O Douro é um rio navegável que percorre os vales cultivados nos distritos de Bragança, Vila Real e o Porto ao longo de 210 quilómetros, na região norte de Portugal

O Douro é um rio navegável que percorre os vales cultivados nos distritos de Bragança, Vila Real e o Porto ao longo de 210 quilómetros, na região norte de Portugal

Douro, região demarcada

O Douro é um rio navegável que percorre os vales cultivados nos distritos de Bragança, Vila Real e o Porto ao longo de 210 quilómetros, na região norte de Portugal, o resultado da harmonia perfeita entre o trabalho do Homem e a criação da Natureza, visível nos socalcos ao longo do vale, nos mais de 100 edifícios religiosos, nas barragens construídas para tornar o rio navegável desde a entrada em Portugal até à foz, nos mais de 50 miradouros que nos permite observar todo o percurso do rio Douro e os mais de 200 kms de percurso do Alto Douro Vinhateiro em território português, nas águas navegáveis, nas paisagens deslumbrantes ou os vales repletos de amendoeiras em flor. A melhor definição para o Douro é ditada por Miguel Torga: “O Douro é um excesso da natureza” classificada Património Mundial da UNESCO em 2001.

O Rio Douro

O rio Douro é o terceiro maior rio da Península Ibérica, com uma extensão de aproximadamente 930 kms, com a nascente em Serra de Urbión, Espanha, a uma altitude de 2 mil metros, entra em Portugal por Barca d’Alva, e desagua na foz do Porto. Durante aproximadamente dez horas de navegação podemos observar:

  • o Planalto Mirandês: localizado a nordeste de Trás-os-Montes e Douro Internacional, integra os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo. É uma região conhecida por ser o local onde se fala o Mirandês, a segunda língua oficial de Portugal; por ser um local propicio à observação de aves, nomeadamente Cegonhas Negras, Águias ou Abutres; pelo património arquitetónico civil e religioso de Miranda do Douro; pela tradição e costumes antigos, designadamente os Pauliteiros de Miranda; e pela gastronomia, com destaque para a Posta à Mirandesa;
  • Cachão da Valeira, uma garganta rochosa do rio Douro, tendo sido o grande obstáculo à navegação do rio Douro e local de vários naufrágios até ao século XVIII. Esta situação melhorou no final do século XVIII com a destruição de parte da rocha, e no século XX com a construção da barragem da Valeira.

Os afluentes do rio Douro

  • rio Corgo: é um afluente do rio Douro, nasce em Vila Pouca de Aguiar, na Serra da Padrela a 918 metros de altitude, e desagua em Peso da Régua. O rio Corgo percorre Vila Real; Santa Marta de Penaguião; e Peso da Régua.
  • rio Varosa: é um afluente da margem esquerda do rio Douro, nasce em Várzea da Serra, Tarouca, e desagua perto de Lamego. O rio tem uma extensão aproximada de 45 kms. Ao longo do rio Varosa encontramos Lamego; São João de Tarouca; Ucanha; a barragem da Varosa; Vale da Varosa; e O Mosteiro de Santa Maria de Salzedas.
  • rio Pinhão: é um afluente da margem direita do rio Douro, nasce na Raíz do Monte, Vila Pouca de Aguiar, e desagua no Vale do Pinhão. Tem 30 kms de extensão, e ao longo do percurso passa por Vila do Pinhão; e quintas vinícolas.
  • rio Távora: é um afluente da margem esquerda do Douro, nasce em Trancoso e tem uma extensão de aproximadamente 65 kms. O principal destaque é a barragem Vilar-Tabuaço, inaugurada em 1955.
  • rio Torto: é um afluente da margem esquerda do rio Douro, nasce em Trancoso, tem uma extensão aproximada de 48 kms, e ao longo do percurso passa por Trancoso; e Pinhão.
  • rio Tua: é um afluente da margem direita do rio Douro, com uma extensão aproximada de 40 km. O rio Tua nasce em Mirandela onde o Tuela e o Rabaçal convergem e ao longo do percurso passa por Barragem do Tua; Mirandela; Vila Flor; Carrazeda de Ansiães; Murça; e Alijó.
  • rio Coa: é um afluente da margem esquerda do rio Douro, nasce na Serra das Mesas, Sabugal, a 1200 metros de altitude e desagua em Vila Nova de Foz Coa. O rio Coa tem uma extensão de 135 kms e é dos poucos rios que corre de sul para norte em Portugal. Ao longo do percurso o rio Coa, passa por Vale do Coa; Sabugal; Vila Nova de Foz Coa, onde encontramos pinturas de arte rupestre.
  • rio Sabor: é um afluente da margem direita do rio Douro, nasce nos Montes de León em Espanha e desagua na Aldeia da Foz do Sabor. O rio tem uma extensão aproximada de 120 kms e ao longo do percurso passa por Torre de Moncorvo; Barragem do Pocinho; e pela Aldeia da Foz do Sabor.

A Região do Alto Douro Vinhateiro

A Região Demarcada do Douro tem uma dimensão aproximada de 250 mil hectares, dos quais 45 mil são dedicados à produção de vinho, com mais de 200 milhões de pés de vinha, distribuídos po mais de 40 mil produtores; e apenas 12% desta produção serve para vinho generoso e de consumo. O Alto Douro encontra-se dividido em Baixo-Corgo, com 45000 hectares de área total; e 14501 hectares de vinha; Cima-Corgo, com 95000 hectares de área total; e 20915 hectares de vinha; e o Douro Superior, com 110000 hectares de área total.

Os Concelhos do Douro

Mesão Frio

Mesão Frio: é um dos concelhos mais pequenos do país, com 25 km2 e 4500 habitantes, encaixada num vale com uma vista desafogada para o rio Douro e a para Serra de Montemuro. O nome “Mesão” está relacionado, de acordo com a lenda, com a palavra francesa “maison” e “frio” devido ao clima muito frio da região. Os pontos de interesse são: Castro de Cidadelhe; a Casa da Vista Alegre; a igreja de Santa Cristina; a igreja de São Nicolau; os marcos pombalinos, alguns dos marcos originais que podemos encontrar são: números 5 e 6 na Quinta do Piar, número 7 na Quinta da Manuela, número 8 na Quinta da Ferreira de Baixo; o miradouro da Senhora da Piedade; o miradouro de Barqueiros; o miradouro de Donsumil; o miradouro de São Silvestre; o miradouro do Imaginário; a praia fluvial da Rede; e a praia fluvial do Rio Teixeira.

Resende

Resende é uma pequena vila com aproximadamente 12 mil habitantes, localizada na margem sul do rio Douro, famosa em Portugal devido a ser a porta de entrada na Região do Alto Douro Vinhateiro; por ser a capital da Cereja em Portugal; e o local de nascimento de Egas Moniz.
Resende é um local com uma paisagem única, com a Serra de Montemuro onde encontramos a igreja de Nossa Senhora; a igreja de Barrô; a igreja de São Martinho de Mouros; o santuário de Nossa Senhora de Cárquere; as termas das Caldas de regos; a igreja de Anreade; o Penedo de São João; a Anta de Pendilhe; e a Torre da Lagariça;

Santa Marta de Penaguião

Santa Marta de Penaguião é uma vila com aproximadamente 1500 habitantes, localizada num dos vales da Serra do Marão, popularmente designada de “Concha Vinhateira”, devido a encontrar-se no meio de um vale em forma de concha, repleto de vinhedo. Santa Marta de Penaguião foi o local onde nasceu o cineasta Manoel de Oliveira; a gastronomia é rica e tradicional, onde ainda é possível assistir à tradicional matança do porco. Para além do porco, podemos degustar refeições variadas, nomeadamente castanha seca e cozida, fumeiros, enchidos, carne de porco conservada em sal e cozida, requeijão, leite creme e o vinho de Santa Marta. Em Santa Marta de Penaguião podemos visitar o pelourinho medieval; o palácio do Visconde de Santa Marta construído no século XVIII; a estátua de homenagem ao Trabalhador da Vindima da autoria de Laurentino Ribatua; a adega Cooperativa dos Vinhos, considerada a maior e melhor equipada de toda a Região do Alto Douro Vinhateiro; a capela de Nossa Senhora da Conceição; a quinta de Avidagos; a capela de São Brás; a capela de Nossa Senhora do Viso; a capela de São Sebastião; a capela de Santa Quitéria; a capela de Santa Ana; e o Forno Cerâmico do Período Romano.

Lamego

Lamego é das localidades mais importantes e antigas da região do Alto Douro, com aproximadamente 27 mil habitantes, famoso por ser o local onde nasceu o Vinho do Porto, no Convento de Santa Cruz dos Lóios, com o nome original de Vinho Cheirante de Lamego ou Generoso; é local onde podemos observar as amendoeiras floridas em Fevereiro, as cerejeiras em Abril e as vinhas em Novembro; é uma das cidades que mais contribuiu para a independência de Portugal, e das mais antigas do país; é onde podemos visitar o Santuário e a festa de Nossa Senhora dos Remédios; a origem de Egas Moniz e Aquilino Ribeiro; degustar o considerado melhor presunto e fumeiro do país, e a vitela de Lafões de carne arouquesa; o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios; a Sé Catedral de Lamego; o castelo e Alcáçova; o centro histórico de Lamego: a Porta dos Figos; o Núcleo Arqueológico de Lamego; o museu de Lamego; a igreja de Almacave do século XII, onde se realizaram as primeiras cortes de Portugal; a igreja do Convento de Santa Cruz; o edifício do antigo seminário; o teatro Ribeiro Conceição; o Solar dos Silveiras; a casa das Brôlhas; a casa do Poço; e a casa Visconde de Arneirós.

Vila Real

Vila Real: é considerada a capital de Trás-os-Montes, berço do provérbio popular “Para cá do Marão, mandam os que cá estão”. Esta localidade encontra-se localizada a aproximadamente 450 metros de altitude, na margem direita do rio Corgo entre as serras do Marão e do Alvão. Vila Real é uma cidade de origens antigas, habitada desde o Paleolítico, e ocupada durante o Período Romano. A cidade começou por ser designada Vila Real de Panóias, fundada por Dom Dinis através da emissão de dois forais, o foral de 1289; e o Foral de 1293. Após a emissão destes dois forais, a cidade cresceu de 430 habitantes em 1530, para 3600 habitantes em 1795. Museu da Vila Velha é o local de origem da capital de Trás-os-Montes, que se desenvolveu demográfica e economicamente devido a ter deixado de ser um ponto defensivo do Reino de Portugal; pela existência de água suficiente para a população dentro das muralhas; pela deslocação do centro da cidade para próximo da estrada entre o Porto a Bragança, duas vias de comunicação mais importantes da região durante a Idade Média; e porque as casas dos nobres estavam na periferia da cidade. Atualmente em Vila Real podemos visitar: o palácio Casa Mateus; a Sé Catedral de Vila Real; o museu da Vila Velha; a igreja de São Dinis; a casa onde nasceu Diogo Cão; a igreja da Misericórdia; o convento Masculino de São Francisco; o convento Feminino de Santa Clara; o santuário Rupestre de Panóias; o parque Natural do Alvão; o jardim da Carreira; o parque do Corgo; a torre de Quintela; e o jardim Botânico.

Peso da Régua

Peso da Régua: classificada de Capital Internacional do Vinho e da Vinha e sede da Casa do Douro. O concelho de Peso da Régua, com aproximadamente 16 mil habitantes foi fundado em 1836 e nasceu da união das aldeias de “Peso” e “Régua”. Esta cidade é o coração da Linha Ferroviária do Douro, de onde podemos viajar no Comboio Histórico do Douro, um dos comboios mais míticos do país. As principais atrações de Peso da Régua são: o museu do Douro; a biblioteca municipal de Peso da Régua; a igreja Matriz de Peso da Régua; a capela das Sete Esquinas; a capela de Santo António; a estação Arqueológica do Alto da Fonte do Milho; a estação Ferroviária do Peso da Régua; o miradouro de São Leonardo de Galafura; o museu Adega das Giestas Negras; o miradouro de Santo António; o miradouro de São Leonardo; o miradouro de Monte Reso; o miradouro de Vale de Cunca; o parque termal das Caldas do Moledo; a ponte metálica de Peso da Régua; a quinta 100 Hectares; a quinta da Devesa; a quinta do Judeu; e a quinta Dona Matilde.

Armamar

Armamar é considerada a “Capital da Maçã de Montanha” na região do Alto Douro, com aproximadamente 6300 habitantes. É em Armamar encontramos o Restaurante DOC do Chef Rui Paula, um restaurante muito prestigiado em Portugal, e a Quinta dos Frades, uma das quintas mais antigas do Alto Douro, uma antiga propriedade da Ordem de Cister. Armamar é considerada a “Capital da Maçã de Montanha” devido à produção de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentas mil) macieiras e mais de 50.000 (cinquenta mil) toneladas de maçã cultivados ao longo de 1400 hectares. Armamar é também um dos pontos de fronteiras entre a Beira Alta e Trás-os-Montes, onde podemos visitar: a igreja Matriz de São Miguel; a quinta dos Frades; a capela de Nossa Senhora da Conceição; a capela de Santa Bárbara; a barragem de Temilobos; o cais Turístico e Fluvial da Folgosa; o passeadouro da Folgosa; a igreja Paroquial da Folgosa; a cascata da Misarela; o miradouro da Misarela; o miradouro e Ermida de São Domingos; o vale de Naçarães; o vale do Douro no Marmelal; e a ermida de Nossa Senhora da Piedade.

Sabrosa

Sabrosa é considerada um verdadeiro tesouro escondido do Douro, por ser pouco procurada por turistas. Sabrosa, com aproximadamente 6400 habitantes, merece uma visita devido ser o local de nascimento do navegador Fernão de Magalhães; um município onde nasceu o escritor Miguel Torga; o local onde podemos degustar o cabrito assado com arroz branco, o Cozido à Portuguesa e os enchidos.
Os pontos de interesse de Sabrosa são: a casa de Fernão de Magalhães; a casa Barros Lobo a igreja Matriz de Sabrosa a capela de Santa Bárbara; a capela de São Miguel; a capela de São Roque; o miradouro Torguiano de São Cristóvão do Douro; a Mamoa de Madorras, uma construção funerária datada de há 6000 anos do período neolítico; o miradouro da Capela da Senhora da Azinheira; o miradouro de Sabrosa; o miradouro de São Domingos de Provesende; o miradouro de São Domingos do Monte Coxo; o miradouro do Santuário do Senhor dos Aflitos; e o Castro de Sabrosa.

Tabuaço

Tabuaço uma povoação com 6400 habitantes, é juntamente com Lamego, o coração do Ribadouro, onde podemos visitar o museu do Imaginário Duriense; o Rijomax, o relógio mais completo e exótico do mundo; a igreja matriz do Tabuaço; os paços do Concelho do Tabuaço; a aldeia de Barcos; a aldeia da Granja do Tedo; o miradouro do Alto da Escrita; e o museu Abel Botelho.

Alijó

Alijó é um município com aproximadamente 13800 habitantes, o local de maior concentração de vinhas no Alto Douro Vinhateiro. Alijó é terra de inúmeras curiosidades e factos históricos, nomeadamente: local da primeira cantina escolar do país; e a cidade onde nasceu o Padre Manuel da Nóbrega, fundador da cidade de São Paulo, no Brasil. Os principais destaques a visitar em Alijó são: a igreja Matriz de Alijó; a biblioteca Municipal: local da primeira cantina escolar do país; o teatro Municipal do Alijó; um plátano com mais de 150 anos, plantado no centro da cidade, onde é possível fazer oração “Súplica da árvore ao Viandante”; a anta da Fonte Coberta; a fundação Casa-Museu Maurício Penha; as termas Caldas de Carlão; o miradouro de Casa de Loivos; o miradouro de Nossa Senhora da Piedade; o santuário de Nossa Senhora da Piedade em Sanfins do Douro; a capela de Nossa Senhora dos Prazeres; a aldeia da Perafita a aldeia Vinhateira de Favaios: esta pequena localidade apresenta várias atrações, nomeadamente: o bairro Industrial de Favaios, assim designado por ser o local onde se fabrica o pão em Favaios; o edifício popularmente chamado de “A Obra” por ter sido durante muitos séculos uma fachada e é onde se encontra o Museu do Pão e do Vinho; a igreja de São Domingos, que é a igreja mais alta de Vila Real; e a quinta da Avessada.

Pinhão

Pinhão é uma pequena localidade, o centro da Região Demarcada do Douro com 700 habitantes, uma antiga pequena aldeia onde moravam pescadores e os transportadores do vinho nos Barcos Rabelo, que ganhou notoriedade a partir de 1670, com a chegada dos ingleses. Os principais pontos de interesse a visitar são: estação Ferroviária do Pinhão, com 24 painéis de azulejos de 1937, que representam a vindima; a Wine House do Pinhão; a quinta das Carvalhas; a quinta do Bonfim; e a quinta da Roeda.

São João da Pesqueira

São João da Pesqueira tem aproximadamente 7800 habitantes, sendo o maior produtor de Vinho do Douro, e o detentor do foral mais antigo de Portugal emitido em 1055-1065 por Fernando Magno, Imperador de França. O nome “Pesqueira” estará relacionado com a existência de paredes junto ao rio, construídas com o objetivo de facilitar a pesca, protegendo os pescadores da localidade da violência do rio próximo do Cachão da Valeira. São João da Pesqueira destaca-se pela praça da República, com a igreja da Santa Casa da Misericórdia e o Museu Eduardo Tavares; a rua dos Gatos, com casas de xisto onde residia durante a Idade Média a comunidade judaica de São João da Pesqueira; a rua do Arco com a presença de um arco ogival que pertencia à antiga muralha medieval e à torre sineira de 1652; o edifício dos Paços do Concelho; a capela de Nossa Senhora do Rosário; a quinta de Cidró; o paço Episcopal de Trevões; o solar dos Caiados; o museu de Arte Sacra de Trevões; os sete castelos de Paredes da Beira; a quinta da Corredoura; o dolmén da Areita; e o museu do Vinho de São João da Pesqueira.

Cachão da Valeira

Cachão da Valeira era uma cascata numa garganta rochosa, considerada uma fronteira na região, tendo sido palco de vários naufrágios, nomeadamente quando Dona Antónia Adelaide Ferreira, conhecida como “Ferreirinha” e o Barão de Forrester, que de acordo com a lenda, “…seguiam num barco rabelo que naufragou ao passar por Cachão da Valeira, e que o Barão de Forrester foi puxado para o fundo do rio Douro devido ao peso das libras de ouro que transportava nas botas. A “Ferreirinha” sobreviveu devido ao balão formado pelas saias que vestia.”
Em Cachão da Valeira destacamos: um memorial inscrito na pedra a homenagear os náufragos que padeceram entre 1780 e 1791 durante a abertura do canal. O rochedo de Cachão da Valeira foi destruído no século XVIII, contudo o rio Douro apenas ficou navegável com a construção das barragens; o solar dos Castros, designada por casa do Cabo, construída em Barroco Joanino; a rua dos Gatos, com os restantes em casas de xisto; o miradouro de Nossa Senhora de Lurdes; o miradouro de São Salvador do Mundo, o principal santuário do rio Douro alcançado através de uma subida íngreme com várias pequenas capelas ao longo do percurso; o miradouro de Frei Estêvão; o miradouro da Quinta das Carvalhas; o museu do Azeite; a quinta Cadão Douro; a quinta da Fonte Nova; a quinta da Gricha; a quinta das Tecedeiras; a quinta de São José; a quinta de Ventozelo; a quinta Dona Doroteia; a quinta do Penedo do Salto; e a quinta do Pessegueiro.

Murça

Murça local da Feira de Murça, uma das feiras mais antigas do país, que se realiza desde 1304. Murça, tem aproximadamente 2200 habitantes, é uma localidade conhecida pela doçaria, nomeadamente o Toucinho do Céu e as Queijadas de Murça. As atrações a visitar em Murça são: o edifício dos Paços do Concelho; a igreja Matriz de Murça; o parque Natural Regional do Vale do Tua; o pelourinho do século XVI; a capela da Misericórdia; o castro de Palheiros; a ponte Velha Filipina; a aldeia da Sobreira; o miradouro Casa da Floresta; a aldeia de Porrais; a ribeira de Barroso; o ribeiro do Vale de Manhuscal; a serra da Garraia; o parque Florestal de Mascanho; o mamoa do Castelo; a necrópole Megalítica do Alto das Madorras; as fontes de Mergulho; e o relógios de sol.

Carrazeda de Ansiães

Carrazeda de Ansiães é a terra do vinho Generoso, do azeite e dos frutos secos, com aproximadamente 6400 habitantes, e pontos de interesse a visitar: o castelo de Ansiães; o museu de Memória Rural; o parque Internacional de Escultura de Carrazeda de Ansiães; a galeria Alberto Carneiro; o centro Interpretativo do Vale do Tua; o santuário de Nossa Senhora da Graça; o santuário de Nossa Senhora da Saúde; o santuário de Nossa Senhora da Assunção; o santuário de Nossa Senhora da Costa; o santuário de Nossa Senhora da Paixão; o santuário de Nossa Senhora da Boa Morte; o cachão da Rapa; a anta de Vilarinho da Castanheira; e a anta de Zedes.

Mirandela

Mirandela é considerado um verdadeiro oásis numa “terra quente” de Trás-os-Montes e Região do Alto Douro Vinhateiro. Mirandela, com aproximadamente 12 mil habitantes, foi o local de construção do primeiro metro de superfície de Portugal em 1995. Os principais pontos de interesse a visitar são: o castelo de Mirandela; a igreja da Misericórdia de Mirandela; o museu de Arte Sacra da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela; o centro Cultural Municipal; a ponte Velha; o repuxo de Mirandela; a Mata de Quadraçal; a biblioteca Municipal Sarmento Pimentel; o parque do Império; o parque Doutor José Gama; a reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica; o paço dos Távoras; o museu da Oliveira e do Azeite; o museu Rural Adérito Rodrigues; a ecoteca; o museu Armindo Teixeira Lopes; a ponte da Pera; a aldeia de Romeu; o museu de Curiosidades; a quinta dos Bacelares; a quinta dos Pereiras Cabrais; o solar dos Condes de Vinhais; a serra de Santa Coma; a Mata dos Castanheiros; o parque das Merendas; o miradouro de Mirandela; o miradouro do Barcel; e o miradouro do Franco.

Vila Flor

Vila Flor é um município com aproximadamente 6700 habitantes, terra da castanha, das amendoeiras em flor, do pão, do vinho e onde surgiu o primeiro telefone de Trás-os-Montes. Vila Flor foi conhecida por Além Sabor até ao século XIII, contudo Dom Dinis optou por mudar de nome devido à beleza da paisagem natural da região. Os principais pontos de interesse a visitar em Vila Flor são: a igreja Matriz de São Bartolomeu; a igreja da Misericórdia; o museu Municipal de Vila Flor; as casas Senhoriais e Solares do Centro Histórico; a porta de Dom Dinis; a fonte Romana; a rua Nova, antiga judiaria; a casa Senhorial da Família Sá Correia o centro Interpretativo do Cabeço da Mina; o museu Municipal Doutora Berta Cabral; a barragem do Peneireiro; a complexo Turístico-Desportivo do Peneireiro; a miradouro da Senhora da Lapa; a antiga Forca de Freixiel, um monumento classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1958; a barragem de Mourão e Vale Torno; o monte da Aldeia de Vilas Boas; o santuário de Nossa Senhora da Assunção; o cabeço de São Martinho; e o cabeço de São Miguel.

Vila Nova de Foz Coa

Vila Nova de Foz Coa é um município com aproximadamente 7400 habitantes, mundialmente conhecida por ter o maior museu do mundo de Arte Paleolítica ao ar livre, com mais de 26 kms de extensão; mais de 80 sítios com Arte Rupestre; com aproximadamente 1200 rochas gravadas; e dois locais classificados Património da Humanidade, nomeadamente o Vale do Côa e o Alto Douro Vinhateiro. Em Vila Nova de Foz Coa podemos visitar: o museu do Coa; a quinta de Vale Meão; a igreja Matriz; as gravuras Paleolíticas da Canada do Inferno, Vale Cabrões e Vale José Esteves; o parque Arqueológico do Vale do Coa; a quinta da Ervamoira; a igreja Matriz de Freixo de Numão; o solar Casa Grande; a capela de Santa Quitéria; a casa dos Andrades; o miradouro de Santa Luzia; o miradouro do Caminho da Costa; o miradouro de Nossa Senhora do Viso; o miradouro de Santa Bárbara; o miradouro de São Martinho; o miradouro de Anjo São Gabriel; o miradouro da Mata dos Carrascos; o miradouro de Arnozelo; o castelo de Numão; o castelo Melhor; e o castelo Velho.

Pocinho

Pocinho é uma aldeia conhecida por ser o final da linha ferroviária do Douro desde que foi desativada a ligação ferroviária entre Barca d’Alva e Espanha em 1989; pela barragem do Pocinho; e pelo centro de alto rendimento de remo do Pocinho.

Mêda

Mêda é um concelho com aproximadamente 5300 habitantes, uma região de fronteira, entre o Douro e a Serra da Estrela, onde “O Douro encontra a Serra”. Mêda é terra de amêndoas, oliveiras e vinhas plantadas nos socalcos. Os principais pontos de interesse a visitar são: a cidade de Mêda, o solar das Casas Novas; a fonte do Espírito Santo; a igreja Matriz; o museu Municipal de Mêda; a aldeia Histórica de Marialva; a vila Templária de Longroiva; o castelo de Longroiva; as termas de Longroiva; e o sítio Arqueológico do Vale do Mouro.

Alfândega da Fé

Alfândega da Fé é a terra da seda, tendo chegado a produzir mais de 17 mil toneladas de seda em 1070. Alfândega da Fé, atualmente com aproximadamente 5200 habitantes, foi um entreposto durante a ocupação muçulmana no século VIII, até ter sido fundada por Dom Dinis através da emissão de uma Carta de Foral no ano de 1294. Os pontos de interesse a visitar em Alfândega da Fé são: o largo do Castelo; a torre do Relógio; a arte Urbana; a casa da cultura do Mestre José Rodrigues; a igreja Matriz de São Pedro; a igreja da Misericórdia; a capela de São Sebastião; o santuário de Nossa Senhora de Jerusalém; a capela da Lagoinha; o santo Antão da Barca; o solar do Morgado de Vilarelhos; a igreja Matriz de Sambade; o centro de Interpretação do Território; o santuário de São Bernardino; e o santuário de Cerejais;

Torre de Moncorvo

Torre de Moncorvo é uma vila e município com aproximadamente 8600 habitante, “Onde o Ferro é a alma da Terra”. Torre de Moncorvo destaca-se das restantes localidades da região devido a ser um local de uma antiga comunidade judaica; ser o maior produtor de amêndoa do país; e ser uma povoação onde se pode degustar peixes do rio durante todo o ano, especialmente durante o Festival das Migas e Peixes do Rio. O nome “Torre de Moncorvo”, tem origem num militar de nome “Mendo”, conhecido por “Corvo”, que vivia numa “Torre”, num monte perto da povoação. Torre de Moncorvo recebeu foral de Dom Dinis, que mandou construir uma torre para a região defende-se do Reino de Leão. Esta torre foi destruída no século XIX contra a vontade da maioria da população, com o objetivo de construir os Paços do Concelho. É em Torre de Moncorvo que encontramos o segundo púlpito de pedra de granito mais importante de Portugal, depois do que existe na igreja de Santa Cruz de Coimbra. As principais atrações a visitar em Torre de Moncorvo são: o museu do Ferro e da Região de Moncorvo; a igreja Matriz de Torre de Moncorvo; a capela e Arco da Senhora dos Remédios; a igreja da Misericórdia; o antigo Castelo de Torre de Moncorvo; o museu de Arte Sacra; o miradouro do Vale do Sabor; o centro de Interpretação Ambiental e Recuperação Animal; o lagar da Cera; a igreja de Nossa Senhora da Assunção; o miradouro de Vide; o miradouro Barca Velha; o miradouro da Fraga do Cão; o miradouro da Senhora do Castelo; o miradouro da Fraga do Facho; o miradouro da Póvoa; a serra do Reboredo; a ecopista do Sabor; a praia fluvial da foz do Sabor; o castelo de Mós; o pelourinho de Mós; a ferraria da Chapa Cunha; o buraco dos Mouros de Urros; a fraga do Arco de Maçores; as minas de Ferro do Reboredo; e as minas de Volfrâmio de Carviçais.

Freixo de Espada à Cinta

Freixo de Espada à Cinta é um concelho com aproximadamente 3800 habitantes, local antigo e diferenciado na região devido a ser o local de nascimento de Jorge Álvares, o primeiro português a chegar à China; o local de nascimento do poeta Guerra Junqueiro (1850-1923); a vila com mais janelas e portas manuelinas de Portugal; a única localidade em toda a Península Ibérica com o processo completo de produção de seda natural, desde a criação do bicho-da-seda até à tecelagem. Freixo de Espada à Cinta teve um grande desenvolvimento económico entre 1450 e a primeira metade do século XVI devido à importância da comunidade judaica, e à produção de seda. As principais atrações a visitar são: a torre do Galo; a igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta; a igreja da Misericórdia; a igreja do Convento de São Filipe Nery; o miradouro do Penedo Durão; o museu Regional Casa Junqueiro; o museu da Seda e do Território; a aldeia de Mazouco; a pintura rupestre Cavalo de Mazouco; o miradouro do Assumadouro; a necrópole de São Paulo; o miradouro da Cruzinha; o parque Fluvial do Douro; a praia Fluvial da Congida; o miradouro do Carrascalinho; o miradouro do Bazuco; a quinta da Maritávora; a aldeia de Lagoaça; a aldeia d’Ávila; e a quinta da Batoca.

Figueira de Castelo Rodrigo

Figueira de Castelo Rodrigo é um concelho com aproximadamente 6300 habitantes, a terra dos três rios: rio Douro, rio Coa e rio Águeda, da Serra da Marofa e dos cavalos selvagens, com particular importância na História de Portugal devido à Batalha da Salgadela realizada no dia 7 de Julho de 1664, onde foi alcançada uma vitória sobre os mais de 3 mil espanhóis, derrotados por aproximadamente 150 portugueses. Esta batalha foi decisiva na consolidação da independência de Portugal no século XVII. Os principais pontos de interesse a visitar são: a igreja do Sagrado Coração; o museu de Artes e Ofícios Francisco Távora; o centro Interpretativo e Museológico de Algodres; o museu Rural e Etnográfico de Vilar de Amargo; a barca d’Alva; o palácio Cristóvão de Moura; o castelo Rodrigo; a igreja de Escalhão; a serra da Marofa; e a cruz de Pedro Jacques Magalhães.

A Evolução Histórica da Região Demarcada

A produção de vinho na região do Douro existe pelo menos desde 2800 a.C, cultivado pelos povos Romanos, Muçulmanos e Suevos, que desenvolveram o cultivo da vinha. A região do Douro começou a ganhar importância durante o Período de Ocupação Romana devido à construção do Santuário de Panóias em Vila Real, dedicado a Serapis; e à criação das dioceses durante o governo do Imperador Romano Diocleciano (284-305 a.C.), com o Douro a integrar a “Galécia” (a região localizada no noroeste da antiga Hispânia).

O Douro durante a Idade Média

A região do Douro teve um grande desenvolvimento a partir da Idade Média devido ao investimento dos condes franceses que acompanharam o Conde Dom Henrique na produção dos vinhos cheirantes de Lamego, e no ensaio de da produção do espumante, para implementar em França; a doação do foral mais antigo em Portugal que incluiu as localidades de São João da Pesqueira, Paredes, Linhares, Penela e Ansiães, emitido por Fernando Magno (1016-1065); a implantação da Ordem de Cister, com um contributo decisivo na evolução económica do Douro a partir do século XII com o cultivo da vinha. A Ordem de Cister espalhou-se por todo o país, contudo na Região do Alto Douro há a destacar os mosteiros de Salzedas, São João de Tarouca ou São Pedro das Águias; e a política de povoamento de Dom Dinis (1279-1325), com a doação de forais a Vila Real da Terra de Panóias em 1289, atual Vila Real, Vila Flor e Torre de Moncorvo.

O Douro entre o século XVI e XVIII

A região do Douro intensificou a ligação à cidade do Porto com a época dos Descobrimentos, devido ao aumento do transporte marítimo entre o Vale do Douro e a Foz do Douro, onde existiam tabernas que compravam a grande maioria do vinho produzido no Douro, consumido posteriormente pelos marinheiros das caravelas. Durante o Reinado de Dom Manuel I (1495-1521), a Região do Douro aumentou de importância devido à emissão de mais de 50 forais, nomeadamente Couto do Peso, (atual município de Peso da Régua), Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira ou Lamego. Durante os séculos XVI e XVII os vinhos mais procurados eram os vinhos “Cheirantes” de Lamego e o vinho Generoso do Vale do Douro, maioritariamente exportados a partir de Vila Nova de Gaia para Inglaterra e França; e de Viana do Castelo para Alemanha e Holanda. A produção de vinhos cresceu até meados do século XVIII, quando a produção começou a ser controlada pelos ingleses e escoceses, e a ser alvo de várias fraudes devido à sensação de dinheiro fácil. O Vinho do Porto começou a mudar quando em 1675, foi mencionado pela primeira como “Vinho do Porto” num discurso de Duarte Ribeiro de Macedo (1618-1680), diplomata e desembargador da Relação do Porto; e em 1678, quando um inglês adicionou aguardente aos vinhos com o objetivo de impedir a deterioração dos vinhos nas viagens marítimas e terrestres.

Vinho do Porto a partir do século XVIII

As regiões do Porto e do Douro passaram por uma crise económica a partir de 1753 devido às más épocas agrícolas durante as décadas de 1740 e 1750; às fraudes constantes na produção do Vinho do Porto, resolvida com a Primeira Região Demarcada Vinícola do Mundo através da criação da Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (atual Real Companhia Velha), por Marquês de Pombal em 1756. A criação da Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro protegeu a produção genuína do vinho; criou limites geográficos através da demarcação de zonas e instalação dos Marcos Pombalinos; contudo indignação aos proprietários das vinhas e das tabernas do Porto e Gaia; e originou algumas revoltas na região, designadamente a Revolta dos Taberneiros, que ocorreu no Porto, incluído as mais de 700 tabernas obrigadas a comprar o vinho à Companhia. Na revolta, foram condenadas mais de 400 indivíduos, 26 foram enforcados em público em Miragaia, e 600 taberneiros foram forçados a encerrar os estabelecimentos. A revolta percorreu o largo da Cordoaria; o largo de São Domingos, onde morava o Juíz do Povo; a rua Chã, onde vivia Beleza de Andrade, o Provedor da Companhia, obrigado a colocar a cidade do Porto sob Lei Marcial após a insatisfação popular gerada pela fundação da Companhia.

A Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro teve várias designações, nomeadamente: Companhia dos Vinhos do Porto, Companhia do Alto Douro, a Companhia do Douro, a Companhia das Vinhas do Alto Douro, a Real Companhia dos Vinhos do Porto, a Companhia Real do Porto, a Real Companhia dos Vinhos e o nome atual de Real Companhia Velha, com várias ações importantes na região do Douro, nomeadamente o estabelecimento dos limites geográficos, através da utilização de marcos de pedra emitidos pela Feitoria; a regulamentação dos locais de produção de vinho; a procesos e técnicas para produção do vinho; a realização de inspeção regulares aos produtores vinícolas e da aguardente; o regulação dos preços; a criação de regras de transporte do vinho; registo dos nomes dos tripulantes dos barcos Rabelos; criação das aulas de Náutica em 1762 no Porto, a base da futura Real Academia da Marinha e do Comércio, atual Academia Politécnica do Porto.
A Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro tinha o privilégio da comercialização exclusiva da aguardente e do vinagre para o Brasil; o monopólio da venda de vinho às tabernas do Porto e arredores; e a produção e venda exclusiva de aguardente no Porto e Norte de Portugal.

O Vinho do Porto no século XIX

A produção de vinho passou por uma crise no século XIX devido às pragas nos vinhedos. A praga mais grave foi a Filoxera, que apareceu ao Douro em 1858 e dizimou grande parte das vinhas, deixando terras incultas e obrigou à replantação de grande parte dos vinhedos, com a proteção de porta-enxertos dos EUA, imunes à praga.
Antónia Adelaide Ferreira e o Barão de Forrester foram duas figuras determinantes para o desenvolvimento do Vale do Douro durante século XIX:

Dona Antónia Adelaide Ferreira, conhecida por “a Ferreirinha” (1811-1896)

A Ferreirinha era conhecida como “mãe dos pobres”, uma figura admirada e querida de todos os durienses. A admiração era tanta, que mais de 300 mil pessoas assistiram ao funeral em 1896. A empresária Dona Antónia Adelaide Ferreira foi determinante na eliminação da praga da Filoxera nas vinhas do Vale do Douro; na expansão das quintas vinícolas até à fronteira com Espanha; na criação de mais de vinte quintas ao longo do Douro, nomeadamente Quinta de Vale Meão e a Quinta da Leda; na construção do caminho-de-ferro na região, que empregou mais de mil operários; na edificação dos hospitais de Peso da Régua, Vila Real, Moncorvo e Lamego; e na doação de fundos à Santa Casa da Misericórdia do Porto.

O Barão de Forrester (1809-1861)

Joseph James Forrester, conhecido como Barão de Forrester de nacionalidade escocesa, foi fotógrafo, aguarelista, cartógrafo, estudioso da região, produtor e exportador de vinhos do Douro. Chegou de Grã-Bretanha em 1831 para trabalhar na empresa vinícola que o tio tinha no Douro. O Barão de Forrester era um homem multifacetado e de grande cultura, tendo-se introduzido com facilidade na comunidade britânica do Porto. O Barão teve grande importância na região, atuando no levantamento cartográfico o Alto Douro Vinhateiro, produzindo o “Mapa do Paiz Vinhateiro do Alto Douro” de 1843; o mapa “Douro Portuguez e Paiz Adjacente” de 1848, onde identificou 210 pontos de navegação difíceis para a navegação, situados entre a fronteira com Espanha e a foz do Douro; pintou 31 aguarelas a representar os trajes tradicionais dos habitantes do Vale do Douro em 1855; e foi responsável pela representação da Região do Alto Douro na Exposição Universal de Londres em 1851 e na Exposição Universal de Paris em 1855;

O naufrágio de Barão de Forrester e Dona Maria Antónia no Cachão da Valeira de 1861

O Barão de Forrester e Dona Maria Antónia saíram da Quinta do Vesúvio em direção a Peso da Régua no dia 12 de Maio de 1861. A bordo seguiam um total de 17 pessoas, tendo o Barão de Forrester morrido no naufrágio no Cachão da Valeira. Este local onde existia um grande rochedo era conhecido por ser um local de inúmeros acidentes, e temido pelos mais experientes tripulantes dos Barcos Rabelos. De acordo com a lenda, o Barão morreu devido ao peso das libras de ouro que transportava nas botas, e Dona Maria Antónia sobreviveu devido à flutuação das saias.

A Região do Douro a partir do século XX até à atualidade

A Região do Alto Douro Vinhateiro foi reorganizada em 1932 através da criação de três instituições: a casa do Douro; o grémio dos exportadores do Vinho do Porto; e o instituto do Vinho do Porto. A partir de 1974, estas instituições foram refundadas, passando o Grémio dos Exportadores do Vinho do Porto a designar-se Associação dos Exportadores do Vinho do Porto. O Alto Douro Vinhateiro teve um grande desenvolvimento económico a partir de 2001, com a classificação de Património Mundial da UNESCO. A importância e reconhecimento político nacional levou à criação da Estrutura de Missão para a Região Demarcada do Douro, no Ministério do Ambiente em 2006.

Os marcos das demarcações Pombalinas

Os marcos em granito foram construídos a mando da Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro a partir de 1758, o primeiro marco tinha a inscrição “Nº I Feytoria”, Feytoria ou embarque. “Feytoria” era o nome dado aos vinhos de melhor qualidade da região, que correspondiam ao atual Vinho do Porto. O primeiro marco foi descoberto acidentalmente em 2001, depois de um temporal ter destruído o reboco da parede da casa da Quinta de São Gonçalo da Ribeira, na vila de Barrô, no concelho de Resende. Este foi o primeiro marco estabelecido na margem esquerda do rio Douro, desconhecendo-se ainda o paradeiro do primeiro marco da margem direita. A Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro criou um total de 335 marcos, tendo sido encontrados 131 até à atualidade.

O Barco Rabelo

O barco Rabelo era o meio de transporte utilizado para carregar as pipas de Vinho do Porto entre a Região do Alto Douro e a Foz do Douro. Os barcos chegaram a ser milhares, faziam uma viagem durante três dias, chegando em alguns troços da viagem a necessitarem ser puxados por homens, ou juntas de bois devido à violência das águas. O Barco Rabelo terá sido inspirado nos barcos do Norte da Europa, estudos apontam nesta direção devido as várias semelhanças da espadela, o tronco que substituí o leme; ambos utilizavam vela e remos em simultâneo; os Rabelos construídos no século XVIII eram decorados com pele de animais; e os fundos dos navios não tinham quilhas.
O nome “Rabelo” está relacionado com a espadela em a forma de um rabo. Este aspeto deu origem ao primeiro nome “rabudos”, e mais tarde, “Rabelo”.
Os barcos Rabelos foram utilizados no transporte do vinho até 1870, ano em que o comboio chegou à região do Douro, e tornou-se o principal meio de transporte principal até Vila Nova de Gaia. Os barcos eram construídos no Douro litoral devido à proximidade ao pinheiro e eucalipto, utilizados como matéria-prima.
Existiam essencialmente dois tipos de barcos Rabelo, os “Matizes”, os barcos Rabelos de maior dimensão com capacidade de transporte até 100 pipas; e os “Trafegueiros”, os barcos mais pequenos com capacidade de transporte até 50 pipas. A tripulação dos Rabelos, designada por “Campanha”, podia chegar até 13 tripulantes, de acordo com a dimensão do barco. A maioria dos marinheiros eram recrutados em Mesão Frio, Baião, Marco de Canaveses, Resende, Cinfães e Castelo de Paiva. Era um trabalho familiar, que passava de geração em geração, com várias funções, nomeadamente: o Arrais, proprietário do barco e o responsável pelo “ajuste” (a capacidade de transporte de cada barco), feito em acordo com os donos das quintas. Os arrais constituíam uma importante fonte de emprego no Vale do Douro, responsáveis pela contratação de trabalhadores para os barcos Rabelo; o Mestre da Espadela, comandante do barco; o Feitor da Proa, ajudava o mestre da Espadela nos momentos mais perigosos da viagem; os Marinheiros, responsáveis pelo trabalho mais duro no barco, especialmente içar e segurar a vela; o Encerado, responsável pela proteção dos marinheiros durante a noite; retirar a água do barco; conduzir a junta de bois quando as águas do rio eram demasiado fortes; e o Moço, que cozinhava e arrumava. Muitas vezes a função do Moço era desempenhado por uma criança.

As Barragens do Douro

Barragem de Crestuma-Lever

A barragem de Crestuma-Lever é a barragem que se encontra mais próxima da foz do Douro, a aproximadamente 22 kms de distância, com uma albufeira de 44 kms. A barragem foi inaugurada em 1995, é a primeira barragem da subida do Douro, e inclui uma eclusa que permite ultrapassar um desnível de água com 13.9 metros de altura, o mais pequeno desnível ao longo do rio; nove pilares com 25.5 metros de altura; e oito comportas descarregadoras de água.

Barragem de Carrapatelo

A barragem do Carrapatelo, localizada na fronteira dos distritos de Viseu e do Porto, em plenos concelhos de Marco de Canaveses e Cinfães, foi o primeiro empreendimento hidrelétrico a ser construído no Douro nacional, tem uma das maiores eclusas da Europa, com um desnível de 35 metros de altura, inaugurada em 1972;

Barragem de Bagaúste

A barragem de Bagaúste localizada a aproximadamente 4 kms do Peso da Régua, tem um desnível de 27 metros de altura. A barragem foi inaugurada em 1973 e encontra-se próximo do cais da Régua, um dos locais onde podemos embarcar num cruzeiro no Douro.

Barragem da Valeira

A barragem da Valeira foi a terceira barragem a ser construída no Douro, inaugurada em 1976. A albufeira da barragem estende-se ao longo de 36 kms, passa pelos concelhos de Carrazeda de Ansiães, São João da Pesqueira, Torre de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa. A eclusa da barragem tem 90 metros de comprimento e um desnível de 32 metros, demorando cerca de vinte minutos a subida da eclusa;

Barragem do Pocinho

A barragem do Pocinho encontra-se localizada entre os rio Côa e o rio Sabor, a aproximadamente 180 kms de distância da foz do Rio Douro, inclui uma albufeira com aproximadamente 40 kms de extensão ao longo dos concelhos de Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo. A barragem foi inaugurada em 1983, com 12 metros de largura e um desnível de 22 metros. O tempo de subida da eclusa é de aproximadamente 15 minutos.

As Quintas do Douro (Top 10)

Quinta da Pacheca no Douro, com quartos transformados a partir de pipas de vinho, inseridos em plena vinha

Quinta da Pacheca no Douro, com quartos transformados a partir de pipas de vinho, inseridos em plena vinha

1. Quinta da Pacheca

A Quinta da Pacheca, localizada no concelho de Lamego, tem uma vista sobre Peso da Régua, o rio Douro e as encostas com as as vinhas e oliveiras. A Quinta da Pacheca integrava os terrenos do Mosteiro de Salzedas, e de São João de Tarouca no século XVI, com o registo mais antigo conhecido datado de 1551. O nome “Pacheca” surgiu referenciado pela primeira vez em 1738, com o registo de propriedade em nome de Dona Mariana Pacheco Pereira, a primeira em Portugal a produzir os vinhos brancos Sauvignon Blanc, Riesling e Gewurztraminer, por desejo de Dom Eduardo Freire de Serpa Pimentel. A Quinta da Pacheca é atualmente uma das quintas mais visitadas do Vale do Douro devido à vista sobre o rio Douro e Peso da Régua; à possibilidade de passar a noite em suites de luxo criados a partir de barris de vinho transformados; à qualidade da gastronomia e do vinho; à possibilidade de observar um dos primeiros marcos de granito estabelecidos na região pelo Marquês de Pombal, em 1758.

2. Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo

A quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo com aproximadamente 120 hectares de extensão, está localizada em Pinhão, em pleno coração da Região do Alto Douro Vinhateiro. A quinta fez parte da Casa Real de Portugal até 1725, ano em que foi criada através da união das duas propriedades: a Quinta Nova e a Quinta de Nossa Senhora do Carmo. A quinta é gerida pela família Amorim desde 1995, foi neste local que se produziu a primeira plantação monovarietal do rio Douro, entre 1979 e 1981 com a produção de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca. Os principais destaques da quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo são: a adega original de 1764; a capela de Nossa Senhora do Carmo; o Wine Museum Centre; a loja Garrafeira no Patamar Kitchen; e o Conceitus Winery Restaurant.

Vista desde a Foz do Sabor da Quinta Vale de Meão, em Vila Nova de Foz Côa

Vista desde a Foz do Sabor da Quinta Vale de Meão, em Vila Nova de Foz Côa

3. Quinta do Vale Meão

A quinta de Vale Meão com 300 hectares de extensão, está localizada em Vila Nova de Foz Côa, é uma das mais importantes da região devido a ser propriedade dos descendentes da Dona Antónia Adelaide Ferreira “A Ferreirinha” grande figura do Douro. A quinta de Vale Meão é atualmente gerida pelo trineto Francisco Javier de Olazabal, e o local de criação do vinho Barca Velha; tem uma paisagem deslumbrante sobre as vinhas e o Douro; e tem a possibilidade de confraternizar com os herdeiros diretos de uma personalidade histórica.

4. Quinta dos Frades

A quinta dos Frades é uma quinta com aproximadamente 200 hectares de extensão, localizada na vila da Folgosa, concelho de Armamar, próxima de Lamego, no sopé de uma das encostas do rio Douro. A Quinta dos Frades, antiga Quinta da Folgosa, é assim designada por ter sido propriedade do Mosteiro de Salzedas da Ordem de Cister desde 1256, data assinalada no brasão na entrada da quinta. A quinta foi vendida ao Barão da Folgosa em 1841, depois da extinção das Ordens Religiosas em 1834. A quinta pertenceu à família do Barão da Folgosa até 1941, ano em que foi adquirida pelo Comendador Delfim Ferreira (1888-1960), considerado na época o homem mais rico de Portugal durante as décadas de 1940 a 1950, e responsável por vários empreendimentos, nomeadamente Hotel Infante Sagres no Porto, responsável da principal fábrica têxtil do país em Vila do Conde, Barragem da Varosa, da casa de Serralves ou o Hotel Sheraton em Lisboa. Os destaques da quinta dos Frades são: a capela do século XVIII dedicada a São Bernardo; o marco granítico da Companhia da Agricultura e dos Vinhos do Alto Douro; a localização num vale central do rio Douro, de onde podemos observar a imponência do Alto Douro Vinhateiro, a limpidez das águas do rio, e a paisagem das vinhas plantadas entre 50 e 250 metros de altitude; e a casa de Chá.

5. Quinta das Carvalhas

A quinta das Carvalhas é a sede da Real Companhia Velha, considerada a empresa mais antiga de vinhos em Portugal criada com o alvará régio emitido por Dom José I em 10 de Setembro de 1756, com aproximadamente 600 hectares de extensão, localizada em São João da Pesqueira na margem esquerda do rio Douro, frente à freguesia de Pinhão, o centro do Alto Douro Vinhateiro. A quinta das Carvalhas surgiu referida pela primeira vez em 1759. A quinta destaca-se pela plantação de vinhas entre os 80 e os 400 metros de altitude; 75 hectares de vinhas produzidas no século XVIII; a vista deslumbrante do Vale do Douro; e a casa Redonda localizada a aproximadamente 550 metros com uma vista panorâmica sobre o Douro.

6. Quinta de Lubazim

A quinta de Lubazim, é uma quinta vinicola tradicioal que está em propriedade da mesma família desde 1385, localizada na Serra da Lousa, com aproximadamente 50 hectares, com vinhas plantadas a 100 metros de altitude, contudo na década de 1980 teve grande parte das terras inundadas devido à construção da barragem da Valeira. A produção de vinhos consiste nas marcas “Quinta de Lubazim”, ”Lupucinus” e DOC Douro. Inicialmente a propriedade foi doada por Dom João I a João Gomes de Castro, devido à sua participação na batalha de Aljubarrota. Esta família desempenhou um papel importante na História de Portugal, nomeadamente participação na Batalha de Aljubarrota em 1385, batalhas na Índia no século XVI, ou a participação num contingente português que lutou ao lado de Napoleão e esteve em Moscovo. As principais atrações da quinta de Lubazim são a vista sobre a barragem da Valeira e o rio Douro; os Mortórios (terrenos inculto devido à praga da Filoxera); e a adega Atlântico.

7. Quinta da Ferradosa

A quinta da Ferradosa é a primeira quinta do Douro Superior, tem aproximadamente 350 hectares, localizada em Carrazeda de Ansiães. A quinta surgiu mencionada pela primeira vez no século XIX, época em que pertencia à família Borges. Esta propriedade foi comprada no século XX pela Real Companhia Velha, e por Joaquim Manuel Cálem na década de 1990, proprietário das Caves Cálem. Os destaques são a adega original; e a casa principal, onde podemos pernoitar e desfrutar da vista sobre o Douro.

8. Quinta do Bonfim

A quinta do Bonfim, é uma quinta vinicola localizada na freguesia do Pinhão, com uma área de 98 hectares. A quinta pertence à família Symington, estabelecida em Portugal desde o século XIX, a maior proprietária de quintas no Douro com um total de 26 quintas na sua posse, nomeadamente a quinta do Vesúvio, quinta do Bonfim, quinta da Madalena, quinta Malvedos, quinta Cavadinha, quinta da Senhora da Ribeira, quinta do Tua, quinta dos Canais, quinta do Retiro, quinta Ataíde ou quinta Roriz. A
quinta do Bonfim foi comprada por George Warre em 1896 com a designação de quinta do Bonfim, com origem na expressão “Vale do Bonfim”, que significa “vale bem colocado”. As principais atrações são: o centro de visitas; a adega; e o miradouro.

9. Quinta da Roêda

A quinta da Roêda é uma quinta comprada pela Croft em 1889, tendo-se transformado na principal produtora de vinho Porto Vintage desta empresa, tem uma extensão aproximada de 130 hectares e 5 kms do terreno ao longo do rio, com uma paisagem deslumbrante sobre o Douro e a vila do Pinhão. O nome “Roêda” está relacionado com o facto do rio ser muito violento antes das barragens, e a água originar um “ruído” numa curva do rio. Os destaques da quinta da Roêda são a vista panorâmica sobre o rio Douro e Pinhão; a capela do Espírito Santo; a Vintage House Hotel; e a adega.

10. Quinta Maria Izabel

A quinta Maria Izabel é uma quinta localizada na Folgosa do Douro em Armamar, com aproximadamente 130 hectares, resultado de um projeto brasileiro em Portugal do ano 2000, quando o empresário Carlos Paes Mendonça decidiu investir depois de uma visita à região. Os destaques da quinta Maria Izabel são a vista panorâmica sobre o rio Douro; o hotel com suites construídas em socalcos; os jardins suspensos; e a adega.

Outras quintas existentes no Douro

  • Quinta do Cachão
  • Quinta dos Ingleses
  • Quinta do Porto
  • Quinta da Veiga
  • Quinta do Valado
  • Quinta das Varejelas
  • Quinta da Boavista
  • Quinta das Covelas
  • Quinta do Paço de Monsul
  • Quinta do Crasto
  • Quinta do Seixo: Sandeman: Tabuaço
  • Quinta do Côtto: Mesão Frio
  • Quinta do Portal: Sabrosa
  • Quinta do Panascal: Tabuaço
  • Quinta do Tedo: Santo Adrião
  • Quinta da Avessada: Alijó
  • Quinta das Baldias: Lamego
  • Quinta do Crasto: Sabrosa
  • Quinta da Erva Moira: Vila Nova de Foz Côa
  • Quinta de Santo António: Tabuaço
  • Quinta do Noval: Alijó
  • Quinta do Ventozelo: São João da Pesqueira
  • Quinta de Nápoles: Armamar
  • Quinta da Casa Amarela: Lamego
  • Casa de Santo António de Britiande: Lamego
  • Quinta da Gaivosa: Santa Maria de Penaguião
  • Quinta de Santa Eufémia: Lamego
  • Quinta Monte Travesso: Tabuaço
  • Quinta de La Rosa: Pinhão
  • Quinta do Vallado: Peso da Régua

Principais atividades do Douro

Passeio de Barco

Com vários percursos disponíveis, nomeadamente:

  • Porto / Régua / Porto;
  • Régua / Porto / Régua;
  • Régua / Pinhão / Régua;
  • Régua / Pocinho / Régua;
  • Régua / Barca d’Alva / Régua;
  • Porto / Barca d’Alva /Porto.

Grande Rota do Douro Internacional e Douro Vinhateiro:

A Grande Rota do Douro Internacional e Douro Vinhateiro é uma rota de aproximadamente 200 kms ao longo dos concelhos de Torre de Moncorvo; Mogadouro; Miranda do Douro; e Vila Nova de Foz Côa.

Comboio Historico Douro

https://www.cp.pt/passageiros/pt/como-viajar/em-lazer/cultura-natureza/comboio-historico

Comboio Histórico do Douro

O comboio histórico do Douro é uma locomotiva a vapor de 1925, que parte da Estação Ferroviária da Régua, com paragem no Pinhão e termina na Estação Ferroviária do Tua. Os principais pontos de interesse ao longo do passeio são a passagem por Peso da Régua; o museu do Douro; passagem por Pinhão;
a estação Ferroviária do Pinhão; e o centro Interpretativo do Tua.

Rota dos Vinhos de Cister

A Rota dos Vinhos é um roteiro turístico criado em 1999 com passagens pelas propriedades que antigamente pertenceram à Ordem de Cister, nomeadamente:

Roteiro “O Caminho dos Mosteiros”

com passagem por:

  • Lamego com visita à sé catedral de Lamego; e santuário de Nossa Senhora dos Remédios;
  • Balsemão com visita à capela Visigótica de São Pedro de Balsemão;
  • Armamar com visita: à igreja matriz de Armamar; e à queda de água de Temilobos;
  • Cimbres com visita: ao mosteiro de Santa Maria de Salzedas;
  • Ucanha com visita: às caves da Murganheira; a ponte fortificada de Ucanha; e a torre de cobrança de portagens, única em Portugal;
  • São João de Tarouca com visita: ao mosteiro de São João de Tarouca;
  • e Britiande com visita: à quinta de Santa Cruz.
Roteiro “Entre Vinhas e Castanheiros”

com passagem por:

  • Moimenta da Beira com visita: ao mosteiro de Nossa Senhora da Purificação; e ao Solar dos Carvalhais;
  • Fonte Arcada com visita: ao centro histórico; à igreja românica; e à Casa da Loba;
  • Tabuaço com visita: à igreja de São Pedro das Águias;
  • Serra da Lapa:
    Capela de Nossa Senhora da Lapa;
    Mosteiro de Nossa Senhora da Assunção de Tabosa
  • Sernancelhe com visita: à igreja matriz; ao solar Barroco dos Carvalhos; e ao castelo do Penedono.
Roteiro Miguel Torga

Um roteiro através dos locais por onde Miguel Torga passou durante a vida, nomeadamente:

  • Vila Real com visita: ao Solar de Mateus; a Panóias; à casa de Diogo Cão; ao paços do concelho; à sé de Vila Real; à Capela da Misericórdia; à casa dos Brocas; à igreja de São Pedro; ao Pelourinho; à igreja de São Paulo; e ao jardim da Carreira.
  • São Martinho de Anta e Ferrão com visita: à casa de Miguel Torga; ao espaço Miguel Torga;a Paradela; e à Quinta do Crasto.
  • Sabrosa com visita: a Castro de Sabrosa; à casa dos Pereiras; à casa da Capela; e ao Solar dos Canavarros.
  • Peso da Régua com visita: ao miradouro e santuário de São Leonardo.
Roteiro da Maçã em Armamar

O roteiro da Maçã em Armamar, Capital da Maçã de Montanha, é uma rota circular com aproximadamente 15 kms com visita à fábrica de produção de maçã; prova de vários tipos de maçãs; visita à fábrica de queijo com fabrico artesanal e prova; visita ao centro histórico de Lumiares; visita ao centro histórico de Armamar; visita ao miradouro de São Domingos.

Gastronomia do Douro

A gastronomia do Douro é intensa, com sabores fortes e variados dos alimentos tradicionais produzidos na região:

  • O pão: Pão de Padronelo; e o Regueifa ou Pão Domingueiro;
  • As entradas e sopas: o Caldo Verde; o Caldo de Farinha; o Torresmos à moda de Cinfães; o Bazulaque de Tarouca; e o Presunto de Lamego.
  • os pratos de carnes: o Arroz Malandro de Entrecosto; os Milhos de Entrecosto; o Coelho Assado no Forno a Bôla de Lamego; o Cabrito de Armamar; a Posta à Mirandesa; e o Butelo (bulho ou estômago do porco) de Vinhais.
  • os pratos de peixe: o Polvo Assado na Brasa com tomate; o Refogado de Camarão; a Torta de Camarão; o Arroz de Lampreia; e a Lampreia à Bordalesa.
  • as sobremesas e frutas: as Cavacas de Resende; os Rebuçados da Régua; o Bolo-Rei do Tabuaço; as Rabanadas, que tiveram origem no Douro; o Biscoito ou Doce da Teixeira; e a Cereja.

Os Vinhos do Douro

Os Vinhos da Região do Alto Douro Vinhateiro destacam-se nas seguintes castas:
Castas tintas:

  • Touriga Nacional;
  • Touriga Franca;
  • Tinta Roriz;
  • Tinta Barroca;
  • Tinto Cão;
  • Tinta Amarela;

Castas brancas:

  • Malvasia Fina;
  • Viosinho;
  • Donzelinho;
  • Gouveio
  • Arinto;
  • Códega do Larinho.

Os vinhos do Douro podem-se dividir em três tipos, de acordo com as encostas:

  • Vinhos do Fundo da Encosta: o local mais indicado para a produção de Vinho do Porto;
  • Vinhos da Meia Encosta: onde cultivam os vinhos que dão origem às melhores reservas;
  • Vinhos da Encosta Alta: onde são produzidos essencialmente os vinhos brancos, vinhos de mesa e espumantes; Os principais espumantes produzidos no Douro são as marcas Raposeira e Murganheira.

O vinho do Porto

O Vinho do Porto é um vinho licoroso apreciado como aperitivo, ou no final da refeição, com um teor alcoólico médio entre os 16,5 e 22 graus, produzido com a adição de aguardente ao vinho durante um interrompimento do processo de fermentação. Alguns vinhos do Porto podem ser guardados por várias décadas, conservando as excelentes qualidades. Segundo o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), os maiores importadores do vinho do Porto são os países de França, Reino Unido, Holanda, Bélgica, EUA, Canadá, Alemanha, Dinamarca e Espanha.
Existem quatro estilos de vinho do Porto: o rosê, o branco, o tawny e o ruby.

  • vinho do Porto Rosê: produzido através de uma pisa leve das uvas tintas. São vinhos mais frutados do que o normal, que devem ser consumidos novos, uma vez que são pouco resistentes ao envelhecimento.
  • vinho do Porto Branco: o vinho é produzido com uvas brancas, originando vinhos doces, muito doces ou lágrima e seco.
  • vinho do Porto Ruby ou Vintage: são vinhos com envelhecimento em garrafa, e preservados em cubas de inox ou de madeira para evitar a oxigenação. Os Vinhos Ruby são de cor mais escura e sabor mais intenso;
  • vinhos Tawny: são vinhos envelhecidos em pipas de madeira, têm um tom acastanhado e vai perdendo cor devido à oxidação.

Curiosidades relacionadas com o Douro

  • A expressão “Vinho do Porto” surgiu pela primeira vez em 1675 num discurso de Duarte Ribeiro de Macedo;
  • Em Outubro de 1990, o Douro passou a ser navegável entre Porto e Barca d’Alva;
  • As barragens, também são conhecidas por eclusas devido permitirem a passagem de embarcações;
  • Santa Marta é a santa padroeira da região vinhateira;
  • O vinho do Porto começou por ser designado como “Vinho Fino” pelos produtores, “Vinho Generoso” pelos comerciantes, e como “Vinho do Porto” a partir do século XVII, para ser exportado mais facilmente;
  • O vinho do Porto era antigamente transportado nos barcos Rabelos, contudo atualmente o transporte de vinho do Porto é feito em camiões cisternas;
  • A primeira cantina escolar de Portugal surgiu no atual edifício da Biblioteca Municipal de Alijó;
  • plantar roseiras perto dos pés da vinha é atualmente um técnica utilizada para detetar precocemente pragas como a Filoxera.

Factos Rápidos do Douro

  • Ao longo do rio Douro existem 254 quintas e casais
  • Na Alto Douro Vinhateiro existem 111 capelas e locais de culto
  • 2% dos lavradores tem mais de 20 hectares, consistem em 600 produtores que detêm aproximadamente um terço da área total de vinhas;
  • 2% dos lavradores têm vinhas com tamanho entre 1 e 2 hectares;
  • 77% das explorações vinícolas do Douro têm menos de 1 hectare de vinha.