Viana do Castelo

Viana do Castelo

Viana do Castelo conhecida como “Princesa do Lima”, é a capital do distrito e cidade atlântica mais ao Norte de Portugal, situada a cerca de 25 minutos do Aeroporto Internacional do Porto. É uma cidade do Alto Minho conceituada pelas múltiplas ofertas históricas, culturais, gastronómicas e tradicionais, situada frente à foz do rio Lima. O centro histórico de Viana do Castelo é rico em monumentos relevantes, tem uma arquitetura singular marcada por importantes edifícios, chafarizes e uma paisagística natural de rio, mar e montes, responsável como grande atração turística e pela integração de Viana do Castelo na listagem de “Cidades Saudáveis” portuguesas. Podemos observar a tradicionalidade de Viana do Castelo nas festividades, romarias, artesanato e gastronomia da cidade, sendo que a culinária local é amplamente reconhecida na região com sabores tão emblemáticos como o Bacalhau à Viana, o Arroz de Polvo à Moda do Minho ou a Pescada à Vianense. Encontramos também a etnografia e folclore vianense expressos nos saberes artesanais, nos trajes tradicionais e na ourivesaria do típico Coração de Viana. É em Viana que encontramos o Parque Natural Peneda-Gerês, uma das atrações naturais mais procuradas de Portugal considerado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera.

Atrações a visitar em Viana do Castelo (Top 10)

No distrito de Viana do Castelo, as atrações que recebem mais visitas e que são mais apreciadas pelos visitantes são o Parque nacional Peneda-Gerês, a Fortaleza de Valença, o Santuário de Santa Luzia e a viagem até lá através do Elevador de Santa Luzia, a praia de Moledo, a fundação Gil Eannes, o Parque de Lazer do Castelinho, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, a Ecovia do Vez com os Passadiço do Sistelo, a praia do Cabedelo, e os Espigueiros do Soajo. Contudo reunimos para si, além destas, todas as atrações em Viana do Castelo… descritas abaixo.

Pontos de interesse de Viana do castelo

O Santuário de Santa Luzia ou Santuário do Sagrado Coração de Jesus, é o templo-monumento que coroa a cidade de Viana do Castelo, com uma fachada em cruz grega e ornamentada com vitrais coloridos, localizada no cume do Monte de Santa Luzia, onde se destaca num enquadramento bucólico e natural de grande beleza, remetendo-nos para a tradicionalidade religiosa da cidade e para o culto do Sagrado Coração de Jesus. Para aproveitarmos as vistas privilegiadas sobre a evolvente verde, o rio Lima e a malha urbana da cidade, podemos subir ao santuário pelo Elevador de Santa Luzia, que liga a estação ferroviária ao templo, subindo a encosta natural através da mais longa viagem de funicular do país. Nas proximidades da serra, podemos conhecer a Citânia Santa Luzia, localmente reconhecida como Cidade Velha de Santa Luzia, que nos remete para a idade do ferro, delimitada por ruínas das antigas muralhas. Rumando à zona ribeirinha de Viana do Castelo encontramos o quinhentista Forte de Santiago da Barra, que comporta alguns traços da arquitetura manuelina; a Fundação Gil Eannes, um museu flutuante situado na antiga doca comercial de Viana do Castelo, que aproveita o antigo Navio Hospital para a apresentação de um núcleo museológico cujo espólio remete para o papel histórico e cultural do mar; e o Centro Cultural de Viana do Castelo, um edifício de arquitetura moderna situado junto ao Rio Lima.

À medida que avançamos para o centro histórico, encontramos igualmente o emblemático Museu do Traje de Viana do Castelo, um edifício do século XX, com arquitetura do Estado Novo, cujo acervo preserva elementos representativos dos trajes e costumes do Alto Minho, focando principalmente os trajes femininos vianenses cujo papel histórico e simbólico é nacionalmente reconhecido. A alguns passos deste museu, somos convidados a conhecer a quinhentista Sé Catedral de Viana do Castelo, de arquitetura gótica, cuja fachada exibe as esculturas de seis apóstolos que marcam a fé vianense (Santo André, São Bartolomeu, São João, São Paulo, São Pedro e São Tiago) e o rico interior destaca o acervo artístico da Capela do Senhor Jesus dos Mareantes. Do património religioso desta zona da cidade, destacamos a Igreja da Misericórdia do século XVI, de arquitetura maneirista e o renascentista com valiosos elementos interiores de talha dourada e azulejaria; a quinhentista Igreja de São Domingos, que oferece alguns dos mais valiosos e destacados trabalhos de talha dourada nacional; e a românica Capela das Almas do século XIII, junto ao Jardim da Marginal no litoral do rio Lima onde encontramos a Ponte Rodoferroviária de Viana do Castelo, uma ligação de ferro assente em nove pilares graníticos e mais conhecida como Ponte Eiffel. Aqui encontramos também o Núcleo Museológico de Arqueologia, conhecido como Casa dos Nichos, um edifício do século XV de fachada em pedra, cujo espólio remete para a antiguidade pré-histórica, da idade do ferro e romana.

Desporto e Lazer na região de Viana do Castelo

O desporto e lazer na região de Viana do Castelo relaciona-se profundamente com os desportos de mar e as práticas balneares. No Sul litoral do rio Lima encontramos praias particularmente procuradas pelos entusiastas do surf, do windsurf e do kitesurf, sendo que a Praia do Cabedelo é a mais aclamada, destacando-se pela beleza natural do seu areal branco conferida por uma envolvente de vegetação autóctone e dunas, nas proximidades dos parques de campismo locais e também pela forte ondulação marítima que permite a prática de desportos de mar. Avançando para Sul, encontramos outras praias convidativas, como a Praia de Luzia Mar com o seu extenso areal, os passadiços de madeira e a bonita envolvente verdejante; a Praia do Rodanho, onde encontramos os sistemas dunares de maior altitude do Norte de Portugal; a Praia da Amorosa, um espaço de grande beleza natural, procurado especialmente pelos surfistas e junto à qual podemos encontrar o Kartódromo de Viana, o único complexo do seu tipo a oferecer duas pistas; a Praia de Lordelo, envolvida por vegetação rasteira e um meio urbano; e a Praia de Castelo do Neiva, integrada num ambiente rural que preserva um pendor pesqueiro. Chegados aqui, destacamos dois locais de grande interesse no Monte de São Lourenço: o Castro de São Lourenço, um local de interesse histórico e arqueológico, onde somos convidados a contemplar a beleza paisagística num miradouro com vista sobre o mar, e a Capela de São Lourenço do século XVI, com arquitetura de estilo barroco.

A Norte da cidade de Viana do Castelo, a orla litoral oferece vários locais de interesse para os amantes do desporto e da cultura, como a Praia do Paçô com a sua envolvente verdejante e a partir da qual podemos observar o Farol de Montedor do século XX, com fachada em pedra e uma torre quadrangular, que constitui o farol mais setentrional da costa portuguesa. Avançando na direção da foz do Rio Lima junto à cidade de Viana do Castelo, cruzamo-nos com a Praia de Carreço, uma praia acessível e de grande beleza natural; a Praia do Canto Marinho, com caraterísticas mais selvagens, envolta por uma pronunciada arriba propícia para caminhadas; e o Forte da Areosa, uma estrutura defensiva de pequenas dimensões, com uma planta estrelada e quatro baluartes, edificada durante as Guerras de Restauração.

Parque Nacional da Peneda-Gerês

O Parque Nacional da Peneda-Gerês é uma área protegida do Norte português, classificada pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, com um vasto património natural e edificado, de interesse paisagístico, histórico e cultural. Essencialmente granítico e montanhoso, este parque leva-nos a locais históricos como o Castelo de Lindoso, edificado no século XIII com finalidades defensivas, serve atualmente como parte da Porta do Parque Nacional da Peneda-Gerês, um local que integra um Museu Militar, perto do qual encontramos a eira comunitária e os cinquenta Espigueiros de Lindoso, compostos por estruturas de pedra para uso agrícola do século XVII e XVIII, que serviam para a secagem do cereal. O Poço da Gola, uma represa artificial de pequena dimensão com uma belíssima queda de água, é outro dos pontos de interesse que podemos encontrar nas proximidades da aldeia de Lindoso, de onde seguimos até à Barragem do Alto Lindoso, o mais poderoso centro de produção energética de Portugal, localizado no rio Lima, e ao Miradouro Lindoso, acessível através de um trilho pedestre e cuja vista panorâmica abrange a Serra Amarela e a região do Lindoso.

Nas proximidades, encontramos vestígios da ocupação romana na Ponte de São Miguel, uma ponte de madeira, enquadrada na envolvente natural e que preserva ainda o remanescente da ponte antiga, destruída no século XVII, e na Ponte da Cava da Velha, que liga as margens do Rio Laboreiro e se destaca pelo tabuleiro de pedra irregular em cavalete com dois arcos de dimensão desigual na base. As manifestações da religiosidade também se destacam aqui, principalmente no Santuário de Nossa Senhora da Peneda, um templo do século XVIII de culto à Virgem, com enquadramento natural junto ao afloramento granítico do Penedo da Meadinha e do qual destacamos o escadatório das virtudes, com a sua estatuária em representação da Esperança, Fé, Caridade e Glória. Viajando no interior do parque, encontramos o Castelo de Castro Laboreiro, um local de difícil acesso que corresponde a uma antiga fortificação medieval em ruínas, onde é possível ver partes da muralha e da torre de menagem, bem como observar a bucólica envolvente natural. A alguns quilómetros, locais de interesse desportivo e natural destacam-se, incluindo a Meadinha, uma parede rochosa e granítica muito procurada pelos entusiastas da escalada, e a Lagoa da Peneda, com um espelho de água límpida que reflete a serra e a envolvente natural e rochosa.

Locais de interesse natural em Viana do Castelo

A Ecovia do Vez é um percurso pedestre e natural de 32 quilómetros, que integra o pequeno trilho do Passadiço do Sistelo, considerado um dos mais bonitos do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Este trilho é muito procurado para finalidades de caminhada e ciclismo, destacando-se os cenários naturais das margens do Rio Vez e do Rio Lima. Junto à Ecovia do Vez encontramos o Castelo do Visconde de Sistelo, um pequeno palácio do século XIX cuja fachada imita um castelo com duas torres ameadas. A alguns quilómetros, a região conhecida como Penedo do Castelo convida-nos a observar a paisagística oferecida no Miradouro da Estrica, um mirante edificado sobre uma rocha. Desde o rio podemos visitar em Arcos de Valdevez, a urbana e ribeirinha Praia Fluvial da Valeta, onde encontramos uma azenha e várias infraestruturas de recreio, bem como a visitar o recuperado Paço de Giela, sobranceiro a esta vila raiana, em cuja torre podemos visitar um museu arqueológico. Os vinte e quatro Espigueiros do Soajo, integrados numa envolvente natural, são outro ponto de elevado interesse na vila de Arco de Valdevez, pelo seu uso histórico (e atual) na secagem do milho e pela arquitetura em pedra, de onde se destacam os rasgos para a circulação de ar, e a cruz que encima as estruturas.

A apenas 600 metros deste local, através de um caminho pedestre, encontramos a Ponte da Ladeira, assim como o trilho de água no qual do Poço Negro do Soajo, uma das mais aclamadas cascatas da região do Alto Minho, muito procurado por banhistas e amantes da Natureza, integrada no conjunto de Cascatas do Soajo, que formam várias lagoas de água fresca e cristalina. Caraterísticas similares apresentam as Cascatas do Poço das Canejas e o Poço das Mantas, locais de interesse natural, propícios para banhos e recentemente recuperados. Do rio à montanha, o caminho leva-nos até uma das portas para o Parque Nacional da Peneda-Gerês: o Parque Porta do Mezio, situado na localidade com o mesmo nome e formado por 3 hectares montanhosos, entre os quais se incluem infraestruturas turísticas e lúdicas, que incluem a Aldeia dos Pequeninos, o Museu Rural e Etnográfico, um parque de arborismo e vários miradouros, espaços desportivos e locais gastronómicos. Pela grande beleza natural e a antiga história da região, vale a pena visitar o Núcleo Megalítico do Mezio, onde encontramos monumentos megalíticos bem preservados que permitem conhecer a arquitetura primitiva nortenha. O Baloiço do Mezio, colocado num dos pontos mais elevados da Serra do Soajo, merece ainda destaque pelas deslumbrantes vistas panorâmicas.

A Portela do Homem é uma região montanhosa raiana de Terras de Bouro, que demarca a fronteira entre Portugal e Espanha na Serra do Gerês, delimitando o Parque Nacional da Peneda-Gerês e nas proximidades da qual, atravessando uma ponte rústica sobre o Rio Homem, encontramos uma sucessão de cascatas de grande beleza natural e cujo acesso à água pode ser algo acidentado e escorregadio, conhecidas como Cascatas da Portela do Homem. A 5 quilómetros, no Pé de Cabril, somos convidados a observar a paisagem sobre o Parque Nacional, destacando-se no enquadramento a albufeira de Vilarinho das Furnas. A Cascata de Leonte caindo de uma parede de rocha granítica, e a Cascata da Laja, alimentada pelo ribeiro da Laja e rodeada de um carvalhal, são também espaços imperdíveis para os amantes da natureza, sendo que as melhores paisagens da região nos são oferecidas na encosta do Vale do Gerês, em locais como a pérgula do Miradouro da Junceda e o baloiço do Miradouro da Boneca, locais que oferecem vistas panorâmicas privilegiadas sobre o vale verdejante, rios e albufeiras. Além destes, o Miradouro da Pedra Bela, situado a cerca de 800 metros, em Terras de Bouro, é uma visita essencial, oferecendo-nos vistas magníficas sobre o parque, localizado a escassos quilómetros da Cascata do Arado, uma queda de água situada junto à Vila do Gerês, onde a água rasga as rochas e forma um lago, criando um cenário bucólico, num enquadramento verdejante que está considerado um dos pontos mais bonitos da região, a par com a Cascata de Fecha de Barjas (ou Cascata do Tahiti), situada na ligação entre a aldeia de Ermida e a aldeia de Fafião (Aldeia dos Lobos do Gerês), e cujo acesso é possível passando a ponte sobre o rio Arado. Um ponto de interesse de pendor religioso que destacamos pela riqueza e enquadramento natural é a Igreja de São Bento da Porta Aberta do século XVX, local de peregrinação renomado, onde se destaca a torre sineira e o interior rico, com os azulejos, o retábulo de talha dourada e as oferendas colocadas aos pés da imagem de São Bento, localizada no altar.

No Parque Nacional da Peneda Gerês encontramos variados pontos de interesse patrimonial, lúdico e paisagístico. A Ponte do Bico do século XIX, de estilo fontista e situada junto ao local de confluência do rio Homem e do rio Cávado, e a robusta Ponte de Prado, com nove arcos e o miradouro central de formato quadrangular, são locais elevado valor histórico onde podemos vislumbrar o rio com paisagens sobre os cursos de água. As praias da margem do Rio Cávado: a Praia fluvial de Adaúfe, com bandeira azul, área relvada e propícia para mergulhos, passeios de gaivota e a prática de desportos; a Praia fluvial de Verim, uma praia acessível, ideal para banhos e com um campo de voleibol; e a Praia Gerês Albufeira, uma situada praia na Albufeira da Caniçada, conhecida pelas águas tépidas e a envolvente, cujo cenário natural idílico abrange a Central Elétrica de Vilarinho das Furnas. Os cursos de água levam-nos a conhecer a Barragem Da Caniçada, entre os rios Cávado, Gerês e Caldo, responsável pela de energia elétrica e detentora de uma magnífica paisagem. Embarcamos, aqui, nos Passeios de Barco da Caniçada, com o "O Brancelhe”, o barco turístico típico que nos leva através do espelho de água por entre as serras e as baías, permitindo-nos contactar com a paisagem de margem-rio de Terras de Bouro, Vieira do Minho e Montalegre.

Saindo da Albufeira da Caniçada na direção da aldeia da Ermida cruzamo-nos com o Miradouro das Rocas com vistas sobre o vale do Rio Arado e a Serra do Gerês; o Miradouro das Cilhas, rodeado de vegetação autóctone, abrange o rio Arado, o vale e a Cascata da Rajada; e o Miradouro da Ermida, integrado na envolvente com escadas de pedra e corrimão de madeira a partir do qual podemos observar os maciços de pedra do Gerês, a aldeia da Ermida e a paisagem rural envolvente. O miradouro da Ermida é o ponto de partida do Trilho do Sobreiral da Ermida do Gerês, a partir do qual podemos conhecer o Miradouro Vela, localizado sobre uma grande rocha granítica, com proteções de madeira, localizado nas proximidades da Cascata da Rajada, permitindo-nos a caminhada até à Cascata do Arado. Daqui, seguindo por um dos trilhos não oficiais do Gerês, podemos encontrar o Poço Azul, composto por uma pequena bacia de água natural, de tonalidade azul, entre as escarpas rochosas. A Cascata de Pincães, inserida num trilho que se inicia na aldeia de Pincães, é outro local que merece atenção pela grande beleza natural originada pela vegetação nativa e as águas cristalinas.

Atrações ao longo do rio Lima no Parque Natural Peneda-Gerês

Fazer o percurso da margem do rio Lima ao longo do Parque Natural Peneda-Gerês leva-nos a localidades de grande interesse histórico e natural. Ponte da Barca é uma vila remota do Minho, destacada pela envolvente natural, pelas caraterísticas fluviais, pelo património histórico e cultural, entre o qual destacamos alguns pontos de interesse, como a Ponte de Ponte da Barca, datada do começo do século XV, está integrada numa paisagem idílica sobre o Rio Lima. A ponte conserva oito das suas nove arcadas originais e ostenta duas lápides exibindo as armas da localidade e a esfera armilar. A vila conta com um Hipódromo nacionalmente reconhecido, que recebe torneios renomados, incluindo o Grande Prémio de Portugal de Trote e Galope. Seguindo o rio, visitamos o antigo Mosteiro benedito de Bravães, datado do século XII, de arquitetura românica e que se destaca pela raridade das figuras humanas dos seus dois fustes.

E Ponte de Lima, uma vila tradicional reconhecida pela gastronomia e pelo património histórico, de onde destacamos a Ponte Romana de Ponte de Lima, um ex-libris da vila que nos apresenta um troço medieval localizado entre a margem esquerda do rio, a Igreja de Santo António da Torre Velha e um troço romano, do qual restam cinco arcos do século I. A Igreja Matriz Ponte de Lima construída no local de uma antiga igreja do século XII, apresenta uma traça românica em pedra aparelhada, com destaque para as capelas ornamentadas com talha dourada e o altar-mor revestido de relíquias de santos. Em Ponte de Lima podemos visitar alguns espaços culturais, nomeadamente a Casa de Arnado e o Museu do Brinquedo Português, onde podemos conhecer técnicas de fabrico e materiais utilizados na produção dos brinquedos nacionais, com exposições permanentes e temporárias, uma sala de brincadeiras e uma oficina; e o Museu dos Terceiros, situado em duas antigas casas religiosas da ordem de São Francisco, que preservam a traça quinhentista das fachadas eclesiásticas, exibindo um rico espólio de arte sacra. Avançando até ao Cais da Garrida, inserido na Ecovia do Rio Lima, encontramos uma das mais bonitas paisagens litorais do rio, com as represas e os açudes, um local com uma importância muito forte para a economia local, onde se pratica a pesca da lampreia. Aqui podemos encontrar a escultura de bronze Alegoria às Feiras Novas e ao Folclore representando a importância do folclore na sociedade minhota, e o Clube Náutico de Ponte de Lima, símbolo da cultura desportiva local que se destacou pelo sucesso na canoagem.

Atrações ao longo da fronteira de Portugal com Espanha

No Norte de Portugal, ao longo da fronteira de Portugal com Espanha existem vários tesouros patrimoniais raianos dignos de destaque. O Rio Minho nasce na Serra de Meira em Espanha, e desagua na foz no Oceano Atlântico entre Espanha e Portugal, junto a Caminha (Portugal). Faz fronteira natural entre os países e ponto de inegável, com um estuário de grande beleza na região. As estruturas defensivas ribeirinhas são parte integrante da paisagem, com grande destaque para a arquitetura militar da Fortaleza de Valença do século XVII, situada no topo de duas colinas, é uma das maiores e mais bem conservadas fortalezas do mundo, com mais de cinco quilómetros de muralha reforçada por baluartes dos séculos XVII e XVIII, contendo no seu interior a Igreja de Santa Maria dos Anjos do século XIII, que nos remete para a arquitetura românica, barroca e revivalista. A ligação entre os Portugal e Espanha é marcada física e simbolicamente pelas pontes, incluindo a Ponte Rodoferroviária de Valença, infraestrutura do século XIX construído em estrutura de viga metálica que atravessa o rio Minho; e a Ponte da Amizade, ligação raiana entre Vila Nova de Cerveira a Tomiño, resultante do projeto de 2015 «Europa para os cidadãos» e salienta, com base numa Carta de Amizade, o esboroar das fronteiras. Esta ponte tem na sua envolvente pentagonal o Forte de São Francisco de Lovelhe, uma estrutura militar do século XVII situado numa pequena elevação ribeirinha, próximo da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, onde se promove a arte contemporânea através de eventos multidisciplinares e de um espaço museológico. No entanto, antes de avançarmos de Valença até Vila Nova de Cerveira, visitamos o antigo e românico Mosteiro de San Fins, com as primeiras edificações datadas do ano 604 D.C., com influências galegas e emoldurado por um carvalhal.

Vila Nova de Cerveira é uma vila raiana minhota com vários locais de interesse histórico e natural. O Parque de Lazer do Castelinho é um espaço verde repleto de infraestruturas dedicadas ao ócio, ao desporto (incluindo minigolfe, futebol e basquetebol), ao lazer e à ecopedagogia, que integra um Parque Aquático e o Aquamuseu do rio Minho, um lugar representa a memória da relação humana com o rio. Na povoação, a posição sobranceira do Castelo de Vila Nova de Cerveira, com início de construção no século XIII, com uma estrutura de traça ovalada atualmente transformado em hotel, onde podemos visitar no seu interior o pelourinho e a capela. No centro da vila, a Igreja Matriz de Vila Nova de Cerveira destaca-se com a fachada que exibe duas torres sineiras e os pormenores interiores do sacrário. No litoral encontramos a Ecopista do Rio Minho, um espaço que liga a praia da Mota e o Parque de Cerveira, num contraste paisagístico pautado pela biodiversidade ao longo de um percurso ribeirinho com mais de 13 quilómetros.

A envolvente de Vila Nova de Cerveira tem diversos pontos de interesse paisagístico, rural e religioso. Entre os mirantes, destacam-se o Miradouro do Espírito Santo (ou Porta do Ceo) na Serra da Gávea, com as ruínas da Capela do Espírito Santo, da qual resta somente a fachada frontal e cujo pórtico emoldura as vistas sobre o rio Minho e Espanha; e o Miradouro do Cervo, com dois baloiços que de onde podemos apreciar vistas panorâmicas sobre Tomiño e o rio, junto à escultura férrea d’“O Cervo”, da autoria do escultor local José Rodrigues. Visitar os miradouros pode ser feito a pé por um trilho iniciado na Capela da Senhora da Encarnação, uma pequena ermida de fachada em pedra, com paredes ornamentadas de azulejos, e uma imagem da Santa da Encarnação em posição de destaque. Próximo dos miradouros encontramos o Lago do Cervo, um espelho de água que reflete as colinas verdejantes e rochosas, e os tradicionais Moinhos da Gâvea, visitáveis sob marcação, e recentemente recuperados com finalidades interpretativas e turísticas.

A Norte e Noroeste do Parque Nacional do Gerês encontramos pontos de interesse patrimonial e natural integrados nas regiões de Melgaço, Monção, Paredes de Coura e Ponte da Barca. Em Melgaço encontramos a estrutura medieval defensiva do Castelo de Melgaço, datada do século XIII, do qual somente a torre de Menagem perdura, contudo é um local de onde podemos apreciar belíssimas vistas sobre o centro histórico e as serras envolventes. Seguindo até ao Espaço Memória e Fronteira, no edifício do antigo matadouro municipal, podemos conhecer a história contemporânea do povoado. No caminho para Monção, a Torre de Lapela, uma antiga torre de menagem evoca a memória de um castelo demolido no século XVIII, abrindo portas para o povoado onde podemos visitar o Palácio da Brejoeira do século XIX, de arquitetura neoclássica, integrado numa quinta com bosque, vinhas de alvarinho e jardins como envolvente natural. Ao longo do Rio Minho, encontramos o afluente que dá origem ao Rio Coura, levando-nos à idílica Praia Fluvial do Taboão, com uma envolvente rural e agrícola, conhecida por albergar o veraneante Festival Paredes De Coura, bem como à Paisagem Protegida do Corno do Bico, um local de referenciável biodiversidade, que integra um panorama montanhoso e agrícola, com singulares blocos rochosos graníticos e vegetação hidrófila.

Atrações no litoral, desde Caminha até Viana da Castelo

De Caminha até Viana do Castelo existem vários pontos de interesse a destacar. Em Caminha, a Torre do Relógio erigida sobre muralhas medievais, exibe na sua fachada a imagem da Virgem, um sino integrado numa estrutura metálica e o relógio que o nomeia, permitindo a entrada sob um arco para o centro histórico. Aqui encontramos a Igreja Matriz de Caminha do século XV, de inspiração espanhola e interior gótico com vários elementos dos séculos XVII e XVIII, ao renascentista Chafariz de Caminha (século XVI), de traça clássica e assente numa plataforma circular com uma balaustrada em ferro, e a Capela de Nossa Senhora da Agonia, que mistura os estilos rococó e neoclássico. O Rio Minho é referência na região e, ao atravessá-lo para Pontevedra, o sítio arqueológico do Castro de Santa Trega permite que conheçamos um dos mais emblemáticos castros galegos. Na foz do rio Minho, de regresso a Portugal, a Praia marítima da Foz do Minho (ou Praia de Caminha) merece a nossa atenção, pela envolvente de areia branca com extensão fluvial e pela proximidade à Mata do Camarido, plantada por ordem de D. Dinis, local onde podemos caminhar ou passear de bicicleta junto à praia ou no seio da natureza.

Na orla da mata, encontramos a Praia do Camarido com o areal sobreposto pelo Forte do Ínsua, uma fortaleza em formato estrelar irregular do século XVII localizado no Ilhéu da Ínsua em Moledo, com um revelim e cinco baluartes que integra um convento franciscano do qual se conhece a existência desde o século XIV. Frente encontramos a praia costeira de Moledo, com caraterísticas rochosas e areal branco, integrada numa paisagem natural reconhecida pelo elevado teor de iodo das suas águas terapêuticas, e pelas condições marítimas propícias para a prática de surf, windsurf, kitesurf e bodyboard. Estes locais integram a paisagem do Miradouro do Sino dos Mouros. Também no concelho de Caminha, Vila Praia de Âncora é outra vila turística a destacar pelo património histórico e cultural, com ofertas balneares, desportivas e os trilhos pedestres. Na vila encontramos dois fortes defensivos dos séculos XVII e XVIII, nomeadamente o Forte da Lagarteira, uma fortaleza, situado na zona do Portinho de Vila Praia de Âncora, com uma planta estrelar com baluartes laterais e elementos medievais; e o Forte do Cão situado no Lugar da Gelfa. Delimitada pela Mata Nacional de Gelfa e pelo sistema dunar, a Praia da Duna do Caldeirão é uma referência local, podendo ser acedida pelo passadiço junto ao rio. Nas proximidades de Vila Praia de Âncora encontramos a ermida costeira da Capela Santo Isidoro, com a antiga cruz de cabeceira; e a Anta da Barrosa, um dólmen em bom estado de conservação localizado na Lapa dos Mouros, numa envolvente natural ponteada por árvores.

No caminho entre Caminha e Viana do Castelo, encontramos a Serra de Arga, uma das áreas verdes mais aclamadas do Minho destacada pela singularidade dos maciços graníticos, pela biodiversidade e pelos locais de interesse patrimonial, como moinhos, alminhas, capelas e cruzeiros. Aqui, fazemos o percurso com saída da Montaria, levando-nos por um trilho pedestre de 10 quilómetros, ao longo do qual encontramos a Cascata do Pincho, uma famosa queda de água do Rio Âncora que forma uma lagoa de tonalidade azul-esverdeada, propícia para banhos. No topo da serra, encontramos o Santuário de Nossa Senhora do Minho, uma construção do século XX, de fachada em pedra e com telhado semicircular, integrada num cenário natural aclamada como local de peregrinação e romarias. Retornando à orla litoral para conhecer outras praias do caminho que nos liga a Viana do Castelo, paramos no Convento de São João de Cabanas, construído em 564, que funcionou como sede de várias ordens religiosas e residência de férias de poeta Pedro Homem de Melo, autor cujos poemas ornamentam as paredes. Seguindo para Viana do Castelo, encontramos uma linha de praias constituída pela ventosa Praia da Ínsua, com pequenas poças naturais na maré baixa, especialmente adequada para famílias com crianças; pela Praia de Afife, cujo mar propícia a prática de surf; e pela Praia da Arda, enquadrada num cenário verdejante e convidativa para a prática de desportos oceânicos.

Cultura e festas de Viana do Castelo

Viana do Castelo é a capital do folclore português, com a Festa de Viana sendo um dos pontos altos da cidade, conhecida como a Festas da Nossa Senhora da Agonia incluem a realização de uma procissão ao mar com centenas de barcos de pesca vindos de todo o país, e da Galiza em Espanha, para prestar homenagem aos pescadores. Nesta época do ano, as ruas da Ribeira de Viana do Castelo são enfeitadas com tapetes coloridos. Nas festas da Senhora da Agonia podemos assistir a um desfile com mulheres vestidas de trajes tradicionais de noivas, de mordomas e de lavradeiras. A festa termina com um fogo-de-artifício. Esta romaria está ligada à Igreja da Agonia, construída em 1674 em homenagem à padroeira dos pescadores e começaram em 1772. O artesanato de Viana do Castelo, nomeadamente a louça, os bordados, a filigrana dourada e prateada, e o calçado, têm um lugar de destaque na tradição da região e são uma importante atração turística. A promoção do artesanato vianense inclui a realização de uma Feira do Artesanato na época das Festas de Nossa Senhora da Agonia entre 10 e 20 de agosto de cada ano.

O artesanato de Viana do Castelo inclui vestuário tradicional único em todo o país, nomeadamente o Traje de Vianesa ou de Lavradeira, o Traje de Noiva, o Traje de Campo ou Trabalho, o Traje de Mordoma, o Traje de Morgada, o Traje de Homem, o Traje de Trabalho de Homem e o Traje de Noivo. Os trajes locais, compostos de tecidos coloridos de produção caseira, carregam o simbolismo do antigo uso quotidiano (entre o século XIX e meados do século XX) até à atualidade, onde marca as celebrações e romarias da cidade, remetendo-nos para a feminilidade, através de figuras como a lavradeira, a noiva ou a mordoma com saias coloridas e rodadas, de bordados em relevo, cobertas por aventais franzidos e acompanhadas de uma camisa branca com manga bordada, de xailes, lenços e joalharia local. Entre as peças em ouro, destacamos a filigrana portuguesa dos Corações de Viana, uma peça de produção joalheira trabalhada em malha fina de ouro, que representa o culto do Sagrado Coração de Jesus, originária do reinado de D. Maria I.

Breve história de Viana do Castelo

Viana do Castelo foi fundada por D Afonso III em 1258. A muralha de Viana do Castelo foi terminada em 1374 durante as guerras fernandinas com Castela. A cidade teve um grande desenvolvimento no século XV devido ao seu excelente porto, ficando ligada à Epopeia dos Descobrimentos. Viana do Castelo foi elevada à categoria de cidade já no século XIX.

Economia de Viana do Castelo

Viana do Castelo tem uma economia e um meio empresarial dinâmico em constante desenvolvimento. Viana aposta na criação de projetos inovadores, nomeadamente a Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis, a Agenda XXI ou o Projeto de Cidades Sustentáveis; e na criação de infraestruturas de suporte às empresas locais e estrangeiras que se queiram fixar na cidade e no concelho, e no apoio ao empreendedorismo, como o Parque Empresarial da Praia Norte, o Parque Empresarial da Mendela, o Parque Empresarial de Lanheses e a Zona Industrial de Neiva.

Viana do Castelo tem ligações muito antigas ao bacalhau. É daqui que partem os navios bacalhoeiros para a pesca do bacalhau na Gronelândia e na Terra Nova. A gastronomia de Viana do Castelo inclui especialidades como a broa de milho, a sopa de peixe (chorinha), o camarão da costa, a lagosta, os rojões à moda do Minho, o cabrito á Serra d'Arga, o cozido à portuguesa, o bacalhau à Viana, o bacalhau à Gil Eanes, o bacalhau de Cebolada, o arroz de polvo à moda do Minho, o arroz de lampreia, a pescada à vianense, a caldeirada de peixe, as meias-luas de Viana, as rabanadas, a torta de Viana, os biscoitos de Viana, as Santas Luzias e a aletria.

Viana do Castelo foi a primeira região vinícola portuguesa a exportar vinhos, neste caso para os mercados da Flandres e de Inglaterra no século XV. Os vinhos exportados foram os vinhos verdes de Melgaço e os vinhos da Ribeira de Lima. A região vinícola de Viana do Castelo inclui castas como o Alvarinho, o Loureiro, e o Vinhão

Factos rápidos sobre Viana do Castelo

  • População da cidade: 40 mil habitantes
  • População do Concelho: 91 mil habitantes
  • Orla costeira: 24 kms
  • Praias douradas e de bandeira azul: 8 (Afife, Arda, Paçô, Carreço, Norte, Cabedelo, Amorosa e Castelo de Neiva)
  • Praias marítimas: 11
  • Praias e zonas fluviais: 17