lisboa manteve-se fiel à Indústria Conserveira, uma indústria importante em Portugal durante as décadas de 1960 e 1970, com a manutenção de três marcas históricas, nomeadamente Tricana, Prata do Mar e Minor. As ofertas de conservas incluem a mousse de atum, o polvo fumado, o carapau com alho e salsa ou as lulas recheadas. A Conserveira de Lisboa disponibiliza também o Kasutera um produto japonês em versão mel e chá verde.
Hospital das Bonecas: O Hospital das Bonecas é uma oficina de reparação de bonecas ao mais ínfimo pormenor, em funcionamento desde 1830 inaugurado pela Dona Carlota na Praça da Figueira, considerado um dos últimos hospitais de bonecas do mundo. O Hospital das Bonecas foi durante muitos anos o único hospital de bonecas da Europa. O Hospital das Bonecas é um espaço composto por uma loja, um “hospital” e um museu. No interior da loja podemos um conjunto de bonecas prontas para ser recuperadas pelos proprietários ou vendidas como bonecas reparadas. O museu do Hospital das Bonecas apresenta mais de 3500 tipos de bonecas diferentes.
Restaurante João do Grão: O Restaurante João do Grão é um restaurante conhecido por ter o melhor bacalhau com grão do país. O Restaurante João do Grão encontra-se localizado na rua dos Correeiros, próximo da Praça da Figueira e da Praça Dom Pedro IV. O João do Grão foi inaugurado há mais de duzentos anos pelo galego João do Grão e funcionava 24 horas por dia. O João do Grão merece uma visita para os fãs da gastronomia portuguesa, nomeadamente pelo bacalhau e cozido à portuguesa.
A Ginjinha Sem Rival: A Ginjinha Sem Rival é uma das lojas de ginja mais antigas e famosas da cidade de Lisboa. A Ginja Sem Rival encontra-se localizada na rua das Portas de Santo Antão, próximo da Praça dos Restauradores. A Ginjinha Sem Rival foi inaugurada por João Lourenço Cima em 1890, avô dos atuais proprietários, e registada em patente em 1909. A Ginjinha Sem Rival encontra-se integrada numa loja pequena em Art Déco, mantendo ainda hoje a traçada original. A Ginja Sem Rival tem algumas curiosidades, nomeadamente:
- O fundador da loja terá trabalhado inicialmente na Ginja da Espinheira, contudo decidiu abrir uma loja de ginja em frente à Espinheira devido a desacatos com o antigo patrão;
- Uma das marcas mais conhecidas da Ginja Sem Rival é a Eduardino, em homenagem a um cliente assíduo da loja que atuava como palhaço regularmente no Coliseu;
- O prédio onde se encontra a loja era propriedade do ator português Vasco Santana;
- A cantora Amália Rodrigues era vista com regularidade a vender limões à Ginjinha Sem Rival.
Tabacaria Mónaco: A Tabacaria Mónaco é um local histórico de Lisboa onde é possível comprar jornais, revistas, tabaco ou charutos. A Tabacaria Mónaco encontra-se localizado na Praça Dom Pedro IV, ao lado do Café Nicola. A Tabacaria Mónaco era o local onde personalidades como Eça de Queirós, Fialho de Almeida, António França Borges ou Bernardino Machado iam comprar tabaco ou jornais. A Tabacaria Mónaco foi inaugurada em 1875 por João Cruz, tendo recebido a alcunha de Capela de São João Batista dos Charutos. O nome Tabacaria do Mónaco surgiu como homenagem ao Príncipe Alberto I do Mónaco, que visitou Lisboa no século XIX. A Tabacaria Mónaco merece uma visita por ser um espaço histórico, pela decoração do interior responsabilidade de Rafael Bordallo Pinheiro e pelas pinturas da autoria de António Ramalho.
Outras Lojas Históricas na Baixa de Lisboa
- Arqui Chique
- Joalharia Ferreira Marques
- Au Petit Peintre
- Casa Buttuller
- Casa Forra
- Casa Macário
- Casa Pereira da Conceição
- Drogaria de São Domingos
- Espingardaria Central A Montez
- Farmácia Normal
- Ferragens Guedes
- Franco Gravador
- Joalharia Ferreira Marques
- Ginjinha Rubi
- Leitaria A Camponesa
- Leão d’Ouro
- Londres Salão
- Manuel Tavares
- Ourivesaria Sarmento
- Primeira Casa das Bandeiras
- Pérola do Rossio
- Quiosque Tivoli
- Restaurante João do Grão
- Retrosaria Bijou
- Sapataria Lord
- Soares & Rebelo
- Tabacaria Mónaco
- Óptica Jomil
Ruas e praças principais da Baixa de Lisboa
Rua Augusta: a Rua Augusta é a rua central da Baixa de Lisboa. A Rua Augusta foi construída após do Terramoto de 1755, estabelece a ligação entre a Praça Dom Pedro IV e a Praça do Comércio onde se encontra a estátua equestre do Rei Dom José I. A rua Augusta era o local onde existiam as lojas que vendiam seda
- Rua do Comércio: antiga Rua Nova d’El Rey
- Rua da Prata: antiga Rua Bella da Rainha
- Rua dos Fanqueiros: antiga Rua Nova da Princesa
- Rua dos Douradores
- Rua dos Correeiros
- Rua dos Sapateiros
- Rua de São Julião
- Rua da Conceição
- Rua de São Nicolau
- Rua da Vitória
- Rua da Assunção
- Rua de Santa Justa
Praça do Comércio: a Praça do Comércio, designada de Terreiro do Paço antes do Terramoto de 1755, é a maior e mais importante praça da cidade de Lisboa. A Praça do Comércio foi projetada por Eugénio dos Santos e Carlos Mardel. A Praça do Comércio apresenta uma planta retangular distribuída por três alas em U a norte e aberta ao rio Tejo a sul ao longo de aproximadamente 36 mil metros quadrados. Os principais destaques da Praça do Comércio são os dois torreões de planta quadrada, o Arco da Rua Augusta, o Cais das Colunas, a Estátua Equestre de Dom José I da autoria do escultor Machado de Castro e os vários restaurantes e museus que rodeiam a praça.
Largo do Carmo: o Largo do Carmo é um dos largos mais conhecidos da cidade de Lisboa devido à existência de dois edifícios: O Convento do Carmo e o Museu da Guarda Republicana. O Largo do Carmo deve o nome devido à existência do Convento do Carmo e da Igreja de Nossa Senhora do Vencimento do Monte do Carmo do final do século XIV. O Largo do Carmo tinha a maior igreja de Lisboa até ao Terramoto de 1755. O Largo do Carmo merece uma visita devido ao Convento do Carmo e à presença de esplanadas, restaurantes, por ser local de acesso ao Elevador de Santa Justa. É no Largo do Carmo que encontramos a loja histórica Ginjinha do Carmo
Praça Dom Pedro IV: a Praça Dom Pedro IV é conhecida como o “Rossio de Lisboa”, um espaço central e largo da cidade onde a população convive e passeia. É comum existirem rossios em várias cidades ao longo do país como em Évora ou Aveiro. Os rossios são geralmente espaços centrais e o local onde funcionam os mercados locais. O Rossio surge referido pela primeira vez em 1419 como um espaço limítrofe e descampado da cidade de Lisboa. O Rossio foi palco de vários acontecimentos ao longo da história, nomeadamente os Autos-de-Fé da Inquisição onde os punidos eram queimados em fogueiras. O nome atual de Praça Dom Pedro IV foi designado por decreto de 31 de Outubro de 1836. A Praça Dom Pedro IV apresenta várias atrações, especialmente as duas fontes de água, o Monumento de Homenagem ao Rei Dom Pedro IV, a Estação do Rossio, O Teatro Nacional Dona Maria II, lojas, restaurantes e o pavimento com desenhos produzidos em calçada portuguesa. O Rossio faz a ligação de várias ruas e praças, nomeadamente:
- Praça dos Restauradores
- Rua da Betesga: considerada a rua mais pequena do país
- Rua Augusta
- Largo de São Domingos
- Rua dos Sapateiros
- Rua Áurea ou do Ouro
- Calçada do Carmo
- Rua do Amparo
- Rua Primeiro de Dezembro
- Praça da Figueira
Praça da Figueira: A Praça da Figueira é uma das grandes praças de Lisboa e faz a ligação entre o Martim Moniz e a Praça Dom Pedro IV. A Praça da Figueira deve o nome por ter sido o principal mercado ao ar livre. A Praça da Figueira teve vários nomes, nomeadamente Horta do Hospital, Praça das Ervas ou Praça Nova. A Praça da Figueira é destacada pela Estátua Equestre de Dom João I da autoria do arquiteto José Segurado e inaugurada no dia 30 de Dezembro de 1971, a feira gastronómica e artesanal que se realiza regularmente, a Confeitaria Nacional, o Hospital das Bonecas a paragem do histórico e simbólico Elétrico 28. A Praça da Figueira foi o local onde se encontrava o Hospital Real de Todos-os-Santos, considerado o maior hospital do país até ruir devido ao terramoto de 1755. A Praça da Figueira foi um dos primeiros locais do país em 1834 a ter iluminação pública. Entre 1885 até 1949 existiu um Mercado ao ar livre gerido pela Companhia do Mercado da Praça da Figueira. Durante a primeira metade do século XX foi o local da cidade onde se realizava a Festa dos Santos Populares.
Praça do Município: A Praça do Município é o local onde se encontra a sede da Câmara Municipal de Lisboa. A Praça do Munícipio faz a ligação entre a rua do Arsenal e o Largo de São Julião. A Praça do Município era designada por Largo do Pelourinho devido à existência do Pelourinho no centro da praça. O Pelourinho simboliza a presença da autoridade municipal na localidade, sendo normalmente o local onde se encontrava o Senado e as casas de residência dos senadores. A Praça do Município adquiriu o nome atual no dia 24 de Março de 1886. Os destaques da Praça do Município são o Museu do Dinheiro e o edifício da Câmara Municipal de Lisboa, inaugurado em 1875 com um projeto de Domingos Parente da Silva.
<h2Feiras, Festas e Romarias na Baixa de Lisboa
- Feira de Artesanato do Terreiro do Paço: realiza-se semanalmente no Terreiro do Paço
- Abertura das Galerias Romanas Subterrâneas: abrem anualmente em Setembro
- Moda Lisboa: realiza-se anualmente em Março e Outubro
- Lisbon Week: realiza-se anualmente em Setembro
Empreendimentos Turísticos na Baixa de Lisboa
- Browns Boutique Hotel
- Lisboa Carmo Hotel
- Pousada de Lisboa – Praça do Comércio, Small Luxury Hotel
- The Boutique Hotels Figueira
- The Seven Hotel
Transportes e acessos à Baixa de Lisboa
A Baixa tem os seguintes transportes disponíveis:
- elétricos de Lisboa (Bondes): Números 15, 28 e 25
- Metropolitano de Lisboa :
- Baixa-Chiado
- Terreiro do Paço
- Rossio
Parques de Estacionamento junto à Baixa de Lisboa:
- Parque da Praça da Figueira
- Parque da Praça do Município
- Parque dos Restauradores
História da Baixa de Lisboa
A Baixa de Lisboa ganhou importância após o Terramoto de 1 de Novembro de 1755. Este terremoto foi dos maiores de sempre na história mundial com 8,5 de magnitude da escala de Richter e foi responsável pela destruição de grande parte da capital portuguesa, tendo destruído aproximadamente um décimo das habitações de Lisboa (alguns números falam em 3 mil casas de um total de 20 mil) e levado à morte de mais de dez mil pessoas. A Baixa Pombalina foi construída com o objetivo de ter ruas retas, amplas e largas organizadas a partir da Rua Augusta. O principal impulsionador das mudanças na cidade foi Marquês de Pombal que escolheu Eugénio dos Santos (autor do projeto) e Carlos Mardel para desenhar a nova Baixa de Lisboa. A Baixa é um dos primeiros projectos urbanísticos da Europa com edifícios anti-sísmicos e com a primeira rede de esgotos domésticos do país. O principal impulsionador das mudanças na cidade foi Marquês de Pombal. O centro da Baixa ganhou terreno às ribeiras Vale Pereiro e de Arroios. Após a construção, a Baixa Pombalina de Lisboa serviu de inspiração para a construção de outras cidades, nomeadamente a cidade algarvia de Vila Real de Santo António, também conhecida como a Cidade do Marquês.
Lisboa era uma cidade medieval até ao Terramoto de 1 de Novembro de 1755, com ruas curvilíneas e desorganizadas, becos e edifícios construídos praticamente todos de madeira. Lisboa foi construída sem plano urbanístico conforme as necessidades dos moradores. Lisboa era uma cidade labiríntica e desorganizada. A Baixa de Lisboa não era uma excepção. Lisboa teve poucas melhorias no plano urbanístico até 1755, nomeadamente a construção da rua Nova dos Ferros durante o reinado de Dom Dinis (1261-1325), onde se estabeleceram os comerciantes da cidade e ficou a rua mais importante da capital portuguesa, com a construção da Cerca Fernandina em 1375 que rodeou toda a cidade de uma muralha durante o reinado de Dom Fernando I (1345-1383), a construção do Terreiro do Paço, atual Praça do Comércio, construção da Casa da Índia, da Ribeira das Naus, do Mercado e da Casa da Alfândega durante o século XVI e o alargamento da rua dos Ourives da Prata devido ao aumento do trânsito dos coches em 1680.
Video da rainha Isabel II em visita a Lisboa em 1957
O projeto de arquitetura que originou a Baixa de Lisboa
Marquês de Pombal juntou uma equipa de especialistas composta pelo engenheiro-mor do Reino Manuel da Maia, pelo coronel Carlos Mardel e pelo capitão Eugénio dos Santos para reconstruir a Baixa de Lisboa. Foram propostos cinco projetos para a reconstrução da Baixa, nomeadamente duas que defendiam a reconstrução da Lisboa medieval e desorganizada, a construção de Lisboa noutro local, a construção de uma cidade praticamente inalterada mas com edifícios mais baixos e ruas mais largas, outra a destruição total da zona atingida pelo terramoto e a construção de uma nova e organizada cidade na zona de Belém. O Rei Dom José I e o Marquês de Pombal optaram pelo projeto número cinco da autoria de Eugénio dos Santos, que incluia a reconstrução total da Baixa. Foi assim que surgiu a Baixa Pombalina altamente organizada, bela e grandiosa, com uma malha octogonal de vias paralelas e perpendiculares, em que as ruas principais convergem na Praça do Comércio, uma praça larga cuja comunicação com o resto da baixa seria feita junto ao rio através do arco triunfal que coroava a Rua Augusta, símbolo do poder supremo e sagrado.
Hierarquia da Baixa, nomes Inovações e porquê’s?
A Baixa Pombalina foi construída de forma hierárquica com ruas principais, secundárias e travessas e três tipos de edifícios, nomeadamente:
- A, o que tem as fachadas mais ricas;
- B, fachadas mais pobres que o primeiro mas mais ricas que o último;
- C, o que apresenta as fachadas mais pobres.
A Baixa foi reconstruída com uma malha urbana de oito ruas na vertical no sentido sul-norte e nove ruas octogonais no sentido leste-oeste, as praças do Rossio e do Terreiro do Paço, rebatizado como Praça do Comércio. As ruas mais importantes foram batizadas com nomes associados às profissões que ali existiam, nomeadamente a rua do Ouro, a rua dos Sapateiros e a rua dos Fanqueiros, as ruas secundárias ficaram com nomes de santos, especialmente a rua de Santa Justa e a rua de São Nicolau e a rua principal, rua Augusta foi construída para homenagear a augusta figura do Rei Dom José I
A Gaiola Pombalina foi outra das inovações do projeto e foi o primeiro sistema anti sísmico da Europa
A Gaiola Pombalina consistiu numa técnica inovadora Europeia de reconstrução utilizada na Baixa de Lisboa, consistia numa estrutura de madeira flexível, construída dentro das paredes dos edifícios que originava uma oscilação maleável que não roturasse em caso de um novo terremoto, a adoção de telhados em estilo germânico de tijolo no topo dos telhados em forma de “águas furtadas”, a estandardização na construção que permitiu que a construção de muitos elementos dos edifícios fossem efetuados fora da cidade de Lisboa, e a produção em série de alguns elementos, como as balaustradas e os painéis de azulejos, a construção de arcos no piso inferior com objetivo de assegurar a solidez do prédio, a existência de estacas de madeira para ajudar a manter o edifício nos terrenos mais instáveis da zona e a transformação da Praça do Comércio numa zona de governo, comércio e administração. Lisboa transformou-se na primeira cidade moderna do Ocidente depois do Terramoto de 1 de Novembro de 1755.