Neste artigo, vais ficar a conhecer:
Palácio de São Bento, pormenores
Fica a conhecer os pormenores do Palácio de São Bento, um edifício de estilo neoclássico construído em 1598 por Baltazar Álvares, antigo mosteiro Benedito (Mosteiro de São Bento da Saúde).
Fachada Principal do Palácio de São Bento
A Fachada Principal do Palácio de São Bento é da autoria de Miguel Ventura Terra (1866-1919), remodelada pelo arquitecto José Marques da Silva (1869-1947). Na fachada principal do Palácio de São Bento destacam-se:
- Quatro estátuas femininas – representam, da esquerda para a direita, a Prudência, da autoria de Raúl Xavier (1894-1964), a Justiça, da autoria de Costa Motta (1877-1956), a Força, da autoria de Maximiano Alves (1888-1954) e a Temperança, da autoria de Salvador Barata Feyo (1899-1990)
- Frontão: localizado por cima da varanda, tem trinta metros de comprimentos e seis metros de largura, é da autoria de Simões de Almeida (1880-1950). A decoração do tímpano reflecte uma referência ao programa ideológico do Estado Novo (1933-1974). Existem dezoito figuras, nomeadamente a Pátria, localizada ao centro com a inscrição em latim Omnia Pro Patria (Tudo pela Nação), a Indústria e o Comércio
Átrio Principal do Palácio de São Bento
O átrio principal do Palácio de São Bento destaca-se pelo pavimento em pedra de lioz a imitar o mármore e pelos vários bustos, nomeadamente o busto de Luís Vaz de Camões da autoria de José Aurélio, o busto de Hintze Ribeiro (1849-1907) e o busto de António Cândido (1850-1922) da autoria de Maximiano Alves (1888-1954), o busto de Bernardino Machado (1851-1944) da autoria de António Duarte (1912-1998), o busto de António José de Almeida (1866-1929) da autoria de Joaquim Correia (1920-2013), o busto de Afonso Costa (1871-1937) da autoria de António Paiva (1926-1987), o busto do Presidente da Assembleia Constituinte de 1975-1976, o busto de Henrique de Barros (1904-2000) da autoria de Lagoa Henriques (1923-2009). Os bustos encontram-se localizados nos locais das antigas capelas laterais.
O átrio principal era o local da antiga igreja do mosteiro. Nos corredores de acesso à Escadaria Nobre destacam-se cinco bustos de deputados importantes, nomeadamente o busto de Francisco Margiochi (1812-1879) da autoria de Anatole Camels (1822-1906), o busto de Anselmo Braamcamp Freire (1849-1921) da autoria de Costa Mota, o busto de Francisco Salgado Zenha (1923-1993) e o busto Francisco Sá Carneiro (1934-1980) da autoria de Carla Gonçalves (1971-)
Sala do Senado do Palácio de São Bento
A Sala do Senado era a antiga Sala do Capítulo do Mosteiro de São Bento. A sala tem uma planta semicircular em forma de anfiteatro, sendo da autoria de Jean-François Colson.
Os principais pontos de interesse são:
- A clarabóia no tecto que proporciona luz natural à sala
- Oito bustos em mármore que representam alguns dos parlamentares mais importantes da História, nomeadamente o busto do Duque de Palmela da autoria de António Cerqueira, o busto de Dom Guilherme, o busto do Duque da Terceira da autoria de Manuel Bordalo Pinheiro, o busto do Conde do Lavradio da autoria de Miguel Santos, o busto do Duque de Loulé da autoria de Simões de Almeida, tio, e o busto de Fontes Pereira de Melo da autoria de Simões de Almeida, sobrinho
- Mesa da Presidência da Assembleia da República com dois baixos-relevos que integram retratos do Duque de Palmela e de Dom Guilherme, o Cardeal Patriarca de Lisboa, da autoria de Anatole Camels
- Retrato do Rei Dom Luís (1838-1889) da autoria de José Rodrigues (1828-1887)
Galeria dos Presidentes do Palácio de São Bento
Galeria dos Presidentes com destaque para os retratos pintados a óleo. Retrato do Presidente da Assembleia Constituinte Henrique de Barros (1904-2000), da autoria de Pedro Girão e retratos dos doze antigos Presidentes da Assembleia da República, nomeadamente: retrato do Vasco da Gama Fernandes, retrato do Teófilo Carvalho dos Santos, da autoria de Pedro Girão, retrato do Leonardo Ribeiro de Almeida, da autoria de Fernando Alves de Sousa, retrato do Francisco Oliveira Dias, da autoria de Maria Antónia Machado, retrato do Manuel Tito de Morais, da autoria de Pinheiro de Santa Maria, retrato do Fernando Amaral, da autoria de Fernando Alves de Sousa, retrato do Victo Crespo, da autoria de Maluda, retrato do António Barbosa de Melo, da autoria de Ana Duarte de Almeida, retrato do António Almeida Santos, da autoria de António Macedo, retrato do João Bosco Mota Amaral, da autoria de João Cruz Rosa, retrato do Jaime Gama, da autoria de Isabel Garcia e o retrato de Maria da Assunção Esteves, da autoria de Isabel Guerra Peñamaria
Sala de Visitas do Presidente da Assembleia da República
Sala de Visitas do Presidente da Assembleia da República com destaque para:
- Retrato do Rei Dom Carlos I (1863-1908) da autoria de José Malhoa
- Tapete de Arraiolos bordado especialmente para a sala
Salão Nobre do Palácio de São Bento
O Salão Nobre é atualmente usado para recepções oficiais, era antigamente o local onde se encontrava o coro alto da igreja do Mosteiro de São Bento, tendo sido construído durante a década de 1940. O Salão Nobre é da autoria de Pardal Monteiro e apresenta os seguintes pontos de interesse:
- Sete pinturas da autoria do gabinete de Adriano Sousa Lopes a representar figuras e acontecimentos dos Descobrimentos Portugueses, nomeadamente a entrega do plano para a realização dos Descobrimentos pelo Infante Dom Henrique ao capitão da Armada, a Tomada de Ceuta de 1415, a passagem de Diogo Cão pela foz do rio Zaire, a passagem do Cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias, a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 1500, a conquista de Malaca por Dom Afonso de Albuquerque (1453-1515) e a recepção de Vasco da Gama pelos emissários do Samorim
- Varanda: é a única varanda do edifício do Palácio de São Bento e destaca-se devido à presença de doze colunas e dez pilares de ordem Coríntia
Sala dos Passos Perdidos do Palácio de São Bento
A Sala dos Passos Perdidos é o local onde se realizam os encontros entre a Comunicação Social, os deputados e os restantes membros do Governo. A sala dos Passos Perdidos é da autoria de Miguel Ventura Terra. A Sala dos Passos Perdidos tem por principais destaques as pinturas a representar Viriato, da autoria de João Vaz, a Convenção de Évora-Monte de 1834 e os seis painéis, da autoria de Columbano Bordalo Pinheiro, que representam figuras da História de Portugal, nomeadamente:
- Dom Dinis, João das Regras e Dom João II
- Febo Moniz, Padre António Vieira, Dom Luiz de Meneses (Conde da Ericeira) e João Pinto Ribeiro
- Conde de Castelo Melhor, Dom Luís da Cunha, Marquês de Pombal e José Seabra da Silva
- Manuel Fernandes Tomás, Manuel Borges Carneiro e Joaquim António de Aguiar
- Mouzinho da Silveira, Duque de Palmela, Duque de Saldanha e José da Silva Carvalho
- Passos Manuel, Almeida Garrett, Alexandre Herculano e José Estevão de Magalhães
Sala das Sessões do Palácio de São Bento
A Sala das Sessões foi inaugurada em 1903 após o incêndio que ocorreu em 1895. A Sala das Sessões é da autoria de Miguel Ventura Terra, sendo o local onde se sentam os 230 deputados da esquerda para a direita de acordo com a ideologia que representam, tendo como referência a Mesa do Presidente da Assembleia da República. Os destaques da Sala das Sessões são:
- Estátua de corpo inteiro a representar a República, da autoria de Anjos Teixeira
- Luneta a representar as Cortes Constituintes de 1821, responsáveis pela Constituição de 1822, da autoria do pintor Veloso Salgado
- Pinturas do teto, da autoria de Alves Cardoso, que representam a Ciência, Artes e Indústria; a Pátria, Paz e Fortuna; Comércio e Agricultura
- Seis estátuas de gesso representando a Constituição, da autoria de Simões de Almeida, sobrinho, a Lei, da autoria de Francisco Santos, a Jurisprudência, da autoria de Costa Mota, a Eloquência, da autoria de Júlio Vaz Júnior, a Justiça, da autoria de Costa Mota, sobrinho, e a Diplomacia, da autoria de Maximiano Alves.
Sala Acácio Lino do Palácio de São Bento
A Sala Acácio Lino é a atual sala de trabalho de um grupo parlamentar, é designada desta forma devido à presença de quatro pinturas da autoria de Acácio de Magalhães Lino (1878-1956). As pinturas representam episódios importantes da História de Portugal, nomeadamente:
- Batalha de São Mamede
- A Conspiração de 1640
- A Reconstrução de Lisboa por Marquês de Pombal
- Alegoria à Pátria, às Artes, à Indústria, à Agricultura e à História de Portugal
Sala Lisboa do Palácio de São Bento
A Sala Lisboa também é designada por Sala Lino António, o autor das pinturas que se encontram na sala. As pinturas representam figuras e acontecimentos da História de Portugal, nomeadamente:
- Conquista de Lisboa por Dom Afonso Henriques em 1147
- Rei Dom Dinis (1261-1325)
- Infante Dom Henrique e os Descobrimentos Portugueses
- O Marquês de Pombal e as suas Obras
Refeitório dos Monges do Palácio de São Bento
Na sala Refeitório dos Monges destacam-se os dezoito painéis de azulejos de 1770 onde se representam episódios da vida de São Bento
Sala dos Arcos do Palácio de São Bento
Sala dos Arcos é o atual Arquivo Histórico Parlamentar onde é possível encontrar a documentação da História Constitucional Portuguesa
Jardim Interior do Palácio de São Bento
O jardim interior do Palácio de São Bento foi projetado por Miguel Ventura Terra e reformulado por António Lino em 1936 e 1937. Os destaques do jardim interior são:
- Esculturas da autoria de Leopoldo de Almeida (1898-1975) representando as oito províncias de Portugal durante o Estado Novo, nomeadamente Trás-os-Montes, Minho, Beira Litoral, Beira Alta, Beira Baixa, Alentejo, Extremadura e Algarve, e as oito cidades onde se realizaram as Cortes: Guimarães, Braga, Porto, Lisboa, Leiria, Santarém, Évora e Almeirim
Escadaria do Palácio de São Bento
A Escadaria do Palácio de São Bento tem como pontos de interesse os Painéis, da autoria de Jaime Martins Barata (1899-1970). Os Painéis representam as Cortes de Leiria realizadas no século XIII, onde pela primeira vez estiveram presentes representantes do Povo, e representam alegorias à Indústria, à Arte, Ciência, Humanidades, Agricultura e Comércio do século XV. Os painéis foram inaugurados em 1944.
Sala Dona Maria II do Palácio de São Bento
A Sala Dona Maria II foi concebida para a realização de conferências. Atualmente é o local onde se realizam as reuniões de Conferências de Líderes dos Grupos Parlamentares da Assembleia da República. Os principais destaques Sala Dona Maria II são:
- Teto com figuras mitológicas que representam: Minerva, Mercúrio, Vénus e a Justiça
- Retrato do Duque de Palmela (1781-1850), retrato do Duque de Loulé (1804-1875) da autoria de António Félix da Costa (1887), retrato do Conde de Lavradio (1796-1870) e retrato de Dom Guilherme, Cardeal Patriarca de Lisboa (1793-1857)
- Retrato de Fontes Pereira de Melo (1819-1887), retrato de João Crisóstomo (1811-1895), da autoria de Veloso Salgado (1864-1945), retrato de Duque de Ávila e Bolama (1807-188) e retrato de José Rodrigues de Carvalho (1830-1908), da autoria de José Nunes Ribeiro Júnior
- Retrato da Rainha Dona Maria II (1819-1853), de autoria desconhecida.